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Magma da Terra primitiva se solidificou mais rápido do que o imaginado

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Fevereiro de 2023 às 15h09

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Imagem: pierre c. 38/CC BY-NC-SA 2.0
Imagem: pierre c. 38/CC BY-NC-SA 2.0

Há bilhões de anos, quando a Terra havia acabado de se formar, todo o planeta era coberto por um vasto e profundo oceano de magma. Cientistas haviam estimado que seriam necessários centenas de milhões de anos até ele se solidificar. Agora, pesquisadores da Florida State University demonstraram que o processo foi bem mais rápido do que se pensava.

O magma que compõe o manto terrestre está longe da superfície, emergindo apenas ocasionalmente, na forma de lava durante erupções vulcânicas, mas nem sempre foi assim. O oceano de magma que um dia foi a Terra é parte importante da história do planeta e entender sua evolução ajuda a compreender como as camadas internas do mundo que habitamos foram criadas.

Para estudar dinâmicas relacionadas ao interior da Terra, cientistas podem usar experimentos laboratoriais, mas existem limitações em termos da quantidade de pressão que é possível alcançar. É provável que a pressão exercida no fundo do oceano de magma do passado fosse três vezes maior do que é possível reproduzir. É preciso, então, recorrer a modelos computacionais: Mainak Mookherjee e seus colegas de estudo rodaram seis meses de simulações em computadores de alta performance, de forma a reduzir incertezas presentes em pesquisas anteriores sobre o tema.

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O resultado foi um período muito mais curto de solidificação — apenas alguns poucos milhões de anos. Ainda pode parecer muito, mas o valor é duas ordens de grandeza abaixo das centenas de milhões antes estimadas. Além dessa contribuição, a pesquisa também ajudou na compreensão da diversidade química presente no manto terrestre.

O resfriamento do magma em camadas superiores forma cristais que acabam afundando na própria substância, a profundidade em que eles vão parar depende de sua densidade. Ao mesmo tempo, diferentes camadas do magma se tornam mais ou menos viscosas por conta da composição dos cristais. A viscosidade na superfície ainda vai influenciar a taxa de resfriamento, já que um fluido menos viscoso esfria mais rapidamente.

A pesquisa indicou que o oceano de magma que formava a Terra primitiva era muito viscoso. Isso favoreceu a formação de cristais densos, que afundaram rapidamente, dando início a um processo chamado cristalização fracionada. As diferentes camadas formadas dessa forma criam a diversidade química que é observada nas amostras coletadas a partir de erupções vulcânicas ou em dorsais oceânicas.

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Fonte: Nature Communications Via: Phys.org