Porcos jogam videogame da NASA em novo estudo norte-americano — e surpreendem!
Por Nathan Vieira |
Essa é uma daquelas notícias que você levanta a sobrancelha e tenta ler se é isso mesmo, então vamos lá: uma universidade norte-americana colocou porcos para jogarem videogame. O estudo realizado pela Universidade de Purdue (Indiana, EUA) foi publicado na última quinta-feira (11) na revista científica Frontiers in Psychology.
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No jogo, originalmente desenvolvido pela NASA para testar macacos, os porcos foram capazes de aprender como realizar a maioria de seus objetivos sem os benefícios de polegares em pinça ou visão aguçada. Cada um dos quatro porcos participantes do estudo em questão foi treinado para mexer em um joystick usando o focinho. Depois de dominar essa habilidade, os porcos começaram a jogar uma vez por dia por um período de 12 semanas.
A primeira fase do jogo exibia uma borda azul ao longo dos quatro lados de uma tela. O objetivo era usar o joystick para mover um cursor na tela de forma que cruzasse com qualquer uma das quatro linhas. O próximo nível exibia uma borda com apenas três delas; os porcos foram novamente encarregados de acertar uma das três. Se eles atingissem o lado vazio da tela, isso seria contado como um erro. O jogo continuou a aumentar em dificuldade, mostrando apenas duas linhas e depois apenas uma.
Durante o experimento, os porcos eram recompensados por um distribuidor automático de guloseimas quando jogavam bem, mas na falta das guloseimas, os co-autores do estudo contam que os porcos continuavam a dar respostas corretas quando recompensados apenas com "reforço verbal e tátil". Em outras palavras, gestos carinhosos e palavras de incentivo dos cuidadores/treinadores trouxeram melhores resultados no jogo.
“Existem muitos outros estudos em que os porcos mostraram uma capacidade de aprendizado muito interessante. Mas esse tipo de interface computadorizada era muito diferente”, revelou a autora principal do estudo, Candace Croney, professora da Universidade de Purdue e diretora do CAWS (Purdue Center for Animal Welfare Science). “É como qualquer tipo de aprendizagem: você vai obter variação de indivíduo para indivíduo em termos do que eles podem aprender, quão rapidamente eles podem aprender, quão bem eles executam as tarefas e quão consistentemente eles desempenham. Isso foi realmente divertido de ver. Parecia uma sala de aula. Você apenas tinha que saber algo sobre quem você estava ensinando para obter o melhor trabalho deles", explicou.
O estudo aposta em evidências de uma inteligência sofisticada presente em porcos, o que é cientificamente interessante e também tem implicações éticas para o cuidado com esses animais. “No final das contas, acho que a mensagem é esta: não tínhamos ideia de que os porcos tinham esse nível de aprendizado conceitual. Se eles podem fazer isso, o que mais eles poderiam aprender e responder?”, refletiu a autora. “Isso me obriga a ser um pouco mais cuidadosa e um pouco mais consciente do impacto que estou causando em outro ser”, concluiu.