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Como Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é o filme mais importante da saga?

Por| Editado por Durval Ramos | 04 de Junho de 2024 às 15h13

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Divulgação/Warner Bros. Pictures
Divulgação/Warner Bros. Pictures
Harry Potter

Era 4 de junho de 2004 quando Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, terceiro filme da franquia cinematográfica que adaptava a série sobre bruxos escrita por J. K. Rowling, chegou aos cinemas dos EUA. Com roteiro de Steve Kloves e direção de Alfonso Cuarón (Gravidade), o filme foi, assim como seus antecessores, um arrasa-quarteirão, que faturou mais de US$ 800 milhões globalmente e confirmou que a Warner Bros. estava mesmo no caminho certo.

Vinte anos depois e com oito filmes lançados (levando em conta apenas a série principal), Harry Potter continua a ser um fenômeno cultural. Além de ter cravado seu nome na indústria de entretenimento, dado origem a parques temáticos, milhares de produtos licenciados, uma nova série cinematográfica e uma vindoura série de TV reboot, há uma magia inexplicável na trama do “menino que sobreviveu” que continua a atravessar gerações.

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Para muita gente, o filme de 2004, que mostra as aventuras de Harry Potter em seu terceiro ano em Hogwarts, é, inclusive, o mais importante de toda essa jornada. Com uma linguagem bastante diferente dos anteriores, ele ficou marcado por ditar um novo ritmo e estética aos filmes da franquia, despertando a curiosidade de muitos adultos e tirando HP do estigma de história para crianças.

Em homenagem, portanto, aos vinte anos de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e como forma de comemorar a sua influência, o Canaltech decidiu destrinchar sua relevância, apontando todos os motivos que fazem deste longa-metragem o mais importante de toda a saga. Confira e veja se você concorda com a gente.

Filme é mais dark e adulto

Não é exagero dizer que Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban mudou a imagem que o público tinha da série cinematográfica. Desde aspectos técnicos até a própria construção de roteiro, o filme apresentou elementos muito mais complexos, densos e pesados do que seus antecessores.

Para começar, este foi o primeiro e único filme dirigido por Alfonso Cuarón (ganhador do Oscar, sempre bom lembrar) para a franquia. Embora tenha sido encarregado de adaptar uma história já muito popular e com uma gigantesca base de fãs, Cuarón decidiu imprimir sua própria marca na trama.

Após a saída de Chris Columbus (Esqueceram de Mim), que esteve à frente de Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e a Câmera Secreta, o diretor apresentou uma estética mais dark nos cenários e cores do filme, ao mesmo tempo em que apostou em um tom mais soturno para sua narrativa. Não à toa, este foi o primeiro longa-metragem da série que utilizou ostensivamente cenários construídos em locações reais e teve um ciclo de produção mais longo, que durou dezoito meses.

A ideia era mostrar que os personagens haviam crescido, os perigos advindos de Voldemort e seu séquito de Comensais da Morte (representados aqui pela figura de Sirius Black) eram cada vez mais reais e os eventos vividos pelos protagonistas nesse ponto da história eram irreversíveis, marcando definitivamente o fim de sua infância e ingenuidade.

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Personagens e elementos icônicos nasceram aqui

Mas não é apenas por sua estética mais dark e densa que Harry Potter e o Prisioneiro de Azakaban se tornou tão popular e importante dentro da franquia. O título foi responsável por introduzir alguns dos personagens e elementos mais famosos do universo bruxo, que se transformariam em queridinhos dos fãs nos próximos anos.

O próprio Sirius Black, citado anteriormente, aparece pela primeira vez aqui, inicialmente como um fugitivo de Azkaban, que traiu a confiança dos pais de Harry e agora quer se vingar do menino. Conforme sua história vai sendo desvendada ao longo do filme, Sirius pula de bandido para mocinho e se torna a única família de Harry ainda viva.

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O personagem, que se tornou um dos mais amados pelo público, foi vivido por Gary Oldman nos filmes e, ao lado de Professor Lupin (David Thewlis), também apresentado no longa-metragem, traz algumas das conexões mais fortes de Harry com o passado de seus pais.

Além deles, é no terceiro filme da saga que somos apresentados a objetos e lugares marcantes do mundo de Harry Potter. Além do Mapa do Maroto e de toda a história de amizade entre Remo Lupin, Pedro Pettigrew, Sirius Black e Tiago Potter, é em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban que conhecemos a vila de Hogsmeade, a importância do Vira-Tempo e o começo da história de Snape.

O professor, que sempre foi visto com maus olhos por Harry e seus amigos, tem parte do seu passado revelado aqui, embora seja apenas mais para a frente que seus sacrifícios e lealdade sejam realmente comprovados.

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Além disso, vale lembrar, é nesta terceira parcela da franquia que conhecemos um “novo Alvo Dumbledore”, interpretado por Michael Gambon, após a morte do ator Richard Harris, em 2002. Muito mais enérgico e sem rodeios do que seu antecessor — que fazia uma versão mais serena e acolhedora do diretor de Hogwarts —, Gambon chegou a virar meme na internet por sua interpretação diferenciada, mas que marcou, definitivamente, a imagem imponente imprimida pelo personagem no resto da saga.

Harry se vê tendo que olhar para dentro

Outro ponto crucial que não pode ser esquecido quando o assunto é Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é que a história é uma das mais importantes para modelar e construir o caráter do protagonista. Embora o pequeno bruxo já tivesse passado por poucas e boas desde seu nascimento, é nesse momento que Harry amadurece e passa a ter dimensão da grandeza de sua história. E, ao mesmo tempo, do tamanho de sua solidão.

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Aterrorizado por Dementadores que o fazem lembrar da morte de seus pais, sem poder ir para Hogsmeade com os amigos e visado por um bruxo lunático que acabou de escapar da prisão, Harry se vê sozinho, amedrontado e tendo que carregar um nome e responsabilidade que não escolheu em seus ombros.

É também por isso que, pela primeira vez, o personagem consegue direcionar seu ódio para alguém de carne e osso: Sirius Black. Embora Voldemort seja a grande representação do mal que há no mundo bruxo, nos primeiros filmes o vilão apenas paira como uma ideia, uma representação de toda essa ruindade. O que leva Harry, após descobrir a traição do padrinho, a finalmente ter alguém a quem “culpar” por sua tragédia.

Pela primeira vez, o garoto se vê confrontado pelo ódio, pelo desejo de vingança e pela amargura — sentimentos que provam que nada mais será como antes. Uma narrativa que ganha ainda mais força quando Harry descobre que Sirius, na verdade, sempre foi fiel aos pais e o ama verdadeiramente. Uma revelação que o faz sonhar, ao menos que momentaneamente, com a possibilidade de ter uma família, um lar e uma vida comum.

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Complexo, intenso e visualmente deslumbrante — como se não fosse suficiente, o filme conta com cenas inesquecíveis com a de Harry sobrevoando Hogwarts com o hipogrifo Bicuço — o título é um divisor de águas na construção do personagem, que no final da história, ao ser cercado por dementadores, se vê poderoso e corajoso o suficiente para salvar a si mesmo.

Com vinte anos de história, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban poderá ser assistido hoje em sessões de cinema limitadíssimas por todo o Brasil. Para quem não tem como ir ao cinema, mas quer matar a saudade do bruxinho mesmo assim, é possível assistir ao filme no catálogo da Max.