7 filmes infantis que nos traumatizaram para a vida toda
Por André Mello • Editado por Durval Ramos |
A infância de todos nós foi marcada por grandes filmes que ajudaram a mostrar diferentes visões de mundo, nos encantaram com belas histórias e revelaram como a vida é bela. E existem filmes que tentaram fazer isso, mas só nos deixaram completamente traumatizados e com medo do amanhã.
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Muitas vezes, essas produções foram feitas com as melhores intenções, mas algum ponto específico deles gerou uma reação contrária, que apenas nos fez olhar, ainda na mais tenra idade, para o abismo e ficarmos completamente paralisados quando percebemos que ele olhou de volta para nós. Pode ser uma cena, um personagem ou mesmo um momento muito específico, mas foi o suficiente para criar marcas que somente anos de terapia ajudaram a resolver.
Escolher entre os vários filmes que tentaram e falharam miseravelmente em deixar crianças felizes foi uma tarefa difícil, mas selecionamos uma lista enxuta, porém forte, dos filmes que até mesmo nos dias de hoje, causam calafrios até em adultos.
7. Convenção das Bruxas
Convenção das Bruxas é um verdadeiro clássico da Sessão da Tarde, provando que a TV empurra traumas nas crianças não importa o horário. Baseado em obra de Roald Dahl, criador de A Fantástica Fábrica de Chocolate, o filme conta a história de um garoto de 10 anos que fica em um hotel com a sua avó. Lá, ele descobre que o local está servindo para uma convenção de um grupo de bruxas que querem transformar todas as crianças do mundo em ratos.
Já é uma ideia bastante torta e, em dado momento, o garoto é de fato transformado em um camundongo. Porém, essa não é a parte que traumatiza. Em outro ponto, a líder das bruxas, interpretada por Anjelica Huston (A Família Adams), tem o seu verdadeiro rosto revelado. Pode não parecer nada, mas para crianças nos anos 1990, isso era um absurdo. Até hoje tem que não consiga assistir a esse filme por causa disso.
Convenção das Bruxas está disponível na HBO Max, e para locação e compra no iTunes e Amazon.
6. A História Sem Fim
A História Sem Fim é um filme de aventura muito legal sobre um garoto chamado Bastian que usa sua imaginação para fugir dos problemas do dia a dia. Se você olhar bem, isso já é um pouco perturbador, mas esse não é o ponto. Um dia, ele encontra um antigo livro chamado A História Sem Fim, que o transporta para um mundo de fantasia que espera a chegada de um herói.
A imperatriz está morrendo e o mundo está em perigo. É assim que surge Atreyu, um herói que busca a cura para a imperatriz com a ajuda de Bastian. Parece muito divertido, tem um dragão com cara de cachorro gigante, tudo lindo. Só que uma cena em particular mostra como a vida pode ser cruel.
Atreyu tem um cavalo chamado Artax, um nome muito legal e imponente para um bicho. Em certo momento do filme, o herói tenta passar pelo Pântano da Tristeza, um local sujo, aterrorizador, com gritos que tomam conta de tudo e que já carrega essa aura tramática. Parece um desafio pelo qual os dois vão passar com dificuldade, mas vão conseguir, afinal de contas, é um filme infantil de fantasia.
Só que a vida não é um morango e Artax começa a afundar no pântano. Atreyu tenta salvá-lo, achando que será uma tarefa, mas é tudo em vão. Artax afunda e assim testemunhamos a sua morte. Para jogar sal na ferida, o Pântano da Tristeza consome apenas os seres vivos que se sentem tristes ao passar pelo seu lamaçal. Sim, o cavalo tava triste ali enquanto se despedia do seu amigo.
Pra que isso, minha gente?
A História Sem Fim está disponível no Prime Video, e para locação e compra no iTunes, Amazon e Google Play Store.
5. Gremlins
Gremlins é o tipo de filme que pode não ter traumatizado tanta gente assim, mas ao analisar melhor suas cenas, percebemos, na vida adulta, o quanto ele é errado.
O filme conta a história de um pai ausente que dá de presente ao filho um bichinho fofo, mas que ele não faz ideia da procedência. Em momento algum, ele tenta checar se existe qualquer registro de um animal desse tipo, mas aceita com tranquilidade regras como não molhar o bichinho ou alimentá-lo depois da meia-noite.
O garoto faz isso mesmo porque os anos 80 eram um velho oeste mesmo e o bichinho fofo e molhado e se multiplica em diversas criaturas horrendas e completamente sem controle. Não demora para elas saírem matando, bebendo e criando o caos na cidade. Tudo isso em um filme supostamente infantil.
Apesar de o longa tentar levar tudo como uma grande comédia, uma aventura para os jovens, é impossível esquecer de cenas de bichos grotescos com pistolas ameaçando os outros enquanto enchem a cara no bar. Tudo errado!
Gremlins está disponível na HBO Max, e para locação e compra no iTunes, Google Play Store, Amazon e Microsoft Store.
