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Crítica Air: A História por Trás do Logo | Tão arriscado quanto a história

Por| Editado por Jones Oliveira | 07 de Abril de 2023 às 20h30

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Divulgação/Amazon Studios
Divulgação/Amazon Studios

Quando anunciada a produção de Air: A História por Trás do Logo, logo pensei que poderia ser mais um filme sobre Michael Jordan, mas ainda bem que me equivoquei. Com o passar do tempo e com mais informações sobre a película surgindo, a curiosidade só aumentava, mas também uma preocupação: como transformar um filme com um astro desse calibre diretamente envolvido em algo completamente descolado dele?

A verdade é que Ben Affleck acertou em cheio ao contar a história da criação da linha de tênis mais famosa do mundo, "desprezando" a presença física de Jordan. Assistir a Air: A História por Trás do Logo te faz torcer por algo que já se sabe o resultado, graças ao mérito gigante de Matt Damon interpretando Sonny Vaccaro, o homem que transformou a indústria do marketing esportivo global.

A crítica a seguir NÃO contém spoilers!

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Não é sobre Jordan e nem sobre o tênis

Muito embora tenhamos um pedaço da história gigantesca de Michael Jordan relacionado à criação do Air Jordan, Air não é sobre o maior jogador de basquete de todos os tempos, tampouco sobre o tênis, mas sim sobre as pessoas que se arriscaram para fazer um dos maiores negócios da história do esporte.

Todo o filme gira em torno de Sonny Vaccaro (Matt Damon), que em 1984 era o responsável pelo recrutamento de novos talentos para serem patrocinados pela Nike. Com a divisão de basquete da empresa em apuros, já que o mercado era dominado pela Adidas e pela Converse, algo precisava ser feito e o draft da NBA não dava muitas opções, principalmente porque as concorrentes já estavam fechadas com nomes promissores, como o próprio Jordan, que queria assinar com a Adidas e todos sabiam.

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Coube a Vaccaro criar uma estratégia e convencer seus pares na Nike e o CEO da empresa, Phil Knight (Ben Affleck), que o certo era pegar todo o orçamento destinado a três promessas do basquete e tentar atrair Michael Jordan para ser o principal nome das campanhas da fabricante no esporte.

E por falar em Knight, Ben Affleck, que também dirigiu o filme, conseguiu transformar o caótico ambiente da empresa em algo mais familiar, tirando um pouco o aspecto voraz dos negócios. A trama sempre deixou claro que havia um bom relacionamento entre Howard White (Chris Tucker), vice-presidente da divisão de basquete da Nike e hoje atual VP da marca Air Jordan, e Rob Strasser (Jason Bateman), diretor de marketing da empresa.

Arriscado tirar um nome desse tamanho de cena

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Confesso que achei arriscado simplesmente ignorar a presença de Michael Jordan durante toda a trama de Air. Foi tão arriscado quanto a ideia de apostar todas as fichas em um jogador cujo potencial, na época, era conhecido, mas que ainda estava à mercê do futuro.

O ator que "interpreta" Michael Jordan fala uma, duas palavras em toda a trama, e não é possível ver o seu rosto. Não dá para dizer que foi agradável a forma como isso aconteceu, mas Affleck parece ter feito de propósito, talvez para, de fato, deixar nossa atenção toda em Vaccaro e como ele conquistou esse contrato milionário.

Sim, Vaccaro consegue fazer com que Jordan assine com a Nike e todos sabem disso, mas a magia do enredo é fazer com que você realmente torça por ele mesmo já conhecendo o desfecho. Esse é, talvez, o maior mérito desse filme, mesmo sendo uma película relativamente simples.

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Viola Davis brilha

Todos sabem que Deloris Jordan (Viola Davis), mãe de Michael, era quem regia a família. Quem já teve a oportunidade de ver entrevistas suas na televisão ou na internet vai se impressionar com a interpretação de Davis, que conseguiu unir a firmeza, a autoridade e a doçura características de Deloris.

A mãe de Michael, aliás, foi determinante para que a Nike fosse escolhida por seu filho, inclusive levando adiante um processo que, inicialmente, até poderia soar como ganancioso, mas que também ajudou o Air Jordan a mudar a indústria por completo.

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Claro que houve uma dramatização em cima de um roteiro já traçado pelos fatos, mas é interessante ver como Deloris tocava a carreira de Michael, sobretudo no começo, quando ele ainda era um calouro. Tivemos uma noção básica disso em O Arremesso Final, documentário da Netflix sobre o período vitorioso de Jordan no Chicago Bulls. Em Air, porém, tivemos um aprofundamento nessa relação.

Vale a pena assistir Air: A História por Trás do Logo?

Air: A História por Trás do Logo não tem a pretensão de recontar a história da criação da Air Jordan, a mais famosa linha de produtos esportivos do mundo. Entretanto, o filme é impecável em mostrar que existem muitas pessoas, sentimentos e decisões a serem tomadas, colocando em risco não apenas a concretização de um negócio, mas carreiras e vidas.

A trajetória de Sonny Vaccaro em Air mostra que a ousadia pode ser premiada e transformar uma empresa do tamanho da Nike, que nunca mais foi a mesma depois dos tênis Air Jordan.

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Peguemos isso e somemos ao ótimo elenco e ao tom familiar da trama e teremos um filme excelente para passar o tempo. Para quem gosta de basquete e temas relacionados a negócios, é um prato cheio. Quem não está nem aí para o esporte, vai se interessar pela luta de uma pessoa em busca daquilo que ela acredita. Vale a pena!

Air: A História por Trás do Logo está em cartaz em cinemas de todo o Brasil. Compre seu ingresso na Ingresso.com.