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O futuro dos Chromebooks

Por| 25 de Janeiro de 2022 às 10h00

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Unsplash
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No início de 2021, três carretas estacionaram no prédio da Secretaria de Educação de Barueri, um município com 274 mil habitantes na Região Metropolitana de São Paulo, e descarregaram 4.400 laptops para distribuição a professores e alunos das escolas municipais. Remessas anteriores já tinham entregado outros 10.700 computadores portáteis, e o plano da prefeitura é chegar a 30 mil unidades.

O que chama atenção à primeira vista, além da decisão positiva de fornecer computadores a estudantes de escolas públicas, é o fato de todos aqueles 15.100 laptops serem Chromebooks, um modelo que utiliza o sistema Chrome OS do Google em vez do Windows ou do MacOS e que ganha força por causa de diferenciais como simplicidade e custo mais baixo.

De acordo com um relatório da Canalys de novembro de 2021, as vendas de Chromebooks registraram uma notável evolução a partir do segundo trimestre de 2020, logo depois do início da pandemia de covid-19 que trancou as pessoas em casa. A partir daí o crescimento foi vertiginoso. De 9% de share no mercado global de computadores portáteis no primeiro trimestre daquele ano, os Chromebooks saltaram para 12%, 14% e 16% de participação nos três semestres seguintes.

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Em 2021 o crescimento se manteve até atingir 18% de share no primeiro e no segundo trimestre, até que no terceiro trimestre, entre julho e setembro, a participação dos Chromebooks encolheu para 9%, exatamente o mesmo nível do início de 2020. Essa queda brusca pode ter sido uma surpresa para a maior parte dos analistas, mas tem uma explicação que justifica por que esse texto começou com a compra feita pela prefeitura de Barueri.

A participação dos Chromebooks caiu porque os principais mercados mundiais de educação atingiram o nível de saturação na demanda por computadores portáteis. Nos países desenvolvidos — ou nos municípios mais ricos de outras regiões do mundo — que têm condições financeiras para comprar computadores para as escolas, quase todos os estudantes e professores já receberam o seu. E, para o bem e para o mal, a imagem do Chromebook foi atrelada ao uso em escolas ou em ambientes corporativos em que as tarefas são pouco complexas. Além disso, as vendas de Chromebooks também foram afetadas pela falta global de componentes.

Mais do que apenas "baratinho"

Evidentemente, o Chromebook não é apenas “um portátil mais simples e baratinho” ou o “notebook do Google”. A cada dia são lançados modelos com novos recursos, mas, para avançar além das demandas específicas da pandemia e disputar o mercado de igual para igual em qualquer cenário, será preciso se livrar dessa imagem. Isan Dutt, analista da Canalys, afirma que o Chromebook “foi o grande vencedor em 2020” e prevê “um futuro brilhante” para o notebook com o sistema operacional do Google.

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Essa percepção se baseia, sobretudo, no potencial de vendas para o setor educacional nos mercados emergentes, a fim de suprir a imenso número de escolas que ainda não conseguiram fornecer computadores a seus alunos. O crescimento acelerado entre 2020 e 2021 pode ser atribuído à rubrica “compras inadiáveis”, mas a expectativa é de que os Chromebooks encontrarão um ritmo estável de aceitação fora das salas de aula e conquistarão espaços mais amplos entre os usuários que querem pouco mais do que navegar pela internet, assistir a filmes e séries e produzir e editar textos e planilhas – ou seja, a maioria das pessoas. Os grandes fabricantes compraram a ideia e fornecem Chromebooks cada vez mais sofisticados e interessantes, com recursos como processadores para inteligência artificial e câmeras HDR.

E o conceito vai “pegar” no Brasil? Provavelmente sim, à medida que os consumidores absorverem os prós e os contras de um modelo de notebook mais enxuto e acessível. É um produto com muito potencial, e é preciso ficar de olho no desempenho que terá no mercado no início deste novo ano.