4. Os Fantasmas Trapalhões
Aqui as coisas vão ficando um pouco mais pessoais. Os Trapalhões marcaram gerações na TV e no cinema, com filmes que colocavam Didi, Dedé, Mussum e Zacarias em variadas aventuras. Uma delas era um filme que passava constantemente na TV chamado Os Fantasmas Trapalhões.
O grupo ganha a vida vendendo artesanato na beira da estrada, quando presenciam uma perseguição de carros que acaba em um acidente. Eles socorrem uma das vítimas que, antes de morrer, revela o esconderijo de uma fortuna, resultado de um roubo de banco. Com a ajuda de um delegado, interpretado por Gugu Liberato (sim, o Gugu!), eles partem atrás da quantia, sem saber que ela fica em um castelo mal-assombrado.
Grande trama, mas os fantasmas ou bandidos em si não causam traumas. O problema está em dado momento, com bandidos atacando o grupo, ao som de uma música mais feliz do que deveria e cantada por crianças, o delegado Gugu se engalfinha com um meliante, tomando um tiro e morrendo.
Imagine uma criança vendo o Gugu em luta corporal com um bandido, tomando um tiro e saindo do seu corpo logo em seguida. Não tem criança que assistiu a esse filme e saiu ilesa. Tanto é que eu mesmo acreditava que ele era uma alucinação da minha cabeça, mas era só um mecanismo de defesa me protegendo dessa cena.
3. Lua de Cristal
"Lua de Cristal? Quem se traumatiza com Lua de Cristal?", você pode se perguntar. É uma pergunta que faz bastante sentido, afinal o filme estrelado pela Xuxa não é traumatizante. Ele pode até mesmo ser considerado fofo.
Em Lua de Cristal, Maria da Graça vem do interior para a cidade grande para viver com sua tia e seus primos. O trio é horroroso, maltratando Maria da Graça. Ela fica amiga de sua vizinha e Bob, interpretado pelo Sergio Mallandro um jovem desajeitado que se torna seu amigo. Ela arruma um emprego graças a Bob e começa a ter aulas de canto, um grande sonho seu.
Viu só? É fofo, mas ele traz algo que pode ser traumático para várias pessoas. Em dado momento, Bob se mostra além de um verdadeiro amigo, apaixonado por Maria da Graça e, com sua mobilete, parte para salvar a sua amada. Como um passe de mágica, a mobilete se transforma em um cavalo branco e Bob no príncipe encantado da história.
Bonito, mas fica aí o lembrete para toda uma geração que o seu príncipe encantado pode ser o Sergio Mallandro. Se bem que aquilo que pode ser traumatizante para uns, pode ser o sonho para outros. Faz gluglu.
2. Em Busca do Vale Encantado
A ideia de Em Busca do Vale Encantado é boa, contando a história de um grupo de dinossauros que buscam um vale onde poderão encontrar um novo lar, já que seu lar foi devastado por um terremoto que dividiu a Terra em dois grandes continentes.
Uma aventura para a família, mas o grupo de dinossauros é formado por órfãos, já que os pais morreram no terremoto. Isso é mostrado no desenho, em que crianças tiveram que assistir à mãe de Littlefoot morrer e, ao contrário de O Rei Leão, em que vimos algo parecido, nem aparece um javali e um suricate para cantar e dançar sobre alegria de comer insetos no meio do mato. É apenas a dor do luto e a saudade por uma quantidade impressionante de sequências.
Em Busca do Vale Encantado está disponível para locação e compra no iTunes, Amazon e Google Play Store.
1. Meu Primeiro Amor
Meu Primeiro Amor é um filme que traumatiza e revolta. O filme conta a história de Vada, interpretada por Anna Chlumsky (Veep), uma garota de 11 que é obcecada pela morte, já que perdeu a mãe e o pai trabalha numa funerária. A garota é apaixonada pelo professor de inglês e quer participar de uma classe de poesia para chamar a sua atenção. Tudo errado.
Vada é amiga de Thomas, interpretado por Macaulay Culkin no auge de sua fama em Esqueceram de Mim. A amizade é bonita, é fofa e evolui de maneira inocente para o primeiro beijo entre os dois. Bonito demais.
O problema é que Thomas é alérgico a tudo. Um dia, Vada deixa um anel cair no meio do mato e, apaixonado pela amiga, Thomas vai buscá-lo. Infelizmente, ele é atacado por um enxame de abelhas e morre devido à alergia que tem.
É uma conclusão de cortar o coração, já que o primeiro amor realmente se foi assim, em um filme que deveria ser fofo e infantil. Isso por si só já seria traumático, pois a criança morreu atacada por abelhas por causa do amor, mas logo se torna revoltante ao percebermos a existência de Meu Primeiro Amor 2.
Sim, sabemos que o título original do filme, My Girl, permite uma sequência. Só que, quando éramos crianças, esse tipo de informação não entrava na nossa cabeça. Era só um grande absurdo que não fazia sentido.
Thomas morreu por nada. Em uma pancada só, crianças aprenderam que a vida é um sopro, que o amor é efêmero e que, se você tem alergia a tudo, não pode entrar no meio do mato. Olha o problema que deu. Thomas foi bobo.
Meu Primeiro Amor está disponível na Netflix, e para locação e compra no iTunes, Amazon e Google Play Store.