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Queijo mais velho do mundo é encontrado no meio de múmias

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Wenying Li/CC BY-SA
Wenying Li/CC BY-SA

É muito difícil que restos de alimentos sejam preservados por milhares de anos, mas o queijo mais velho do mundo resistiu e foi encontrado entre múmias na China. O queijo kefir "ancestral", feito através do processo de fermentação, tem entre 3.000 a 3.600 anos e foi produzido durante a Idade do Bronze.

“Esta é a amostra de queijo mais antiga já descoberta no mundo”, reforça Qiaomei Fu, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências e autor do estudo, em nota. Inclusive, a mistura láctea contém a bactéria Lactobacillus kefiranofaciens, usada até hoje para o consumo humano.

“Alimentos, como queijo, são extremamente difíceis de preservar ao longo de milhares de anos, tornando esta uma oportunidade rara e valiosa. Estudar o queijo antigo, de forma detalhada, pode nos ajudar a entender melhor a dieta e a cultura de nossos ancestrais”, complementa o cientista.

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Outro queijo muito antigo foi descoberto em um túmulo egípcio, com cerca de 2.500 anos. Não era o kefir, mas o Halloumi. É um tipo de queijo feito com leite de cabra e ovelha.

História do queijo mais velho do mundo

O estudo recém-publicado na revista Cell analisou uma mistura “estranha” encontrada entre múmias que descansavam no cemitério de Xiaohe, em Xinjiang, região que fica na parte noroeste da China.

O curioso é que os arqueólogos encontraram a substância embranquecida há mais de 20 anos, mas, com base nas tecnologias disponíveis na época, não foi possível identificar com precisão a origem do material. Tudo mudou com as novas técnicas de sequenciamento de DNA antigo e da análise do DNA mitocondrial. 

"Nossa observação aqui sugere que o queijo kefir de Xinjiang da Idade do Bronze foi preparado usando leite bovino e caprino, consistente com o registro histórico da produção de kefir usando leite ruminante", afirmam os autores, em artigo.

Além da presença de DNA de vaca e de cabra, foi localizado o material genético de espécies bacterianas (Lactobacillus kefiranofaciens) e fúngicas (Pichia kudriavzevii). Ambas são usadas até hoje na produção do kefir, passados mais de 3.500 anos.

Qual a ligação com as múmias?

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É bastante intrigante pensar que as amostras do queijo mais velho do mundo foram “grudadas” no pescoço de algumas múmias chinesas. O porquê disso ainda é um mistério, mas os autores sugerem ter alguma ligação com o fato de que kefir pudesse ser algo valioso na época e fosse uma justa homenagem.

Fonte: Cell, Academia Chinesa de Ciências (EurekAlert)