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Diretor de Duna critica estreia no HBO Max: "Warner pode ter matado a franquia"

Por| 11 de Dezembro de 2020 às 19h40

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Reprodução/Warner Bros
Reprodução/Warner Bros
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A decisão da WarnerMedia de lançar todos os filmes de 2021 simultaneamente no HBO Max e nos cinemas está sendo recebida pelos nomes de Hollywood das mais diversas formas. Nessa semana, a diretora Patty Jenkins, de Mulher-Maravilha 1984, declarou que "sempre defendeu os lançamentos teatrais", mas que no caso do filme estrelado por Gal Gadot, não havia opção.

Até esta sexta-feira (11), quem tinha uma opinião mais "bombástica" sobre a notícia era Christopher Nolan, que chegou a dizer que o "HBO Max é a pior plataforma de streaming", mesmo sua parceria com a Warner Bros sendo de longa data, rendendo filmes desde Batman Begins até Tenet, neste ano. Na quinta (10), foi divulgado que James Gunn, que comanda The Suicide Squad, também estaria descontente com essa distribuição híbrida.

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Informações "nos corredores" sugerem que há a possibilidade de um boicote à WarnerMedia, embora ainda não existam detalhes de como seria essa ação. Enquanto nada acontece, o diretor de Duna, Denis Villeneuve publicou em primeira mão à Variety a sua opinião sobre a decisão da WarnerMedia de lançar simultaneamente os mais esperados títulos dos estúdios no HBO Max e nos cinemas.

"Com esta decisão, a AT&T sequestrou um dos estúdios mais respeitáveis ​​e importantes da história do cinema", revela o diretor já no primeiro parágrafo. "Não há absolutamente nenhum amor pelo cinema, nem pelo público daqui [...] Embora Duna seja sobre cinema e público, a AT&T trata de sua própria sobrevivência em Wall Street. Com o lançamento da HBO Max sendo um fracasso até agora, a AT&T decidiu sacrificar a Warner Bros."

"A súbita reversão da Warner Bros vai [dos estúdios] serem um legado lar para os cineastas para uma nova era de total desconsideração traça uma linha clara para mim. A produção de filmes é uma colaboração que depende da confiança mútua do trabalho em equipe, e a Warner Bros declarou que eles não estão mais nessa equipe", continua o cineasta.

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Villeneuve não deixa de analisar como os serviços de streaming são benéficos para o público, declarando que as plataformas são "uma adição poderosa e positiva aos ecossistemas de filmes e televisão". Entretanto, o diretor deseja que o público "entenda que o streaming sozinho não pode sustentar a indústria cinematográfica como a conhecíamos antes da COVID-19."

Vale lembrar que a Warner Bros passou por diversas dificuldades durante o período pandêmico. Mulher-Maravilha 1984, por exemplo, teve a data remarcada quatro vezes antes do anúncio de ser lançado tanto nos cinemas quanto no HBO Max. Matrix 4 teve a estreia antecipada e chegará às salas de exibição ainda em 2021, enquanto The Batman, de Matt Reves, apenas em 2022. O calendário não foi totalmente fechado, e alguns filmes do estúdio permanecem sem uma data definida, como Black Adam, com Dwayne Johnson; e a adaptação cinematográfica de Minecraft.

"A decisão da Warner significa que Duna não terá a chance de ter um desempenho financeiro viável e a pirataria acabará triunfando", pontua o diretor. "A Warner Bros pode ter matado a franquia de Duna."

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Villeneuve ainda esclarece que, pela possibilidade de o inverno trazer uma segunda onda da pandemia COVID-19, apoiou a decisão de adiar o lançamento de Duna por quase um ano. O longa, agora previsto para dezembro de 2021, inicialmente chegaria aos cinemas no dia 1º outubro de 2021, afetando diretamente a estreia de The Batman.

Duna é de longe o melhor filme que já fiz. Minha equipe e eu dedicamos mais de três anos de nossas vidas para torná-lo uma experiência única na tela grande. A imagem e o som do nosso filme foram meticulosamente pensados ​​para serem vistos nos cinemas. Estou falando em meu próprio nome, embora seja solidário com os outros dezesseis cineastas que agora enfrentam o mesmo destino. Saiba que estou com você e que juntos somos fortes. Os artistas são aqueles que criam filmes e séries.
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No final do artigo, Villeneuve declara que pede à AT&T agir rapidamente com o mesmo respeito, consideração e responsabilidade fiduciária e criativa dos cineastas para proteger o cinema, descrito por ele como "meio cultural vital". "A experiência de ir ao cinema é como nenhuma outra. Nas salas escuras, os filmes capturam nossa história, nos educam, alimentam nossa imaginação e elevam e inspiram nosso espírito coletivo. É nosso legado. Viva o cinema", finaliza o diretor.

Fonte: Variety