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Espécie inédita de peixe com pulmão conviveu com os dinossauros

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Kenneth Lu/CC-BY-2.0
Kenneth Lu/CC-BY-2.0

Um peixe pulmonado de 210 milhões de anos, encontrado no Zimbábue, foi nomeado em homenagem a um caçador de fósseis amador, famoso por já ter encontrado restos de diversos animais em suas aventuras pelo Sul da África — É Steve Edwards, que emprestou seu nome à espécie Ferganoceratodus edwardsi.

Edwards é um guia de safári que, no tempo livre, caça fósseis, já tendo encontrado um novo dinossauro e um phytossauro, réptil ancestral parente dos crocodilos. O F. edwardsi foi um contemporâneo dos dinossauros, aliás, no Período Triássico, fazendo parte dos peixes pulmonados, que estão vivos já há 420 milhões de anos, podendo ser encontrados até os dias atuais.

Peixes pulmonados e a evolução

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Como o nome já indica, os peixes pulmonados possuem uma maneira de respirar incomum — apesar de possuírem bexiga natatória, como outros peixes ósseos, eles desenvolvem um tipo de pulmão adaptado mais tarde no ciclo de vida, permitindo respirar fora d'água.

A característica foi importante para o momento evolutivo em que os nadadores do passado migraram para a terra,  tornando-se tetrápodes — criaturas de quatro patas que deram origem aos vertebrados terrestres. Assim, o fóssil ajuda a ciência ao revelar como seu corpo funcionava, mostrando como foram as inovações biológicas que permitiram a terrestrialização.

Uma dessas características é a curiosa capacidade de “hibernar” durante épocas de grande calor — os peixes pulmonados conseguem se enterrar em tocas cobertas de muco, fazendo um casulo que só deixa a boca de fora, para respirar. O bicho consegue ficar sem água ou comida por até quatro anos na posição, garantindo a sobrevivência.

Segundo os cientistas do Museu de História Natural de Londres, que estudaram o fóssil e publicaram sobre ele na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, o achado mostra que não é preciso ser um paleontólogo profissional para fazer descobertas importantes à ciência, demonstrando a importância da colaboração civil para o conhecimento humano.

Fonte: Journal of Vertebrate Paleontology