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Múmias misteriosas encontradas no deserto da China trazem passado inusitado

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Outubro de 2021 às 15h00

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Wirestock/Freepik
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Cientistas acabam de divulgar novas descobertas sobre as múmias encontradas na Bacia do Tarim, na China. O material estava em excelente estado de preservação, que aconteceu naturalmente pelo ar seco do deserto, e a nova análise genética descobriu que essas pessoas viveram há cerca de 2 mil anos.

Segundo os pesquisadores, as múmias são diferentes de outros habitantes antigos da região, contando com feições mais ocidentais. Essas pessoas usavam roupas de lã coloridas, e foram enterradas ao lado de restos do que representa uma cultura agrícola, como gado, ovelhas, cabras, trigo, cevada, queijo e painço.

A pesquisa revela ainda um detalhe bastante peculiar sobre o local em que as múmias foram encontradas no deserto árido: em caixões em forma de barco e cobertos com peles de vaca. O estudo concluiu, com a análise, que se tratavam de descendentes diretos dos antigos eurasianos do norte (ANE), caçadores coletores que viviam na Eurásia e na Sibéria. Mesmo desaparecendo há cerca de 10 mil anos, a pegada genética desses antepassados ainda pode ser encontrada nos indígenas atuais das Américas e na Sibéria.

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De acordo com os cientistas, a descoberta é curiosa porque enterros em barcos e roupas de lã não estão associados ao deserto. Além disso, essa população não era recém-chegada no local, mesmo que a sua ancestralidade derivasse de lá. Christina Warriner, professora de antropologia de Harvard e autora sênior do estudo, diz que, mesmo geneticamente isolados, os povos da Idade do Bronze da Bacia do Tarim eram cosmopolitas.

"Eles construíram sua culinária em volta de trigo e laticínios do Oeste da Ásia, e plantas medicinais, como a efedra, da Ásia Central", diz a pesquisadora. O estudo descobriu também que eles não se misturavam com populações mais próximas, formando um isolamento genético, diferentemente de outras populações que viveram na mesma região e no mesmo período.

A equipe de cientistas analisou também a genética de outros cinco restos mortais de 3000 a 2800 anos atrás, da bacia vizinha de Dzungarian, trazendo uma história bem diferente. Essas múmias eram descendentes de ambas as populações locais, além de pastores ocidentais que contam com ligações genéticas com o povo da cultura Yamna, da Idade do Bronze.

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O estudo foi publicado na revista científica Nature.

Fonte: IFL Science