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Pele fóssil mais antiga do mundo tem 290 milhões de anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Janeiro de 2024 às 16h12

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Mooney et al./Current Biology
Mooney et al./Current Biology

Paleontólogos encontraram o fóssil mais antigo de pele do mundo, um pequeno resto animal de 290 milhões de anos preservado em uma caverna de Calcário do estado americano de Oklahoma. Ele é, também, o exemplo mais antigo de pele de um amniota, grupo de animais ao qual pertencem pássaros, répteis e mamíferos. O recorde foi batido por incríveis 21 milhões de anos, já que o segundo colocado é um fóssil datado de 269 milhões de anos atrás.

Os restos têm o tamanho aproximado de uma mera unha humana, mas sua importância é muito grande. O tecido se assemelha ao da pele de um crocodilo, com diversas pequenas protuberâncias, e, como em seus parentes modernos, servia para manter invasores fora e sangue e vísceras dentro.

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Normalmente, algumas partes do corpo são melhor preservadas do que outras, com tecidos moles (pele, órgãos e material conectivo) se decompondo com facilidade e ossos durando mais tempo, o bastante para que rochas preservem sua estrutura — daí vem o aspecto inusitado do achado. Alguns ambientes são melhores para a preservação de tecidos moles, e esse é o caso do sistema de cavernas Richards Spur, em Oklahoma, que possui sedimentos macios e finos e pouco oxigênio, desacelerando a decomposição.

No período Permiano, entre 298 milhões e 251 milhões de anos atrás, havia uma infiltração de petróleo no local, e seus hidrocarbonetos e alcatrão ajudaram os sedimentos a preservar melhor os fósseis. Além de dinossauros tetrápodes, essas cavernas nos trouxeram alguns dos primeiros exemplos de amniotas do mundo.

A pele fóssil mais antiga do mundo

Não é apenas o fato da pele estar preservada que é impressionante, mas também a forma com que foi fossilizada — ela foi carbonizada em 3D, sendo o primeiro registro do tipo da era Paleozoica (538 milhões a 251 milhões de anos atrás). Não podemos ver apenas a pele, mas também há, provavelmente, estruturas associadas com a camada mais profunda da derme, segundo os cientistas.

Como não há esqueleto preservado, ainda não sabemos de que tipo de criatura era a pele, mas ela lembra os crocodilianos, e as regiões dobradas entre as escamas lembram a pele de animais como cobras e anfisbena (chamadas, no Brasil, de cobras-de-duas-cabeças). Segundo os pesquisadores, o fóssil demonstra que, ainda no início da diversificação dos amniotas, a pele já estava presente e era muito importante, com as protuberâncias e dobras fornecendo uma barreira potente contra os perigos ambientais.

Com os restos, a ciência também poderá descobrir mais sobre o desenvolvimento de folículos capilares em mamíferos e penas nas aves. Os primeiros mamíferos surgiram há cerca de 225 milhões de anos, segundo os registros fósseis, e as aves, há 150 milhões de anos. Por isso, o animal misterioso poderá nos dar dicas muito importantes sobre o desenvolvimento de nossa própria pele carnuda. 

Fonte: Current Biology