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Crítica A Cratera | Filme do Disney+ agrada, mas seria melhor nos cinemas

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Disney+
Divulgação/Disney+

Uma das principais novidades do Disney+ neste mês de maio, A Cratera é uma ficção-científica que fala sobre amizade, companheirismo e também sobre a exploração do trabalho humano e os novos caminhos possíveis no futuro. Com uma premissa interessante e excelentes efeitos visuais — no melhor padrão Disney —, o longa é uma grata surpresa, mas poderia ser ainda melhor se tivesse sido lançado nos cinemas.

Isso porque os cenários criados artificialmente para representarem a superfície da Lua, a Terra e outros pedaços do espaço sideral são simplesmente incríveis, e assisti-los na telona faria toda a diferença para a experiência do espectador. Ainda assim, não dá para dizer que A Cratera seja ruim; pelo contrário, é um filme que vai agradar tanto as crianças quanto os adultos.

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A história começa mostrando Calleb (Isaiah Russel-Bailey), um adolescente órfão que vive em uma estação de mineração lunar junto com seus outros amigos; Borney (Orson Hong), Marcus (Thomas Boyce) e Dylan (Billy Barratt).

Acontece que, após o período de isolamento, ele será enviado para Ômega, um planeta mais desenvolvido e com melhores condições de vida. Tal fato até poderia ser uma boa notícia, se para isso ele não tivesse que ficar afastado dos seus amigos para sempre. Triste e desolado, Calleb decide, então, se reunir com o grupo e roubar um rover (espécie de trator espacial) para sair da cúpula onde mora e explorar locais que seus pais costumavam visitar.

Para isso, eles contam com a ajuda de Addison (Mckenna Grace), uma menina que vivia na Terra e que tem os códigos para abrir o portão onde está o veículo. Juntos, eles partem para uma aventura que muda para sempre a vida de cada um.

Uma trama com um olhar social

Além de mostrar os amigos se divertindo e explorando novos pedaços da Lua, A Cratera também tem um viés social importante e faz uma crítica à exploração do trabalhador, mostrando que seja na Terra ou em outros lugares do espaço, a desigualdade continua a mesma.

No filme, aqueles que vivem na mineração lunar passam a vida toda vendendo suas forças de trabalho para que os ricos tenham condições de viver em Ômega, e se morrem sem cumprir o contrato acordado, o tempo restante de trabalho tem que ser cumprido por seus descendentes.

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Essa situação é abordada com a clareza e a delicadeza necessária para caber no filme, e os atores souberam dar a carga dramática ideal sem pesar a trama.

Por falar nos atores, o quinteto principal não faz feio em frente às câmeras. Mckenna Grace, que tem em seu currículo Annabelle 3, Eu, Tonya e Young Sheldon se destaca entre os quatro garotos, mas Russel-Bailey também não decepciona como o protagonista.

Um toque oitentista

Por falar nos personagens, algo que fica nítido quando assistimos ao filme A Cratera é que ele tem inspirações nas tramas dos anos 1980 como Conta Comigo e Clube dos Cinco, e quase um “quê” de Stranger Things, reforçando a amizade como ponto central da trama. Em coletiva de imprensa, Isaiah Russel-Bailey contou que revisitar esses filmes foi fundamental para construir o seu personagem, e isso, de fato, fica claro em cena.

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Mas é importante ressaltar que, ainda que passe pelos clássicos, A Cratera é moderno e atual e sabe mesclar os elementos contemporâneos com os futurísticos sem parecer exagerado ou cafona.

Por falar em acertos, o figurino da trama também merece destaque, especialmente as “roupas de astronautas”. Bem desenhadas, elas dão um charme a mais na produção que se passa no ano de 2257.

A Terra pelo olhar dos Estados Unidos

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Saindo dos acertos para os erros, A Cratera prova (mais uma vez) que os estadunidenses só sabem olhar para o próprio umbigo e entrega uma cena em que deixa claro o egocentrismo daqueles que vivem na terra do Tio Sam.

Quando os cinco amigos decidem brincar na superfície da Lua, Addison — a terráquea — resolve ensinar a eles basebol (um jogo típico do país) e ainda afirma que tal esporte é o mais popular da Terra, ignorando claramente todos os outros países do planeta e a popularidade inegável do futebol.

Esse detalhe talvez passe despercebido por muitos espectadores, e quem sabe nem incomode tanto assim quem assiste ao filme, mas não dá para negar que ver a Terra sob um viés estritamente estadunidense é bastante irritante.

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Um filme divertido, emocionante e bem feito

Por fim, mesmo com um erro aqui e outro ali, A Cratera se firma como uma boa produção do Disney+. Com pouco mais de uma hora e meia de duração, o longa entrega uma história bem escrita e bem trabalhada, com um final um tanto quanto melancólico — que não vamos contar aqui para não estragar a experiência do assinante —, mas ainda assim bonito.

Quem quiser assistir A Cratera, encontra o filme no Disney+.