Dia das Mães | A importância do instinto materno na natureza
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Neste domingo (12), comemoramos o Dia das Mães. E como você já deve imaginar, o papel da mãe vai muito além da genética: em várias espécies, o vínculo materno é fundamental para o crescimento e desenvolvimento dos filhotes. Essa complexa interação biológica tem início já nos primeiros dias de gestação e se fortalece após o nascimento.
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De acordo com a bióloga Camille Vieira Ulyssea — professora de Ciências da Natureza do Colégio Marista Paranaense — para os filhotes, a mãe é o porto seguro, o guia e a fonte de amor incondicional.
"No reino animal, vemos como as mães sacrificam sua própria segurança e conforto para proteger e nutrir seus filhotes, ensinando-lhes habilidades essenciais para sobreviver no mundo", revela a especialista.
No que diz respeito a sacrifício, a ciência não poupa exemplos. Há o Caenorhabditis elegans, espécie que literalmente se sacrifica pelos filhos. Isso porque, ao morrer, deixa para trás uma secreção nutritiva que serve de alimento para a prole.
Também existe um anfíbio que deixa filhotes comerem sua pele: a espécie Siphonops annulatus. Com esses casos, podemos ver que o laço materno está até onde a gente não imagina.
Laço materno na natureza
A bióloga pontua que a maternidade vai além da genética e da parentalidade, estendendo-se ao vínculo emocional e ao papel de orientação e apoio que uma figura materna desempenha na vida de uma criança.
Mesmo além dos laços de sangue, uma mãe pode ser aquela que oferece amor incondicional, cuidado e suporte emocional a uma criança, independentemente das circunstâncias.
É possível observar, então, que a importância biológica da mãe para o crescimento e desenvolvimento da criança vem desde os estágios iniciais da gravidez até o período de amamentação, com a mãe fornecendo os nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável do bebê.
O leite materno contém uma variedade de substâncias nutritivas e anticorpos que fortalecem o sistema imunológico da criança, conferindo-lhe proteção contra doenças. No caso dos humanos, os estudo já mostraram que o leite materno protege contra covid-19 e também pode reduzir o risco de malária.
De acordo com a bióloga, a interação física e emocional entre mãe e filho durante os primeiros anos de vida também é crucial para o desenvolvimento emocional, porque a ligação estabelece uma base segura para a exploração do mundo e influencia profundamente a saúde mental e o bem-estar emocional ao longo da vida.
Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem
Além disso, a presença e o envolvimento da mãe durante os estágios iniciais de desenvolvimento têm um impacto significativo no desenvolvimento cognitivo. Segundo a especialista, a estimulação precoce, por meio de interações verbais e brincadeiras, promove o desenvolvimento da linguagem, habilidades sociais e cognitivas.
Um exemplo é que aprender a andar, a vocalizar, a caçar o alimento certo e como se proteger são habilidades passadas já nos primeiros momentos de vida por mães felinas, caninas e de outras espécies!
Por sua vez, a presença materna desempenha um papel crucial na regulação do estresse e na resposta ao medo em crianças. O contato físico e o apoio emocional fornecidos pela mãe ajudam a reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, promovendo assim um desenvolvimento emocional saudável.
Traços genéticos
Mas esse laço materno tem impactos que vão muito além das influências ambientais, já que a mãe também desempenha um papel na transmissão de traços genéticos e imunológicos para o filho. Camille Ulyssea acrescenta que essa herança genética e imunológica tem um impacto significativo na saúde e na resiliência da criança ao longo da vida.
Este Dia das Mães é a ocasião perfeita para relembrar que o instinto materno está presente no reino animal por meio de diferentes estratégias de cuidado. Desde mamíferos até aves e insetos, o comportamento materno desempenha um papel vital na sobrevivência e no desenvolvimento.