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Crítica Mansão Mal-Assombrada | Praticamente um clássico da Sessão da Tarde

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Existe um tipo de filme que parece estar sumindo dos cinemas que é a aventura para família que não toma muito seu tempo, é divertida, mas quando acaba, você simplesmente guarda em um canto da mente e deixa lá para nunca mais mexer. Um longa que não tenta deixar gancho para uma sequência ou ser uma vitrine de merchandising. Simplesmente, um filme que se preocupa em ser apenas divertido.

Mansão Mal-Assombrada, nova adaptação do passeio dos parques da Disney, é exatamente esse tipo de filme. Apesar de claramente ser uma produção que serve como vitrine para o parque, assim como foi Piratas do Caribe, o longa parece muito mais focado em contar uma história legal do que qualquer outra coisa, algo cada vez mais raro em Hollywood.

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Uma história simples, mas bem construída

Mansão Mal-Assombrada conta a história de uma mãe, vivida por Rosario Dawson (Ahsoka), e seu filho de 9 anos que se mudam para uma mansão na região de Nova Orleans, apenas para descobrir que o lugar é cheio de fantasmas.

Para tentar resolver isso, ela contrata os serviços de um padre, vivido por Owen Wilson (Loki), que por sua vez, recruta Ben (Lakeith Stanfield), um antigo astrofísico que inventou uma lente capaz de capturar fantasmas, mas um trauma o colocou em uma vida em que fica fazendo guia por locais supostamente assombrados.

Ao tentar ajudar a família, eles acabam sendo assombrados pelos fantasmas da mansão até mesmo em suas casas, precisando retornar ao local. Aos poucos, outras figuras — como uma vidente interpretada por Tiffany Haddish (O Peso do Talento) e um professor, vivido por Danny DeVito (It's Always Sunny in Philadelphia) — se juntam ao grupo, tentando entender como se livrar dos espíritos.

Apesar de ser um filme relativamente curto, todos os personagens conseguem ser bem desenvolvidos, não parecendo simples caricaturas ou agindo de forma que não faz sentido para a história.

Ben, por exemplo, consegue ser uma espécie de protagonista da história, servindo como alguém que não acredita em fantasmas, mas por conta de uma perda importante em sua vida, acaba se envolvendo cada vez mais na tentativa de contatar o além.

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Servindo como um líder para o grupo, é Ben que ajuda a história a avançar, trabalhando também no desenvolvimento do arco dos outros personagens. Tudo isso é feito de maneira bastante leve e divertida, apesar de o tema de assombrações estar presente no filme.

Um filme da Disney que não tenta te vender bonequinhos

Algo que realmente impressiona em Mansão Mal-Assombrada é o fato que, em momento algum, ele tenta empurrar algum produto para você comprar. Por ser uma produção da Disney, é esperado que ela tente vender algum produto. Um bonequinho, uma camiseta, uma lanterninha que seja.

Pois, tirando o fato de ser uma adaptação de um passeio dos parques da Disney e a presença de alguns bonequinhos da Marvel na mão de uma criança, o filme se concentra em apenas contar uma história legal, não perdendo tempo com outras coisas. Nesse quesito, a adaptação é bem melhor que outro longa que tentou o mesmo, mas acabou falhando: Jungle Cruise.

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Provavelmente a Disney vai encontrar um meio de vender algum produto baseado no filme e, no momento em que você estiver lendo isso, em algum lugar do mundo, alguém vai pegar uma camiseta com um fantasma segurando um machado e "HAUNTED MANSION" escrito em cima. Porém, dentro da trama, isso não se torna um momento que existe apenas para vender um bonequinho esquisito.

Talvez por não precisar tanto transformar tudo em um produto, a produção funcione melhor que outras tentativas do estúdio, ajudando no ritmo que a história precisa ter para chegar a uma conclusão satisfatória.

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Um filme com começo, meio e fim

Mansão Mal-Assombrada é um filme divertido, com algumas boas piadas e personagens legais. Isso seria a receita perfeita para utilizar todo mundo em novos títulos, sendo o início de uma nova franquia. Só que o longa tem um começo, meio e fim bem definidos. Ele é fechado em si mesmo — o que é ótimo.

Não existe um gancho para uma sequência, uma menção a um universo expandido. Parece algo absurdo colocar isso como uma qualidade, mas se tornou tão comum essa vontade de ter tudo interligado, que todos os filmes precisam de sequências, que quando um longa feito para toda a família que se resolve sozinho, chega a parecer revolucionário.

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Claro que isso pode se voltar contra mim e a Disney resolver fazer uma dúzia de sequências e me deixar com cara de bobo, mas a realidade aqui é que não precisa. Você pode assistir a essa aventura sobrenatural tranquilamente e nunca ficar pensando "Mas e aquela coisa que aconteceu e ficou no ar?".

No fim das contas, Mansão Mal-Assombrada é um excelente exemplo daquele filme de Sessão da Tarde, que você assiste comendo uma pipoquinha e, quando os créditos aparecem, pensa "que legal", esquecendo dele duas horas depois. E isso estál onge de ser um problema. Em um mundo repleto de franquias gigantescas, esse descompromisso é uma qualidade.

Frente a tantas produções que tentam dar um passo maior que a perna, ter um lançamento que parece entender exatamente o que é realmente parece uma grande novidade.