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Gigantes tech se manifestam contra discriminação de pessoas transgêneras nos EUA

Por| 01 de Novembro de 2018 às 21h00

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Gigantes tech se manifestam contra discriminação de pessoas transgêneras nos EUA
Gigantes tech se manifestam contra discriminação de pessoas transgêneras nos EUA

Mais de 50 importantes empresas assinaram, nesta quinta-feira (1º), uma declaração de proteção contra um relatório emitido pelo Governo de Donald Trump que limita a definição de gênero ao registro feito ao nascimento, medida que viola diretamente a dignidade de pessoas transgêneras, não-binárias e intersexo. O time conta com nomes de peso como Apple, Amazon, Facebook e Google. Juntas, as empresas signatárias representam mais de US$ 2,4 trilhões em receitas anuais.

Segundo o New York Times, a administração Trump tem planos para limitar a definição de gênero. "Sexo significa o status de uma pessoa como homem ou mulher com base em traços biológicos imutáveis identificáveis antes ou depois do nascimento", diz um memorando do Departamento de Saúde estadunidense obtido pelo NYT. A publicação afirma ainda que, caso a legislação avance, isso poderia comprometer as proteções legais de mais de 1,4 milhão de cidadãos dos EUA que não se identificam com o gênero registrado ao nascimento por diversas causas.

A declaração das empresas foca menos em Direitos Humanos e mais no pragmatismo do mercado. Juntas, as companias somam quase 4,8 milhões de funcionários, alguns deles transgêneros, não-binários ou intersexo. No documento assinado pelas empresas, o ponto de vista defendido é que o que prejudica as pessoas transgêneras, não-binárias ou intersexo, prejudica os negócios.

Veja, abaixo, todo o teor da declaração assinada pelas 50 empresas com ajuda de 15 organizações comunitárias acionadas pela Out Leadership e pela Human Rights Campaign:

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"Nós, os negócios abaixo assinados, estamos com os milhões de cidadãos na América que se identificam como transgêneros, gêneros não-binários ou intersexo, e pedimos que todas essas pessoas sejam tratadas com o respeito e dignidade que todos merecem. Opomo-nos a quaisquer esforços administrativos e legislativos para eliminar as proteções por meio da reinterpretação das leis e regulamentos existentes. Também nos opomos fundamentalmente a qualquer política ou regulamento que viole os direitos de privacidade daqueles que se identificam como transgêneros, gêneros não-binários ou intersexo. Nas duas últimas décadas, dezenas de tribunais federais afirmaram os direitos e identidades das pessoas trans. Cientes do crescente consenso médico e científico, os tribunais reconheceram que as políticas que obrigam as pessoas a uma definição binária de gênero, determinada pela anatomia ao nascimento, não refletem as complexas realidades da identidade de gênero e da biologia humana. Reconhecendo que a diversidade e a inclusão são boas para os negócios, e que a discriminação impõe enormes custos de produtividade (e exerce encargos indevidos), centanas de empresas, incluindo os abaixo-assinados, continuaram a expandir a inclusão de pessoas transexuais em toda a América corporativa. Atualmente, mais de 80% das empresas da Fortune 500 têm proteções claras de identidade de gênero; dois terços têm cobertura de saúde inclusiva transgênero; centenas têm grupos de recursos de negócios LGBTQ+ e Aliados e esforços internos de treinamento. Pessoas transexuais são nossos queridos familiares e amigos e nossos valiosos membros da equipe. O que prejudica as pessoas transexuais prejudica nossas empresas. Apelamos ao respeito e transparência na formulação de políticas e à igualdade perante a lei para pessoas trans."

As empresas signatárias são:

  • Accenture;
  • Adobe Systems Inc;
  • Airbnb;
  • Altria Group;
  • Amalgamated Bank;
  • Amazon;
  • American Airlines;
  • Apple;
  • Automatic Data Processing Inc. (ADP);
  • Bank of America Merrill Lynch;
  • Ben & Jerry's Homemade;
  • BNY Mellon;
  • Cargill;
  • Cisco Systems Inc;
  • Citi;
  • Clifford Chance;
  • Corning Incorporated;
  • Corteva Agriscience™, the Agriculture Division of DowDuPont;
  • Deutsche Bank;
  • E. I. du Pont de Nemours and Company;
  • Facebook;
  • Fastly, Inc;
  • Google;
  • Hogan Lovells International LLP;
  • HSBC;
  • IBM Corporation;
  • Intel Corporation;
  • Intuit Inc;
  • Iron Mountain;
  • JPMorgan Chase & Co;
  • Levi Strauss & Co;
  • LinkedIn;
  • Lush Handmade Cosmetics;
  • Lyft;
  • Marriott International;
  • MassMutual;
  • MGM Resorts International;
  • Microsoft Corp;
  • Nike Inc;
  • PepsiCo;
  • Replacements, Ltd;
  • Ropes & Gray;
  • Royal Bank of Canada;
  • S&P Global;
  • Salesforce;
  • Sheppard Mullin;
  • Sodexo Inc;
  • Splunk;
  • State Street Corporation;
  • The Coca-Cola Company;
  • The Dow Chemical Company;
  • TiVo Corporation;
  • Trillium Asset Management;
  • Twitter Inc;
  • Uber; e
  • Warby Parker.

Nas últimas décadas, a luta por direitos das pessoas transgêneras, não-binárias e intersexo ganhou visibilidade e as pessoas que se identificam com outros gêneros que não os registrados durante o nascimento adentraram o mercado de trabalho, processo que também aumentou a renda do grupo, tornando-o um importante nicho de mercado. Excluir 1,4 milhão de cidadãos do mercado de trabalho e impedí-las de consumir por dificuldade de manter o sustento é, além de uma questão de Direitos Humanos, um tiro no pé do ponto de vista econômico.

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Fonte: CNBC