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Quem foi o físico Julius Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Julho de 2023 às 12h54

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Wikimedia Commons/Gerd Altmann/Daniele Cavalcante
Wikimedia Commons/Gerd Altmann/Daniele Cavalcante

Julius Robert Oppenheimer foi um físico teórico norte-americano que desempenhou papel fundamental no Projeto Manhattan, o qual desenvolveu as primeiras armas nucleares. Conhecido como o “pai da bomba atômica”, também fez contribuições para teorias como a física quântica e a física nuclear.

A trajetória de Julius Oppenheimer

Nascido na cidade de Nova York em 22 de abril de 1904, Oppenheimer formou-se em química na Harvard College em 1925 e se dedicou à física experimental após ingressar em um curso de termodinâmica. Em 1925, graduou-se como Bacharel em Artes summa cum laude ("com o maior elogio", nas honrarias em latim).

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Estudou com J.J. Thomson, ganhador do Prêmio Nobel pela descoberta do elétron, e com Max Born, um dos maiores contribuidores da teoria quântica. Sob supervisão deste, formou-se Doutor em Filosofia (título usado não necessariamente referente à disciplina da filosofia, mas a vários campos do saber) em março de 1927 aos 23 anos.

Após a formação, Julius Oppenheimer publicou uma série de artigos que contribuíram para o campo da mecânica quântica. Entre eles, estava seu trabalho mais citado: um artigo sobre uma teoria conhecida como aproximação de Born-Oppenheimer, que, essencialmente, separa o movimento nuclear do movimento dos elétrons.

Oppenheimer foi professor associado da Universidade da Califórnia em Berkeley e colaborou com estudos de físicos como o Prêmio Nobel Ernest O. Lawrence, pioneiro do acelerador de partículas cíclotron. Suas pesquisas também incluíram campos como astronomia teórica, relatividade geral, teoria nuclear, física nuclear , espectroscopia e teoria quântica de campos. O físico previu as descobertas do nêutron, do pósitron e da estrela de nêutrons.

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Embora não tivesse muito apreço a escrever artigos longos e fazer grandes cálculos (Julius chegou a ser considerado péssimo em aritmética) por impaciência, seu trabalho era descrito por colegas como brilhante, inspirando muitos alunos e colaboradores.

A criação da bomba atômica

Em 9 de outubro de 1941, o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt aprovou um programa para desenvolver uma bomba atômica, ao qual Oppenheimer foi convidado por James B. Conant, um de seus ex-professores em Harvard para participar. Seu papel seria assumir o trabalho sobre nêutrons rápidos.

A dedicação do físico norte-americano nesse campo incluiu cálculos da propagação da reação em cadeia de nêutrons em uma bomba atômica, que lhe rendeu o título de Coordenador de Ruptura Rápida.

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O projeto Manhattan

Em junho de 1942, Oppenheimer foi selecionado para chefiar o laboratório secreto de armas do Manhattan Engineer District, que ficou conhecido simplesmente como Projeto Manhattan.

Sob a pressão de desenvolver uma arma nuclear funcional antes dos alemães atingirem o mesmo objetivo na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), Oppenheimer trabalhou em diferentes conceitos, como uma arma de fissão do tipo canhão usando o plutônio, e outra, do tipo implosão. Em agosto de 1944, ele seguiu com um projeto tipo canhão mais simples, usando urânio-235.

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Esse novo projeto acabou culminando na criação da Little Boy — a bomba que explodiu em Hiroshima em 6 de agosto de 1945. Outro projeto do tipo implosão, dessa vez mais complexo, ficou conhecido como Christy Gadget.

A primeira bomba nuclear

A primeira explosão nuclear do mundo ocorreu em 16 de julho de 1945, perto de Alamogordo, Novo México, em um local que Oppenheimer batizou de Trinity. A bomba explodiu com uma energia equivalente a 24,8 quilotons de TNT, aproximadamente. A areia do deserto derreteu, tornando-se um vidro verde radioativo batizado de trinitita, e o local ganhou uma cratera de 80 m de largura e 1,4 de profundidade.

Bombas atômicas e o pós-guerra

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Oppenheimer se orgulhou da conquista, mas após a detonação das bombas em Hiroshima e Nagasaki, expressou repulsa às armas nucleares e chegou a declarar que havia "sangue em suas mãos" em uma reunião com o presidente Harry S. Truman realizada em 1945. Apesar de enfurecido com a afirmação, Truman concedeu a Oppenheimer a Medalha de Mérito em 1946.

Em 1947, após se tornar presidente do Comitê Consultivo Geral (GAC) da Comissão de Energia Atômica (AEC), uma agência civil para controle de pesquisa e armas nucleares, as atividades de Oppenheimer incluíram o combate ao desenvolvimento de novas armas nucleares e uma luta contra a corrida armamentista durante o pós-guerra.

Devido a essas atividades, Oppenheimer foi acusado de envolvimento com comunistas e até mesmo de ser um agente da União Soviética (URSS). Seu certificado de segurança, que lhe concedia acesso a informações confidenciais de segurança nacional, foi suspenso. A decisão revogada apenas em 16 de dezembro de 2022, 55 anos depois da morte do físico por câncer na garganta.