Novo estudo revela sons de tartarugas e outros animais aparentemente silenciosos
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Um novo estudo publicado na Nature Communications revelou sons de tartarugas e outros animais que, anteriormente, eram considerados não vocais. Ao todo, as gravações vocais remeteram a 53 espécies. Os pesquisadores analisaram coanatos: um grupo de animais aquáticos ou semiaquáticos com uma configuração de boca e nariz que os permite respirar colocando as narinas fora da água.
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Esses vertebrados foram deixados de fora de muitas pesquisas acústicas devido à suposição de que não são vocais, mas os pesquisadores em questão suspeitaram que isso poderia não ser necessariamente o caso. Com isso, as gravações demonstram que alguns desses animais analisados realmente fazem sons.
Das 106 espécies testadas, 53 surpreenderam a equipe de estudo ao se mostrarem fazendo barulho.
As tartarugas não eram apenas barulhentas em quase todas as espécies testadas, mas também mostraram uma ampla gama de vocalizações.
Algumas espécies produziram mais de 15 tipos diferentes de cantos que utilizaram em diferentes situações, inclusive no cuidado parental.
Essas gravações foram combinadas com modelos de reconstrução de traços filogenéticos para mapear a árvore genealógica, levando a 407 milhões de anos no passado: ao Paleozoico, onde os cientistas encontraram um ancestral comum de todos os vertebrados coanatos.
Além de sustentar a hipótese de que as vocalizações dos coanatos têm origem evolutiva antiga e comum, o estudo destaca a necessidade de preencher lacunas nas pesquisas em torno de espécies pouco estudadas, como foi o caso dessas tartarugas e outros animais.
Fonte: Nature Communications via IFL Science