A hidrelétrica gigante da China afeta a rotação da Terra?
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper | •

A Barragem das Três Gargantas, que cruza o rio chinês Yangtze, é uma usina hidrelétrica tão massiva cientistas da NASA sugerem que ela seria capaz de desacelerar a rotação da Terra, deixando nossos dias um pouco mais longos. A construção da hidrelétrica começou em 2006, mas foi somente em 2012 que ela iniciou suas operações.
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Ela foi construída para evitar que inundações devastassem os vilarejos ao longo do rio Yangtze como aconteceu em 1931, ano em que uma cheia do rio causou a morte de 3,7 milhões de pessoas. Além do controle das inundações, o projeto da barragem tinha também os objetivos de produzir energia hidrelétrica e melhorar a navegação.
Considerada a maior hidrelétrica do mundo em relação à capacidade total, a Barragem das Três Gargantas é capaz de produzir 22.500 MW e distribui energia para milhões de pessoas por meio de 34 grandes geradores.
Para gerar tanta energia, ela precisa de infraestrutura à altura: no nível máximo, a água dela chega a 175 m acima do nível do mar, e seu reservatório é capaz de armazenar 39,3 km cúbicos de água.
A hidrelétrica da China e a rotação da Terra
Quando está operando em capacidade máxima, a água da usina pesa 42 bilhões de toneladas; neste caso, o nível da água dos reservatórios dela sobe em 90 metros. Este aumento de aumento de massa faz com que haja mais peso em um lugar do que havia antes e afeta o momento da inércia da Terra, um fenômeno que descreve a inércia de um corpo em rotação em relação ao seu movimento.
Quanto maior a distância da massa em questão em relação ao seu eixo de rotação, menor é a velocidade com que ela gira. Para entender melhor, imagine um patinador de gelo: ele consegue reduzir o momento da inércia quando deixa os braços bem próximos do corpo. Assim, gira mais rápido em torno de si mesmo.
No caso da usina, cientistas da NASA calcularam que o aumento de massa poderia desacelerar levemente a rotação da Terra, aumentando a duração dos dias em 0,06 microssegundos. Além disso, a diferença faria com que nosso planeta ficasse um pouco mais redondo na parte central e achatado na parte superior, causando ainda uma mudança de 2 cm na posição dos polos.
Fonte: NASA