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Nova espécie de abelha com "focinho de cachorro" é descrita na Austrália

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Novembro de 2022 às 15h31

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Prendergast/Journal of Hymenoptera Research
Prendergast/Journal of Hymenoptera Research

Uma nova espécie de abelha, com um focinho largo como o de um cachorro, foi encontrada no bush (pradaria) australiano, em Perth, no oeste do país. O curioso animalzinho recebeu o nome científico Leioproctus zephyr, em homenagem ao cão do autor do estudo, Kit Prendergast, tutor de um cão chamado Zephyr.

O gênero da abelha recém-descrita, Leioproctus, engloba mais de 300 espécies do animal, encontradas pela Australásia e América do Sul, onde há clima temperado. Sua distribuição é bem restrita, segundo os cientistas, aparecendo em apenas 7 locais do sudoeste australiano até agora.

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Nariguda e enjoada

A nova espécie é bem enjoada na hora de comer: os pesquisadores notaram que a abelha nariguda só se alimenta de espécies do arbusto florescente Jacksonia, declinando quaisquer outras flores. O espécime que levou à descrição foi capturado com uma rede entomológica durante um estudo das populações de abelhas das pradarias no entorno do oeste australiano urbanizado.

Após a captura, Prendergast notou que a aparência da abelha era peculiar, exatamente pelo focinho avantajado. Consultando o especialista Terry Houston, do Museu do Oeste Australiano, ele descobriu que a espécie ainda não havia sido descrita — apesar de já haver sido coletada na natureza em 1979.

A zephyr é distinta de todas as outras espécies do gênero Leioproctus, apresentando uma ponte medial grande no centro do clípeo — a região em formato de escudo na fronte das abelhas — e tendo uma protuberância considerável na metade superior . A característica é presente tanto nos machos quanto nas fêmeas, que são relativamente pequenos, com 6 mm a 6,9 mm de comprimento corporal.

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Com características tão marcantes, é possível concluir que a abelha, por ter sido descrita formalmente apenas agora, tem uma população bem pequena na região em que habita. Com distribuição reduzida, de apenas cerca de 40 km², e uma dieta bem restritiva, há uma preocupação acerca da conservação da L. zephyr, que pode ser ameaçada pela urbanização crescente da região — objeto inicial do estudo, nota-se.

Fonte: Journal of Hymenoptera Research