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O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (11/09/2018)

Por| 11 de Setembro de 2018 às 16h46

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Nature
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Terça-feira, aquele já tradicional dia de recapitular as notícias científicas que rolaram nos últimos dias, trazendo as mais interessantes devidamente resumidas aqui no Canaltech. Tudo para que você, entusiasta da ciência e da astronomia, fique bem informado!

Buraco na Estação Espacial Internacional

Um buraco foi descoberto na cápsula russa Soyuz, acoplada à ISS, causando vazamento de oxigênio. Rapidamente os astronautas que ali vivem consertaram a situação, mas logo em seguida surgiu a polêmica quanto à causa do problema. A agência espacial Roscosmos iniciou uma investigação, enquanto a NASA declarou publicamente que o furo podia ter sido causado por um micrometeorito, ou apenas por erro humano.

Só que a agência russa não descartou a possibilidade de sabotagem, uma vez que sua investigação entendeu que o buraco teria sido feito por mãos humanas, provavelmente usando uma broca. Já a NASA se mostrou contra a ideia de sabotagem, causando um climão entre as duas nações.

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Novos jeitos de transformar luz solar em energia

Pesquisadores do Reino Unido conseguiram, pela primeira vez, realizar fotossíntese de maneira artificial, convertendo a luz solar em energia. Eles focaram seus estudos em fotólise de água, processo em que a planta (contando com sua clorofila) conta com a energia luminosa para separar os átomos da molécula de H2O.

No processo artificial, usaram o hidrogênio como fonte de energia limpa e renovável, e os cientistas já conseguiram bons resultados de absorção de luz e produção energética dessa maneira.

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O primeiro tubarão onívoro

Tubarões são estritamente carnívoros, certo? Bom, era isso o que se acreditava até então, mas pesquisadores estadunidenses estão estudando uma espécie de tubarão que é capaz de se alimentar de carnes e também de plantas. O tubarão-de-pala (Sphyrna tiburo) é um pequeno tubarão-martelo que atinge, em média, 1,5 m de comprimento.

Os cientistas mostraram que este tipo de tubarão é capaz de digerir e absorver nutrientes de ervas marinhas, sendo, portanto, o primeiro tipo conhecido de tubarão onívoro.

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Campo magnético de Júpiter devidamente mapeado

Usando dados da sonda Juno, cientistas dos EUA e da Dinamarca conseguiram mapear o campo magnético de Júpiter — e ele é diferente de tudo o que se imaginava, sendo bastante estranho, na verdade.

Já era sabido que o campo magnético do gigante gasoso era "diferentão", mas o mapa deixa isso ainda mais explícito: para início de conversa, ele é extremamente forte, sendo 20 mil vezes mais forte do que o campo magnético da Terra, além de muito mais complexo.

O nosso campo magnético é predominantemente dipolar, como se um ímã em barra atravessasse o centro do planeta, com polos norte e sul. Mas, em Júpiter, esse campo emerge de uma ampla seção do hemisfério norte, reentrando ao redor do polo sul, próximo à chamada Grande Mancha Azul do planeta. Nos outros lugares, o campo é muito mais fraco.

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Campos magnéticos são gerados por líquidos condutores no interior de um planeta e, quando combinados com sua rotação, geram o magnetismo — o que é chamado de dínamo planetário. Em nosso planeta, o dínamo opera dentro de uma crosta espessa e uniforme; mas, em Júpiter, os pesquisadores acreditam que o núcleo do planeta não é uma bola sólida de gelo e rocha, mas sim uma massa de fragmentos de rocha e gelo praticamente dissolvida no hidrogênio metálico líquido. Isso, portanto, poderia criar camadas cuja dinâmica geraria o campo magnético assimétrico observado.

