Confirmado: rotação do núcleo da Terra está ficando mais lenta
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
Um novo estudo de pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, confirmou que a rotação do núcleo da Terra realmente está desacelerando. Os resultados são importantes para ajudar os pesquisadores a investigarem as respostas de novas perguntas sobre os processos no interior do nosso planeta.
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O centro da Terra é o lar de um núcleo externo feito de ferro derretido e níquel. Esta camada fica entre o manto e o núcleo interno, uma esfera densa de ferro e níquel encontrada a 4.800 km abaixo da superfície terrestre.
"O núcleo interno desacelerou pela primeira vez em muitas décadas. Recentemente, outros cientistas defenderam modelos semelhantes e diferentes, mas nosso último estudo oferece a resolução mais convincente”, comentou John Vidale, autor que liderou no novo estudo.
Segundo os autores, a mudança na velocidade de rotação do núcleo interno poderia mudar a duração dos nossos dias. Caso você esteja pensando em ajustar seu relógio, pode ficar tranquilo.
“[Seria] muito difícil perceber, [a mudança seria] na ordem de um milionésimo de segundo, quase perdido no ruído da agitação dos oceanos e da atmosfera”, acrescentou Vidale.
Rotação do núcleo da Terra
Para este estudo, Vidale e seus colegas analisaram leituras de 121 terremotos repetidos ocorridos entre 1991 e 2003 ao redor das Ilhas Sandwich do Sul, no Atlântico Sul, e de alguns testes nucleares. Cada evento causou reverberações significativas no interior do planeta.
Depois, eles mapearam as formas como essas ondas se aceleram, desaceleram e interagem, e estimaram a posição e movimento do núcleo interno da Terra. Foi assim que a equipe descobriu que o aparente movimento retrógrado do núcleo interno em relação à superfície, que parece ter começado em 2010, pode ter acontecido como resultado do movimento constante do externo.
Outra possibilidade é que esta mudança seja resultado de forças gravitacionais. De qualquer forma, mudanças do tipo não são incomuns, e mostram como o interior do nosso planeta é dinâmico. "A dança do núcleo interno pode ser ainda mais animada do que sabemos até agora", finalizou Vidale.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.