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Crítica Filho da Mãe | Documentário é como um abraço nos fãs de Paulo Gustavo

Por| Editado por Jones Oliveira | 19 de Dezembro de 2022 às 22h00

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Reprodução/ Prime Video
Reprodução/ Prime Video
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O ator e humorista Paulo Gustavo conquistou os fãs desde que estreou na televisão em seu programa semanal 220 Volts, exibido no canal Multishow. Antes disso, no entanto, ele já tinha uma carreira no teatro onde arrancava risadas da plateia interpretando Dona Hermínia, uma personagem caricata inspirada na sua mãe, Dea Lúcia.

Com sua morte prematura, devido às complicações da covid- 19, Paulo deixou sua mãe, seus parentes e uma legião de fãs órfãos do seu humor e da sua alegria de viver. Pensando nisso, o Prime Video lançou, em 2022, Filho da Mãe, um documentário de uma hora e cinquenta minutos de duração que traz um retrato bonito e singelo da vida do ator.

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Diretora e uma das melhores amigas de Paulo Gustavo, Susana Garcia consegue mesclar com delicadeza os depoimentos dos amigos e familiares às cenas do ator, sem tornar o documentário mórbido ou cair no pieguismo.

A obra foca nos bastidores da turnê homônima que aconteceu em 2019 e foi uma homenagem de Paulo à sua mãe. Em cena, ele e Dea Lúcia compartilham o palco e trocam piadas e farpas que divertem o espectador. Além disso, conhecemos um outro lado do fluminense nascido em Niterói: o de cantor. Os dois se divertem entoando músicas que foram sucessos da MPB e do Pop.

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Um ode à amizade

Um dos destaques de Filho da Mãesão os depoimentos de pessoas que foram importantes na vida de Paulo. Entre elas, o ator e humorista Marcus Majella, Pedro Bial, Regina Casé e Mônica Martelli — uma das maiores incentivadoras do trabalho do ator.

A fala de Mônica foi gravada na mesma praia onde ambos filmaram o longa Minha Vida em Marte, e esse pequeno detalhe tornou a cena ainda mais emocionante e terna.

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Juntos, todos os relatos constroem uma história de amizade, sinceridade, amor e confiança. Fica claro que Paulo era importante na vida dos amigos e vice-versa. Sua principal característica era a autenticidade e a coragem de ser ele mesmo, ainda que em um mundo onde ser homossexual seja motivo de preconceito, violência e morte.

O amor de Thales Bretas

Ainda falando em depoimentos, o ponto alto da produção é, certamente, a fala de Thales Bretas (marido do ator) sobre o casamento dos dois e sobre a saga vivida para gerar duas crianças. É emocionante ver como ambos estavam conectados e unidos por um único propósito: serem pais.

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Susana mais uma vez acerta ao mostrar imagens de bastidores inéditas dos primeiros dias do humorista com seus filhos. São cenas sensíveis que retratam toda a ternura que Paulo tinha com as crianças e trazem para o espectador uma sensação de acolhimento.

As cenas de bastidores

É claro que as cenas de bastidores também são recheadas de piadas e brincadeiras, arrancando gargalhadas de quem assiste à produção. Mas elas entregam algo a mais: o lado sério e profissional de Paulo.

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Em alguns momentos, podemos vê-lo estressado com detalhes técnicos da turnê e com os ensaios da peça. Mas a cara emburrada logo se desfaz em um sorriso, mostrando que profissionalismo e mau-humor nem sempre precisam andar juntos.

A origem de tudo: Déa Lúcia

Toda essa narrativa bem construída de Filho da Mãe é ancorada na peça chave da vida de Paulo: sua mãe, Dona Dea Lúcia. Autêntica como o filho, ela não perde a alegria de viver nem quando fala da morte dele, um dos momentos mais tristes de sua vida.

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É ela quem divide o protagonismo do documentário com o humorista, e é ela também a razão de tudo isso existir. Sua fala é a mais importante e ganha destaque durante todos os 110 minutos de tela. Ponto positivo para a direção, que soube extrair o melhor de dona Déa sem desrespeitar sua dor ou cair no sentimentalismo barato.

Do riso ao choro

Grande parte do documentário é focada na vida de Paulo, deixando, no público, uma sensação gostosa de nostalgia. Na última meia hora, no entanto, a produção começa a abordar a pandemia do coronavírus, iniciada em 2020, e o medo que o ator tinha de se contaminar.

Para contar essa história, Susana usa de vídeos que ele publicou em suas redes sociais expressando seu desejo de tomar a vacina e seu medo de ser contaminado pelo vírus.

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A partir de então, o público já sabe o que vai acontecer: Paulo será contaminado, irá para o hospital e falecerá no dia 4 de maio de 2021, deixando dois filhos, um marido, uma irmã, uma mãe e vários fãs desolados.

Por mais alegria que o documentário tenha passado, a partir desse momento só é possível sentir tristeza e lástima. A obra acerta novamente ao tornar público a generosidade que o humorista teve com os profissionais que trabalhavam nos cinemas e teatros — que foram fechados devido ao lockdown.

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Paulo era amigo, sincero e honesto, e tudo isso foi muito bem colocado na tela. Susana acerta o tom e o tempo, não alonga o desnecessário e nem encurta o essencial. Filho da Mãe, é aquela obra que fica para a posteridade como um abraço nos fãs do ator. O filme mostra o que já sabemos: Paulo Gustavo será eterno!

Filho da Mãe está disponível no Prime Video.