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Chegada da Barbie ao mundo profissional levou a boneca para longe do salto alto

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Warner Bros. Pictures/Divulgação
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Podiatras (médicos dos pés) australianos e britânicos de diversas universidades estudaram quase 3.000 barbies lançadas ao longo de seis décadas para notar a evolução de seus pés. A inspiração veio da cena do filme Barbie, de 2023, de Greta Gerwig, em que a boneca tem uma crise existencial ao notar que seu pé ficou chato. A metáfora, lida como a boneca encarando o mundo real, é vista como uma evolução do mercado de trabalho e dos direitos das mulheres.

A conclusão dos cientistas, por sinal, é de que o surgimento dos pés chatos nas bonecas coincide com as versões profissionais desses brinquedos, que refletem mulheres engajadas na profissão, ocupando um espaço onde os saltos não seriam mais úteis. Para o estudo, os especialistas usaram um goniômetro (aparelho de medição de ângulo) e um imenso catálogo de milhares de bonecas da Mattel, desde 1959 até junho de 2024.

Os pés das barbies e a emancipação feminina

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Analisando os ângulos dos pés de 2.750 barbies, os pesquisadores notaram que, nos primeiros 30 anos da boneca, lançada como uma modelo, o salto alto era onipresente, com 40º entre os pés e o chão. Em 1990, os primeiros modelos de pés chatos surgiram, quando a Barbie passou a ter modelos de atendente do McDonald’s, paleontóloga e desenvolvedora de jogos, por exemplo.

Em meados de 2024, 60% das novas barbies incluíam pés chatos.

Segundo os cientistas, a tendência nas famosas bonecas acompanhou mudanças nas normas de trabalho e legislação. Há algumas décadas, profissões como comissária de bordo e funcionária de banco ainda exigiam o uso de salto alto para as mulheres como parte do uniforme profissional.

O estudo com as bonecas reflete a mudança de normas sociais e legislações, mas os cientistas fazem questão de apontar que as mulheres possuem, atualmente, a liberdade de escolher se irão ou não usar saltos (mesmo no ambiente profissional), sem julgamentos da sociedade ou de profissionais de saúde, que já demonizaram o calçado por possíveis riscos. Mais do que obedecer a julgamentos arbitrários, é necessário respeitar a agência e possibilidade de escolha femininas.

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Fonte: PLOS One