"Noite estrelada": famosa pintura de Van Gogh obedece às leis da física
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

A pintura “Noite Estrelada”, do holandês Vincent Van Gogh, parece representar a atmosfera da Terra de forma mais realista do que se pensava. A famosa tela traz uma verdadeira explosão de cores e formas que, além da beleza, representam o céu noturno conforme as leis da Física. A descoberta é de pesquisadores da China e da França.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- Raio-x em pintura revela autorretrato escondido de Van Gogh
- Atmosfera da Terra lembra pintura de Van Gogh — e isso é um problema
Na tela, as estrelas aparecem mergulhadas em ondulações de amarelo e brilham como se tivessem reflexos na água. Van Gogh pintou a tela de uma forma que criou uma ilusão tão realista dos movimentos no céu que levou cientistas atmosféricos a se perguntarem o quão alinhada a cena estava com processos que realmente ocorrem na natureza.
Claro, não dá para medir o movimento atmosférico na pintura — mas das pinceladas, sim. “A escala das pinceladas teve papel crucial”, descreveu Yongxiang Huang, autor do estudo. “Com uma foto digital em alta resolução, conseguimos medir com precisão o tamanho típico das pinceladas e compará-las às escalas esperadas das teorias da turbulência”, explicou.
Foi assim que eles descobriram que os redemoinhos da tela realmente estão de acordo com as leis dos fluxos de turbulência. Estas estruturas também estão alinhadas com a chamada Lei de Kolmogorov, uma teoria da turbulência que prevê o movimento atmosférico e sua escala com base na energia inercial.
Além disso, a pintura está de acordo também com a chamada Escala de Batchelor, que descreve as leis da energia em uma escala pequena e passiva, que acompanha o movimento atmosférico. Ela foi observada nos “processos de difusão das partículas de pigmento no óleo [da tinta]”.
Segundo os autores, é raro encontrar ambas as escalas em um único sistema atmosférico. “Parece que é hora de propor uma nova definição de turbulência para abraçar mais situações”, observou Huang.
O artigo que descreve os resultados foi publicado na revista Physics of Fluids.
Fonte: Eurekalert