7 artistas que merecem uma cinebiografia
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira |
O cinema adora uma boa biografia — ainda mais quando envolve um ícone da cultura pop. E não são poucos os artistas cujas histórias de vida ganharam as telas, seja no Brasil ou no mundo. Do indicado ao Oscar Elvis ao brasileiríssimo Tim Maia, não faltam opções para quem gosta de saber mais sobre seus ídolos.
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Só que, ao mesmo tempo, há também uma infinidade de outras figuras emblemáticas da música cuja trajetória viraria um filme facilmente. Seja por causa de uma história de superação, pelas controvérsias que se igualam à sua genialidade ou por detalhes que o público desconhece, há um mar de possibilidades para ser explorado nas telonas.
Por isso, o Canaltech decidiu listar 7 artistas que merecem ganhar uma cinebiografia tanto para mostrar a pluralidade de facetas que essas celebridades oferecem como também um pedido para que roteiristas e estúdios se mexam para tirar essas propostas do papel.
7. Carmen Miranda
É realmente impressionante que, quase 70 anos depois da sua morte, Carmen Miranda nunca tenha ganhado uma biografia própria no cinema — com exceção do excelente documentário Carmen Miranda: Bananas Is My Business. Até porque estamos falando da artista que ajudou a construir o imaginário do que é o Brasil para o restante do mundo, muito embora ela nem fosse brasileira.
Nascida em Portugal, Carmen Miranda cresceu em nosso país e sua voz impressionou todo mundo no início do século. Só essa contradição já seria interessante em um filme, mas um longa sobre a cantora poderia se debruçar sobre as polêmicas que surgem a partir do seu casamento com David Sebastian, que viria a se tornar seu empresário.
Essa mistura de vida pessoal e profissional é apontada por muitos biógrafos como o início do fim da carreira da artista, que era um dos rostos mais conhecidos e queridos do mundo. As brigas e discussões evoluíram para violência de fato e isso a teria levado a se tornar alcoólatra.
Assim, uma biografia da artista poderia fazer justamente esse contraste entre a mulher de sorriso fácil que o público conhecia e o drama que vivia quando os holofotes se apagavam.
6. Xuxa
Fazer biografias de artistas que ainda estão vivos é sempre um assunto delicado — Bohemian Rhapsody que o diga. Contudo, é impossível pensar em um nome tão icônico para virar filme quanto a Xuxa.
E, nesse sentido, a presença de cantora e apresentadora seria mais do que bem-vinda para dar esse toque pessoal e contar a história que o público não conhece. Afinal, quem é Maria da Graça Meneghel de verdade? Quais detalhes dessa vida tão midiatizada seguem desconhecidos?
Uma boa forma de apresentar isso seria contar como a jovem modelo gaúcha se tornou a Rainha dos Baixinhos e como esse título se tornou, em muitos momentos, um fardo. Das fake news criadas em torno do seu nome à própria exploração exagerada do seu nome e da sua figura, mostrar como a figura da Xuxa invadiu a vida da Maria da Graça renderia um bom roteiro.
5. Rita Lee
A Rainha do Rock brasileiro é outra grande artista cuja história merecia um filme. A maior prova disso é que Rita Lee está lançando a sua segunda autobiografia, o que só mostra o quanto esse ícone da música nacional tem coisa para contar.
E essa adaptação já vem até com nome e música-tema pronta: Ovelha Negra. A canção de 1975 traduz muito bem a história de Rita, a filha caçula de uma família paulista de classe média que abandona os planos sonhados pelos pais para se aventurar no mundo da música transgressora dos anos 1960.
Um filme sobre ela poderia, inclusive, beber muito das referências psicodélicas que estão presentes na obra da própria cantora para criar um visual único dentro das biografias nacionais e mostrar o que é, de verdade, a trajetória de alguém verdadeiramente rock’n’roll.
