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Os 7 maiores mistérios do corpo humano, segundo a ciência

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Junho de 2022 às 18h19

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BrianAJackson/Envato Elements
BrianAJackson/Envato Elements

A ciência, apesar de ter solucionado inúmeros mistérios da natureza, ainda tem muito a descobrir sobre o universo — infinitas coisas, há quem diga. Ainda assim, não é preciso ir muito longe para entrar no campo do desconhecido: nosso próprio corpo humano tem uma série de coisas ainda não desvendadas. Para lembrar de algumas delas, vamos listar aqui 7 mistérios do corpo humano ainda sem solução.

Humanos peitudos

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Assim como em todas as primatas fêmeas, os seios das mulheres humanas se enchem de leite para alimentar filhos recém-nascidos. A diferença é que, nos Homo sapiens, o peito permanece inchado por toda a vida, o que não acontece com os primatas. Não sabemos a causa disso, mas muitos biólogos evolutivos acreditam que seja para o propósito de atrair machos, fazendo-os pensar que uma mulher com seios grandes poderá alimentar muito bem o seu bebê — apesar de o peito conter gordura, e não leite, como um truque da natureza.

Já os antropólogos teorizam que os seios evoluíram para as mulheres e seus bebês, não para os machos, notando que vários culturas não acham glândulas mamárias grandes nem um pouco sexy. O cientista Florence Williams, por exemplo, acredita que o peito permanentemente inchado sirva para suprir as necessidades energéticas dos cérebros grandes dos bebês humanos, guardando gordura e a repassando para o filho na amamentação. Nenhuma das teorias, no entanto, foi comprovada.

Fraqueza perante os macacos

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A musculatura da nossa espécie, a humana, é muito semelhante à de outro primata com quem compartilhamos ancestrais: o chimpanzé. Se você pegar um espécime, depilá-lo e mostrar apenas do pescoço até a cintura, sequer poderá notar que não se trata de um humano. Apesar disso, eles podem ser duas ou três vezes mais fortes do que nós: não sabemos, no entanto, o que gera essa diferença.

Kevin Hunt, cientista da Indiana University que trabalha com primatas, certa vez viu uma chimpanzé fêmea de 38,5 kg quebrar um galho de Olneya (ou Pau-ferro, uma árvore que faz jus ao seu apelido) apenas usando as pontas dos dedos. Para realizar o mesmo feito, ele teve de usar as duas mãos e toda a força que pôde juntar. Uma teoria diz que as pontas de ligamentos entre nossos músculos podem ser diferentes, ou que as fibras dos nossos músculos podem ser menos densas; nada comprovado até agora, no entanto.

Destros e canhotos

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Contabilizando a predominância da cada mão dominante nos seres humanos, observamos que 9 em cada 10 pessoas são destras. Esse fenômeno é incomum na natureza: normalmente, o que se observa é a ambidestria. Não sabemos por que nos especializamos no uso de apenas uma mão nem por que a direita predomina, mas acredita-se que a culpa é de como nosso cérebro é formado.

As ligações cerebrais são mais intrincadas no lado associado à fala, que também é responsável pelo refinamento da coordenação motora. Já que o centro da fala costuma ficar no hemisfério esquerdo do cérebro — que é responsável por controlar o lado direito do corpo —, a mão direita pode ter acabado ficando dominante dessa forma. A hipótese não é confirmada, já que nem todos os destros controlam a fala a partir do hemisfério esquerdo, enquanto metade dos canhotos usam esse lado para a função.

Apêndice: inútil ou não?

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Temos uma porção de partes vestigiais em nosso corpo, isto é, coisas que tiveram uma função evolutiva, mas hoje em dia têm função apenas estética ou sequer isso, como os sisos ou os músculos usados para mexer as orelhas. O apêndice é geralmente considerado uma dessas partes, já que removê-lo não parece causar efeitos negativos no corpo. Alguns biólogos, no entanto, contestam essa classificação.

Algumas hipóteses científicas dizem que ele pode ajudar a treinar o sistema imune durante o desenvolvimento na fase fetal, ou abrigar bactérias que ajudam na digestão, repopulando o trato digestivo com micróbios saudáveis quando uma diarreia os expulsa de seu lugar. Apesar da própria terminologia dizer que o órgão é um adendo, um restolho, pode ser que ele não seja, afinal de contas.

Assunto cabeludo

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Que temos muitos pelos, todos sabem. O que não sabemos é porque temos tantos pelos pubianos: mais rígidos e enrolados, teoriza-se que eles sejam ornamentos sexuais, formas mais visuais de demonstrar maturidade e de guardar feromônios bem odoríferos. Outras hipóteses dizem que sua função possa ser a de manter a região protegida e aquecida, ou servir como forma de evitar atrito e assaduras na hora do sexo. De qualquer forma, os pelos pubianos andam bem desvalorizados.

Micróbios do bem

Alguns punhados do seu corpo não fazem parte de você — para cada célula do corpo, há cerca de 10 micróbios em nosso sistema, chegando a representar de 1% a 3% do nosso peso total. Alguns deles ajudam na digestão, outros limpam a pele, mas o grosso desses seres tem funções ainda desconhecidas. Mesmo pessoas saudáveis têm um certo nível de vírus malignos no corpo, que podem fazer mais do que apenas o mal para nós.

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Uma das consequências do uso de antibióticos, por exemplo, é a eliminação de algumas bactérias boas do sistema gastrointestinal, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes, como diabetes tipo 1. Ainda estamos longe de saber tudo o que vírus e outros micróbios fazem nessa relação simbiótica com nosso corpo.

Penso, logo teorizo

Um dos maiores mistérios do corpo humano — e, dizem alguns filósofos, de todos os tempos — é a consciência. Temos cerca de 100 trilhões de conexões neurais, que, de alguma forma desconhecida, nos dão a capacidade de estar cientes de nós mesmos e do mundo de forma que nenhum animal, até onde sabemos, consegue.

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Um neurocientista, V.S. Ramachandran, sumariza bem a questão: "Qualquer cérebro, incluindo o nosso, é feito de átomos forjados no coração de estrelas incontáveis e extremamente distantes, há bilhões de anos. Essas partículas ficaram à deriva por éons e anos-luz, até que a gravidade e a sorte os trouxeram para cá. Esses átomos agora formam um conglomerado — seu cérebro — que não apenas consegue pensar nas estrelas que lhe originaram, mas também em sua própria habilidade de pensar e se perguntar acerca de sua própria capacidade de se perguntar. Com a chegada dos humanos, é dito que o universo de repente se tornou consciente de si mesmo. Isso, de verdade, é o maior mistério de todos."

Fonte: LiveScience