Como Vender a Lua: Conheça teoria da conspiração que inspirou filme do Apple TV+
Por Paulinha Alves |

Estreou nesta sexta-feira (6) no Apple TV+ a comédia romântica Como Vender a Lua. Protagonizada por Scarlett Johansson (Viúva Negra) e Channing Tatum (Magic Mike), a produção chegou ao streaming após um lançamento limitado nos cinemas, apresentando uma história que alude a uma popular teoria da conspiração, muito repercutida nos anos 1970.
Dirigida por Greg Berlanti (Com Amor, Simon) e com pitadas de drama adicionadas ao roteiro, a história se passa em 1968 e segue os passos de Kelly Jones, uma especialista em marketing bastante conceituada, contratada pelo governo dos Estados Unidos para consertar a imagem pública da NASA.
Com a difícil missão de fazer com que as pessoas levem a sério o programa espacial e acreditem que a Apollo 11 pode sim levar o homem à lua, a publicitária começa um intenso trabalho midiático. Uma exposição que incomoda Cole Davis, diretor de lançamento da agência, nada satisfeito em comercializar o trabalho que realizam por ali.
Enquanto se bicam pelos corredores da agência e, de quebra, se apaixonam um pelo outro, um projeto ainda mais ousado e sigiloso cai no colo da publicitária, que precisa encenar um falso pouso na Lua, que funcione como um plano B para a TV caso os astronautas não consigam completar a missão.
Stanley Kubrick foi acusado de dirigir encenção
Embora seja uma comédia leve, que explore as dificuldades enfrentadas pela NASA em seu período pré-Apollo 11 – quando a Guerra Fria enfrentava um de seus capítulos mais intensos com a Corrida Espacial –, o filme faz referência a uma teoria da conspiração muito popular na época e que, apesar de já desmentida, encontra adeptos até hoje.
De acordo com boatos que surgiram no final dos anos 1960 e intensificaram-se na década seguinte, a NASA teria transmitido uma chegada falsa do homem à Lua.
Segundo rumores, a “grande mentira televisionada para o mundo” teria sido dirigida por ninguém menos do que o cineasta Stanley Kubrick, que em 1968 havia comandado o filme 2001 - Uma Odisseia no Espaço e tido contato com especialistas em foguetes para o projeto.
Mais do que imerso no mundo aeroespacial, Kubrick também havia desenvolvido para seu filme uma espécie de simulação da falta de gravidade do espaço o que, para muitos, seria um efeito criado não apenas para 2001, mas também para a chegada fabricada do homem à lua.
Conspiração conta com adeptos até hoje
Nos anos seguintes, a fake news sobre o voo da Apollo 11 tornou-se ainda mais popular, mesmo que outras seis expedições bem sucedidas tenham acontecido depois da missão e o próprio Kubrick tenha negado várias vezes qualquer participação com a possível encenação.
Para se ter ideia, em 1980, quando o diretor lançou O Iluminado, filme de terror baseado na obra homônima de Stephen King, houve até quem dissesse que o longa-metragem era uma “carta de confissão” do cineasta.
Segundo os conspiracionistas, detalhes como o suéter de Danny Torrance com os dizeres Apollo e até mesmo o nome do hotel, Overlook Hotel – que com letras reorganizadas pode ser lido como Moon Room (quarto da lua) –, foram apontados como indícios de que o cineasta estava revelando a verdade para o mundo.
Atualmente, ainda há quem acredite que o pequeno passo de Neil Armstrong, “um salto gigante para a humanidade”, nunca tenha de fato ocorrido. E, até mesmo aqui no Brasil, em uma pesquisa realizada em 2019, mais de 50 anos após o momento histórico, 26% dos entrevistados disseram duvidar que o homem tenha realmente colocado os pés na superfície lunar.
Para quem, no entanto, ficou curioso com a história e não tem medo de dar boas risadas com a teoria da conspiração, Como Vender a Lua já pode ser assistido no Apple TV+. Além de Scarlett Johansson e Channing Tatum, o filme conta ainda com nomes como o de Woody Harrelson (True Detective), Ray Romano (Everybody Loves Raymond) e Joe Chrest (Lisa Frankenstein) em seu elenco.
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