4. Irmãos Gallagher
Quem é fã de Oasis nunca precisou de Casos de Família ou Programa do Ratinho. As brigas e tretas envolvendo os irmãos Liam e Noel Gallagher são tão rocambolescas que, por si só, já seriam o suficiente para rechear um roteiro do começo ao fim.
Aliás, a origem desse rancor fraternal seria um bom fio condutor da história, mostrando como o conflito entre os dois afetava todo o clima da banda e também alguns episódios marcantes dessa rivalidade — como na vez que Liam arremessou um pandeiro no irmão ou quando questionou publicamente a paternidade da primeira filha de Noel.
A coisa é tão maluca que a banda formada em 1991 acabou em 2009 com os dois deixando de se falar, mas usando as redes sociais para trocarem farpas e alfinetadas. Contudo, apesar disso tudo, eles ensaiam uma reaproximação — e isso seria o final perfeito para um filme que poderia contar tudo isso até em um tom mais de deboche.
3. Britney Spears
Um filme sobre Britney Spears dispensa qualquer explicação. A vida da artista esteve no centro das atenções há pouquíssimo tempo graças ao julgamento que pôs fim à sua tutela depois de mais de 13 anos. E todo esse confronto entre a diva do mundo pop e seu próprio pai é algo que os produtores de Hollywood com certeza já estão de olho.
E um filme seria uma boa forma de explicar toda essa história de forma mais clara e linear para o público que ficou alheio ao espetáculo que o caso se tornou ao longo de toda a última década.
Assim, veremos a ascensão da jovem cantora e como a presença do pai Jamie Spears passou a se tornar tóxica para a artista — ao ponto de ele assumir o controle não apenas de todo o patrimônio que ela construiu, mas de sua vida pessoal e da própria relação com os filhos.
2. Robert Johnson
Você certamente já ouviu falar de algum músico que vendeu a própria alma ao Diabo para se tornar habilidoso no violão. Essa é uma imagem que se tornou recorrente no imaginário popular, mas que surge justamente em torno da figura de Robert Johnson, o lendário músico americano cuja habilidade realmente parecia coisa de outro mundo.
Toda a mística construída em torno do artista já foi tema de alguns documentários e até inspiraram alguns filmes, como o Encruzilhada. Contudo, a biografia de um dos maiores cantores de blues de todos os tempos nunca aconteceu até porque pouco se sabe sobre ele.
Nascido em 1911, Johnson morreu com apenas 27 anos de idade. Contudo, todos os registros envolvendo sua origem são desencontrados — um mistério que, por si só, Hollywood poderia muito bem aproveitar. Além disso, até mesmo os relatos sobre sua morte não são precisos e também há muita especulação e fantasia em torno de como aconteceu.
O ponto é que, em meio a todas essas dúvidas e incertezas há um homem negro despontando como um dos grandes nomes da música americana em um Estados Unidos ainda bastante marcado pelo racismo — o que também ajuda a explicar a falta de detalhes sobre sua história — e como ele próprio se aproveitou da mística e das superstições para construir seu nome.
1. Belchior
Encerramos nossa lista com um dos grandes nomes da música brasileira e cuja história de vida já é um filme completo. Para além do icônico bigode e da voz marcante, Belchior é um artista bastante peculiar e cuja trajetória parece mesmo coisa de cinema. O que dizer do cantor que simplesmente desapareceu do mapa sem mais nem menos e mobilizou todo um país para encontrá-lo?
Para além desse episódio pitoresco de sua biografia, a trajetória do rapaz que quase foi padre e que se apaixonou pela música e pelos prazeres da carne é apaixonante por si só.
E esse é outro filme que já nasce com título e até escalação pronta. Fazendo jus ao nome Apenas um Rapaz Latino-Americo, o cantor cearense poderia muito bem ser interpretado pelo bigode mais famoso do Chile. Já imaginou um Pedro Pascal dizendo não estar interessado em nenhuma teoria e que amar e mudar as coisas lhe interessam mais? Sucesso na certa.