Clonando um cavalo de 40 mil anos

Um filhote de cavalo congelado há 40 mil anos, encontrado na Sibéria, está sendo usado por cientistas na tentativa de se fazer uma clonagem do animal extinto. Os pesquisadores estão tentando encontrar, nos restos mortais do animal preservado, células que facilitem o processo de clonagem, colhendo, depois, um óvulo de cavalo moderno para fabricar artificialmente um embrião clonado do potro milenar.

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O embrião, então, seria inserido em uma mãe de aluguel, que, se tudo der certo, dará à luz a uma criatura que não vive em nosso planeta há milhares de anos. Confiante, a equipe acredita que o sucesso dessa missão pode ser um trampolim para uma possível futura clonagem de um mamute igualmente extinto há milhares de anos.

Robô com cérebro de neandertal consegue andar

Não é filme, é a vida real: o geneticista brasileiro Alysson Muotri recriou o cérebro neandertal artificialmente, inserindo-o em um pequeno robô que foi ensinado a andar.

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Os minicérebros de neandertais possuem conexões neurais muito parecidas com as de um bebê, e esse aspecto primitivo é justamente o que o pesquisador está explorando. Os primeiros resultados sugerem que a estrutura cerebral dos primeiros homo sapiens tinha habilidades cognitivas e sociais melhores do que os neandertais.

Antártida é o continente mais detalhado do planeta

Cientistas dos EUA conseguiram, de maneira colaborativa, criar o mapa mais detalhado da Antártida, chamado REMA (Modelo de Referência de Elevação da Antártida). Agora, este é o continente melhor mapeado do planeta.

Com 100 vezes mais nitidez do que as representações anteriores, o mapa é um retrato preciso de 98% da extensão da Antártida, com uma margem de erro mínima (entre 2 e 8 metros). Para tal, foram usados dados de telescópios que monitoram a região, com a ajuda de um supercomputador para processar a imensidão de dados. O mapa pode ser conferido em alta resolução aqui.

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Desmarcada colisão entre estrelas prevista para 2022

Não é como se as estrelas tivessem "desistido" de colidir; na verdade, um erro de digitação em dados de observatórios levou a uma previsão incorreta de quando as estrelas, da constelação de Cygnus, colidirão. A previsão inicial era para o ano de 2022, com o choque gerando uma luz intensa e avermelhada que seria vista aqui da Terra.

Os dados usados na previsão tinham uma discrepância de 12 horas no tempo do eclipse entre as duas estrelas do sistema binário KIC 9832227. Agora, ainda não se sabe quando o fenômeno vai acontecer, mas os pesquisadores envolvidos no estudo continuarão os cálculos, com os dados considerados corretos desta vez, na tentativa de fornecer uma nova previsão.

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Fazendo chover no deserto do Saara

O maior deserto quente do mundo é o Saara, que não para de crescer. Por receber muita luz solar, há diversos projetos que pretendem capitalizar o imenso potencial de energia solar desta região, mas uma nova pesquisa mostra que fazendas de energia solar e eólica poderiam, na verdade, fazer chover no deserto do Saara.

"Descobrimos que a instalação em larga escala de parques solares e eólicos pode trazer mais chuva e promover o crescimento de vegetação nessas regiões", explicou a cientista atmosférica Eugenia Kalnay. Ela disse também que "o aumento da precipitação é uma consequência das complexas interações terra-atmosfera que ocorrem porque os painéis solares e as turbinas eólicas criam superfícies de terra mais escuras".

Seria bastante complicado, no entanto, construir essa infraestrutura por lá, com uma fazenda solar do tamanho da China ou dos Estados Unidos. Contudo, caso isso seja palpável, o complexo forneceria cerca de 82 terawatts de energia elétrica por ano, tornando possível nossa independência dos combustíveis fósseis. Ah, para se ter noção do que significam 82 terawatts/ano: em 2017, a demanda global de energia foi de 18 terawatts. Ou seja, uma instalação monumental como essa no deserto do Saara produziria muito mais energia do que atualmente necessitamos em todo o mundo.