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Que tal ouvir o espectro de luz dos elementos da tabela periódica?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Março de 2023 às 15h24

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Dominio público
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Que tal ouvir o som das cores? Essa é a proposta de W. Walker Smith, cientista da Universidade de Indiana, em seu trabalho de sonificação do espectro eletromagnético de cada elemento da tabela periódica.

Todos os átomos que conhecemos emitem um espectro de luz quando energizados por meio de calor ou eletricidade. Esse espectro é uma das principais ferramentas para os cientistas compreenderem a matéria visível e invisível.

A ciência que estuda os espectros emitidos (e também os de absorção) se chama espectroscopia e é fundamental para astrônomos que observam objetos a milhões de anos-luz de distância. Mas, para compreendê-los, precisamos da visão.

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Outro detalhe é que os cientistas podem identificar um elemento da tabela periódica apenas olhando seus espectros, mas isso também é algo restrito a pessoas com algum conhecimento e experiência em lidar com a espectroscopia. Para o público leigo, esse pode ser um assunto complicado, ou até mesmo entediante.

Para resolver essas questões e envolver o público interessado em ciência de um modo mais interativo e com uma experiência mais sensorial, Smith criou sons para os espectros visíveis de cada um dos elementos químicos.

Essa ideia não é exatamente nova, mas os predecessores tinham uma limitação técnica: para tocar as notas de cada espectro, eles usaram o piano, que não tem notas suficientes para abranger todas as diferenças entre os comprimentos de onda. Smith, por outro lado, conseguiu converter cada frequência de comprimento de onda eletromagnética em uma frequência de som. Depois, elas são combinadas para formar os acordes necessários para cada elemento.

O trabalho é mais complexo do que parece, pois, embora o espectro visível seja composto apenas pelas sete cores que vemos no arco-íris, existe uma enorme escala em degradê na transição entre uma cor e outra. Por exemplo, entre o azul e o verde há uma gama de tons, como turquesa e verde água.

Cada uma dessas tonalidades é formada por um fóton que viaja em um determinado comprimento de onda. Essas ondas possuem uma frequência própria e cada uma delas pode ou não ser encontrada no espectro de um elemento da tabela periódica.

Ao associar cada frequência a um som diferente, Smith conseguiu formar acordes musicais. Porém, houve ainda outro desafio: torná-los agradáveis aos ouvidos. Alguns acordes poderiam parecer estranhos, com sobrecarga sensorial, então o cientista precisou tomar algumas decisões pessoais para obter um resultado melhor.

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Já as notas que parecem desafinadas, Smith se manteve fiel ao resultado justamente para transmitir o significado científico da sonificação. “As decisões sobre o que é vital preservar ao fazer sonificação de dados são desafiadoras e gratificantes”, disse o professor Chi Wang, do departamento de música da Universidade de Indiana.

Wang acrescentou que “Smith fez um ótimo trabalho tomando essas decisões do ponto de vista musical”. O trabalho ainda será expandido até tomar a forma de uma tabela periódica interativa, permitindo que “crianças e adultos selecionem um elemento e vejam uma exibição de seu espectro de luz visível e ouçam-no ao mesmo tempo”, disse Smith.

Fonte: EurekAlert