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Tartarugas gigantes revelam passado "submerso" da América Latina

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2024 às 18h29

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zooK2/CC-BY-2.0
zooK2/CC-BY-2.0

Na Colômbia, uma equipe de paleontólogos reconstroi parte das paisagens naturais da América Latina, a partir dos achados fósseis de tartarugas gigantes com 57 milhões de anos. Os pesquisadores descobriram um passado “aquático” ou mesmo “submerso” em pontos que, hoje, estão completamente secos e cobertos por florestas no continente.

Escavando um sítio arqueológico na cidade colombiana de Socha, os pesquisadores encontraram fósseis de tartarugas da espécie Puentemys mushaisaensis. Estas criaturas, que viveram entre Paleoceno e Eoceno, tinham 1,5 m de comprimento.

Embora os fragmentos dos cascos dos animais seja um achado e tanto, o que surpreendeu a equipe é que esta espécie de tartaruga gigante já era conhecida no campo da paleontologia. No entanto, os fósseis estavam restritos a uma região ao norte da Colômbia, a cidade de Riohacha.

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Considerando que as tartarugas gigantes não eram muito hábeis na hora da locomoção, os animais da mesma espécie viajavam (ou viajaram, em um grande migração) de um ponto ao outro, muito possivelmente, pela água. São mais de 500 km de distância entre as cidades.

Então, os pesquisadores defendem a hipótese de que este trajeto estava parcialmente submerso na época, como indicam no artigo publicado na revista da Asociación Paleontológica Argentina (PeAPA).

Passado submerso da Colômbia

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"A descoberta nos permite reconstruir e compreender como eram as paisagens e os ambientes da Colômbia há 57 milhões de anos", afirma Edwin Cadena, paleontólogo e professor da Faculdade de Ciências Naturais da Universidad del Rosario, em comunicado.

Para justificar tal dispersão das tartarugas gigantes por esta região na América Latina, o pesquisador sugere a existência de "lagos conectados e cadeias de montanha de baixíssima altitude".

Com isso, estabeleceram-se possíveis corredores ecológicos — partes de ecossistemas que integram áreas fragmentadas — entre os pontos, o que revela, muito provavelmente, uma passado “aquático” ou mesmo “submerso”. Estas condições favoráveis foram fundamentais para o desenvolvimento da herpetofauna local, composta por répteis e anfíbios.

Vale lembrar que, no mesmo período, outras tartarugas gigantes habitavam a América Latina, como a espécie Inaechelys pernambucensis, encontrada em Pernambuco, no Brasil. Outro exemplo é a Motelomama olssoni, do Peru. As três pertenceram à subordem Pleurodira.

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Fonte: PeAPA e Universidad del Rosario (Youtube)