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Grande Muralha da China depende de biocrostas para se manter em pé

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Dezembro de 2023 às 15h40

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Hike2hx/Pixabay
Hike2hx/Pixabay

A Grande Muralha da China começou a ser construída há mais de 2.000 anos e, desde então, se mantém de pé, embora diversos trechos tenham sido erodidos pelas forças da natureza. Em alguns pontos, a construção é fortalecida por uma inusitada biocrosta, constituída por cianobactérias, musgos, líquens e outros organismos vivos.

A importância da biocrosta na preservação da Grande Muralha foi revelada recentemente por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências. No estudo, a equipe analisou oito amostras coletadas em diferentes pontos da construção, que é considerada um Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Biocrostas na Muralha da China

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Antes de seguir, vale comentar como a Muralha da China foi erguida. Hoje, as partes mais visitadas da construção são feitas de pedras e tijolos, como é possível ver na imagem acima. Só que esta não é, nem de longe, a constituição padrão de toda essa estrutura que tem mais de 21.000 km.

Algumas partes da muralha foram construídas de taipa, ou seja, feitas a partir do solo compactado com cascalho e outros materiais naturais. Com a chuva, o sol e o vento, agindo por milhares de anos, o risco de erosão é alto. No entanto, a biocrosta exerce um importante papel de proteção, segundo estudo publicado na revista Science Advances.

A seguir, confira trechos feitos de taipa:

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Por definição, essas biocrostas são constituídas por musgos e cianobactérias — um grupo de bactérias que consegue produzir energia a partir da fotossíntese e tem a coloração esverdeada. Esses organismos podem proteger a construção das forças corrosivas, criando um escudo e impedindo a erosão na maioria das vezes.

“Em comparação com [partes da muralha em que há apenas] terra batida, as seções cobertas por biocrosta exibiram porosidade, capacidade de retenção de água, erodibilidade e salinidade reduzidas em 2% a 48%, enquanto aumentavam a resistência à compressão, resistência à penetração, resistência ao cisalhamento e estabilidade agregada em 37% a 321%”, afirmam os autores.

Risco das mudanças climáticas

Segundo os cientistas, a predominância de musgos era mais benéfica para a proteção da muralha em comparação com a maior ocorrência de cianobactérias. Uma das explicações está no fato dos musgos formarem camadas protetoras mais grossas.

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Na contramão da importância da descoberta, os autores também identificaram que a biocrosta é afetada negativamente pelas mudanças climáticas. Isso porque as crostas mais espessas, com musgos, são substituídas por camadas mais finas, com cianobactérias, conforme as temperaturas médias esquentam. Estas bactérias precisam de menos água. Oportunamente, essa mudanças no perfil pode comprometer as estruturas.

A partir desses achados, os pesquisadores devem buscar maneiras de proteger as biocrostas já existentes, enquanto podem induzir a criação dessa camada em áreas mais desprotegidas, o que poderá fazer com que a Grande Muralha da China permaneça em pé por mais milhares de anos.

Fonte: Science Advances e Science