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Cromossomo Y está desaparecendo da espécie humana

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Fevereiro de 2024 às 18h35

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frender/envato
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Portador de um gene que determina a ocorrência do sexo masculino, o cromossomo Y está “sumindo” na espécie humana. No entanto, a sua completa extinção só vai acontecer em 11 milhões de anos, período suficente para o surgimento de um novo gene que determina o sexo. Resumindo, este não será o fim dos homens, e a espécie se perpetuará.

Para tranquilizar os aflitos, duas espécies (conhecidas) de ratos já perderam o cromossomo Y na natureza, mas sobreviveram e fornecem valiosas pistas sobre o futuro da humanidade.  

O que é cromossomo Y?

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Para a maioria dos mamíferos, incluindo os humanos, as fêmeas têm dois cromossomos X, enquanto os machos têm um único X e um pequeno cromossomo chamado Y — sim, ele é menor que os outros.

O X contém cerca de 900 genes, sendo que a maioria deles desempenha papéis não relacionados ao sexo biológico. No caso do Y, são aproximadamente 55 genes e bastante material genético sem utilidade conhecida.

Em relação ao sexo, o cromossomo Y contém o gene sexual “mestre” SRY. Nas primeiras semanas da gestação, o SRY é ativado e inicia o desenvolvimento dos testículos nos embriões, possibilitando a produção futura dos hormônios, como a testosterona

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Por que o cromossomo Y está "sumindo"?

O que está provocando o desaparecimento do Y ainda é um mistério para a ciência, mas este cromossomo já tem menos genes que o X, por exemplo. Em média, cinco novos genes são perdidos a cada milhão de anos. Em 11 milhões de anos, terá sumido por completo.

O que vai acontecer com os humanos?

Calma! Jenny Graves, professora de genética da La Trobe University, na Austrália, explica que a espécie humana não deve evoluir para a existência apenas de fêmeas ao final deste período.

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“Alguns lagartos e cobras são espécies exclusivamente femininas e podem produzir ovos a partir de seus próprios genes por meio do que é conhecido como partenogênese. Mas isto não pode acontecer com humanos e nem com outros mamíferos”, afirma Graves, em artigo para a plataforma The Conversation.

Aprendendo com os roedores

Para a especialista, o futuro da espécie humana está mais próximo do que já aconteceu com alguns roedores selvagens, como o Microtus rossiaemeridionalis, do leste europeu, e o Tokudaia muenninki, do Japão. Ambos continuam a se reproduzir, mesmo sem o cromossomo Y.

No caso do rato japonês, um recente estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS) detalha as mudanças entre os genes e como novos machos surgem durante a gestação.

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A seguir, conheça esta espécie de rato:

Liderado por pesquisadores do Japão, incluindo membros do Instituto de Tecnologia de Tóquio, o estudo revela que a maioria dos genes presentes no Y foram realocados para outros cromossomos e novos também surgiram. Assim, os machos continuam a nascer, mas a partir de novos caminhos, envolvendo um gene determinante do sexo diferente.

Fonte: PNAS e The Conversation