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Fóssil de feto de preguiça gigante ainda dentro da mãe é achado em Minas Gerais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Julho de 2023 às 17h46

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Bill Abbott/CC-BY-S.A-2.0
Bill Abbott/CC-BY-S.A-2.0

O fóssil de um feto de preguiça gigante foi encontrado em Minas Gerais, e, mais surpreendente ainda, dentro da ossada da mãe — a impressionante descoberta tem, na verdade, 40 anos, mas sua divulgação só foi feita agora, após estudos serem realizados nos restos dos animais.

Com cerca de 20 mil anos, os espécimes de Nothrotherium maquinense foram achados na Gruta de Maquiné, na cidade de Cordisburgo, centro do estado de Minas Gerais. O feto estava muito bem preservado, em condições descritas como “extraordinárias” pelos cientistas ao site G1.

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Em entrevista ao veículo, o pesquisador Cástor Cartelle Guerra, da Universidade Federal de Minas Gerais, responsável pela descoberta, disse não se tratar de um achado apenas raro, mas sim raríssimo, se referindo ao feto ainda no interior da mãe. O cientista passou as últimas 4 décadas estudando e descrevendo o fóssil, e deve publicar os resultados em breve nos periódicos científicos relevantes.

Preguiças gigantes no Brasil

Os fósseis tinham, respectivamente, 6 metros de comprimento, no caso da mãe, e 25 centímetros, no caso do feto. O N. maquinense fazia parte das já extintas preguiças terrícolas, popularmente conhecidas como preguiças gigantes, animais da megafauna pré-histórica que desapareceram no final do período Pleistoceno. A mesma espécie da pesquisa foi encontrada pelo paleontólogo Peter Lund, dinamarquês considerado pai da paleontologia e arqueologia no Brasil, e descrita por ele em 1839.

O Brasil abriga diversos vestígios desses grandes animais do passado, como uma toca no Distrito Espeleológico da Serra do Gandarela, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com 340 metros de comprimento — ela era visitada por diversas espécies de preguiça gigante há mais de 10 mil anos.

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Ela faz parte de uma série de paleotocas, chamadas assim por conterem indícios de terem sido criadas por animais pré-históricos, como marcas de garras feitas ao cavar e deslocar a terra e as rochas. Na semana passada, a paleotoca recebeu proteção da Justiça mineira, dada sua importância paleontológica.

Em agosto de 2010, estudos espeleológicos revelaram a existência de 69 cavernas indicadas como possíveis paleotocas na Serra do Gandarela. Como a toca de 340 metros foi a única a apresentar sinais claros da passagem de animais pré-históricos como as preguiças terrícolas, apenas ela recebeu a proteção governamental.

Fonte: G1 (1, 2)