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Fóssil de dinossauro "galinha do inferno" foi descoberto por um estudante

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Zubin Erik Dutta, Atkins-Weltman et al./PLOS One
Zubin Erik Dutta, Atkins-Weltman et al./PLOS One

Uma espécie nova de dinossauro descrita em janeiro tem mais aspectos interessantes do que parece — e tudo sobre o extinto réptil já é curioso, desde o nome Eonephron infernalis (“Galinha-faraônica-da-alvorada-do-inferno”). Além de ter aproximadamente o peso de um ser humano, ele foi descoberto por um estudante de doutorado em paleontologia de vertebrados.

É a primeira vez que um estudante descreve um novo dinossauro, marco alcançado na Universidade Estadual de Oklahoma, onde o americano Kyle Atkins-Weltman é discente. O modo como o fóssil chegou à sua mão também é interessante — os restos vieram de um revendedor particular, e eram descritos como sendo de outra espécie.

Descobrindo a galinha faraônica do inferno

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Os ossos adquiridos por Atkins-Weltman eram da pata traseira, e foram encontrados na Formação Hell Creek, que já rendeu muitas descobertas à paleontologia. Acreditava-se que eles eram da espécie Anzu wyliei, mais especificamente de um indivíduo juvenil da espécie, maior de que o E. infernalis.

Foi então que análises de histologia (anatomia microscópica) mostraram tratar-se de um adulto, que o estudante de doutorado identificou pertencer a uma nova espécie. O americano era tutor de um lagarto-do-nilo chamado Faraó, que faleceu, o que o levou a homenagear o dinossauro com seu nome.

Outros aspectos do nome científico incluem Eo, que significa “alvorada”, em grego, e Neophron, nome dos abutres egípcios (conhecidos como “galinhas do faraó”). Já infernalis se refere a Hell Creek (riacho do inferno, em tradução livre). Atkins-Weltman pretende seguir com a formação em paleontologia e usar a descoberta, que atribui a toda a equipe, a atrair mais estudantes para sua universidade.

O achado é importante na ciência por conta de sua época: ele é do Maastrichtiano, entre 72,1 milhões a 66 milhões de anos atrás, a última idade do período Cretáceo. Descobrir a nova espécie mostrou à equipe que havia pelo menos três tipos diferentes de um mesmo gênero de dinossauro na Formação Hell Creek, ou seja, uma diversidade e uma ecologia maiores do que se esperava.

Alguns estudos sugerem que, antes da extinção pela queda do meteorito no final do período Cretáceo, os dinos já estavam em decadência, mas o achado reforça que sua diversificação ainda se encontrava em franco avanço no continente da Laurásia, o que provavelmente manteve os grandes répteis em crescimento estável até a queda do asteroide.

Fonte: PLOS One