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5 podcasts de ciência que você precisa conhecer

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Setembro de 2021 às 20h00

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Tobias Heine/Pixabay
Tobias Heine/Pixabay

O hábito de ouvir o rádio foi substituído pelo hábito de acompanhar podcasts por muita gente. Podcasts com os mais diversos tipos de conteúdo e assuntos existem aos montes para ouvir, seja online e ao vivo, seja offline depois de baixar o episódio para escutar quando quiser. Essa variedade de conteúdos e assuntos disponíveis no formato de podcast é um de seus grandes diferenciais — e, claro, podcasts de ciência fazem parte dessa onda.

Segundo a PodPesquisa 2019/2020, realizada pela Associação Brasileira de Podcasters (abPod), “ciência é o terceiro assunto mais procurado pelos brasileiros quando se trata desta mídia, ficando atrás apenas de cultura pop e humor/comédia”.

Pensando nisso, o Canaltech não apenas reuniu cinco ótimos podcasts de ciência que você precisa conhecer, como conversou com cada um de seus idealizadores para entender mais desses projetos, que, apesar da diferença nos formatos, têm em comum o objetivo de popularizar o conhecimento científico por aí.

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Ciência Sem Fim

Lançado no dia 25 de agosto deste ano pelos Estúdios Flow, o podcast Ciência Sem Fim é apresentado pelo divulgador científico e geógrafo Sérgio Sacani, conhecido por seu trabalho no SpaceToday, bastante popular no YouTube e nas redes sociais e referência no debate sobre astronomia e exploração espacial. Mesmo antes de sua estreia, o Ciência Sem Fim já alcançava a marca de mais de 10 mil seguidores em suas redes sociais e 22 mil inscritos no YouTube.

O principal objetivo do novo podcast é fazer conversas descontraídas sobre pesquisas científicas das mais diversas áreas, onde os convidados vão desde especialistas até pessoas leigas no assunto, mas que são envolvidas com a ciência de alguma maneira. Em entrevista ao Canaltech, Sérgio Sacani explicou que sua principal expectativa com o programa é trazer a ciência de forma simples e acessível para todos, além de apresentar ao grande público alguns cientistas brasileiros que realizam trabalhos incríveis, mas são pouco divulgados.

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A ideia para o programa veio a convite dos Estúdios Flow, quando apresentaram a Sacani esta demanda de seu público. “Fiquei muito feliz com o convite e com todo apoio que eles deram desde o início. Também por todo apoio da equipe que está trabalhando junto e empenhada para fazer o melhor programa possível”, acrescentou o geólogo. Com o passar do tempo — e dos novos episódios —, ele espera construir uma bela comunidade que entenda o papel da ciência na sociedade.

Toda quarta e sexta-feira, o Ciência Sem Fim lança novo programa, com duração média de 2 horas, sempre com um tema diferente e um novo convidado presente. O podcast está disponível no canal do YouTube e no Spotify.

Ciência Suja

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O Ciência Suja é um podcast no formato true crimes (“crimes reais”, na tradução literal), que se debruça em acontecimentos reais. Apresentado pelos jornalistas de saúde Theo Ruprecht e Thaís Manarini, o programa se propõe a abordar o valor da ciência através de seu mau uso. “Ou seja, o que acontece com a sociedade quando o método científico é deixado de lado ou é deturpado? E como a própria ciência pode ajudar a sociedade a superar esses episódios?”, explicou Ruprecht ao Canaltech. Não é à toa que o slogan do programa é: "em crimes contra a ciência, as vítimas somos todos nós".

O Ciência Suja traz um conteúdo jornalístico que desperta o interesse para o método científico, mas por um ângulo diferente. Em seu primeiro episódio, lançado em 19 de agosto deste ano, os apresentadores contam a história de uma pílula desenvolvida por um químico de uma renomada universidade brasileira que a distribuía de graça prometendo a cura para todos os tipos de câncer — até que a própria ciência foi usada para desmenti-lo.

Como um bom podcast true crimes, o programa entrevista pessoas envolvidas na trama e especialistas no assunto e, assim, traz detalhes inéditos e seus desdobramentos até os dias atuais. “O que queremos é, através de maus exemplos, divulgar a ciência de qualidade e os valores do método científico para o maior número de pessoas”, acrescentou o jornalista.

Por enquanto, a primeira temporada tem apenas dois episódios, com novos a cada 15 dias tendo, em média, 50 minutos de duração. O programa está disponível nas principais plataformas de streaming de áudio ou no site do projeto.

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Missão Exoplaneta

Como o nome já indica, o Missão Exoplaneta é um podcast mais voltado para o campo da astronomia, mas que dialoga constantemente com outras áreas do conhecimento. Apresentado pela divulgadora científica Julia Brazolim, o programa esclarece dúvidas bem comuns sobre o universo, apresentando conceitos e informações relacionadas com a área — o que inclui o uso de obras da cultura pop e entrevistas com especialistas.

O Missão Exoplaneta busca incentivar a observação astronômica, promover a ciência brasileira e outros projetos que têm em comum a popularização da ciência. Além disso, dá espaço para cientistas apresentarem seus trabalhos e pesquisas ao grande público, instigando a reflexão do papel de cada um em sociedade. Em entrevista ao Canaltech, Brazolim disse que a astronomia é, talvez, uma das ciências mais encantadoras — e basta uma simples obervação do céu estrelado para despertar aquelas dúvidas mais fundamentais.

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Quando questionada sobre a importância dos podcasts de ciência no Brasil, Julia Brazolim disse que os considera essenciais. “A divulgação científica ocupando e estando presente em mídias diferentes conquista os mais diversos públicos”, acrescentou. Para ela, essa mídia se destaca por sua capacidade de se combinar com afazeres do cotidiano, como ouvir um episódio enquanto lava a louça, por exemplo — sobretudo àqueles que não conseguem prestar atenção em vídeos ou textos.

O Missão Exoplaneta foi lançado em fevereiro de 2019 e, a cada mês, lança até dois episódios que duram cerca de uma hora cada, dependendo do tema abordado. O programa está disponível nas principais plataformas de podcasts e também no site do projeto.

Ciência de A a Z

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O Ciência de A a Z é produzido e comandado pelo biólogo e doutor em zoologia Diego Santana. Através de sua vivência em pesquisas de campo e visitas em escolas, ele encontrou a ideia para o programa, com o objetivo de não apenas informar assuntos científicos, mas, principalmente, abordar os diferentes saberes da humanidade que passam por estas discussões.

Em conversa com o Canaltech, Santana revelou que já gostava de fazer divulgação científica, mas, até então, atuava apenas nas áreas relacionadas ao seu trabalho como biólogo. O Ciência de A a Z apresenta não apenas os saberes da humanidade, como também, através de seus convidados, revela por quais caminhos as pesquisas científicas se constroem.

No episódio mais recentes, por exemplo, o Ciência de A a Z debate sobre o tema da bioacústica — a ciência que estuda os processos sonoros emitidos pelos organismos —, trazendo uma perspectiva multidisciplinar deste campo do conhecimento, que passa pela biologia, física, matemática e outras. Para desvendar as diferentes formas de estudar o som da natureza, Santana entrevistou especialistas no assunto.

Lançado em maio de 2020, o Ciência de A a Z lança episódios que duram de 50 a 120 minutos cada, abordando diversos temas, como fisiologia vegetal, paleontologia e até mesmo astronomia. O programa está disponível na maioria das plataformas de podcasts, mas também pode ser conferido no site do projeto.

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Ciência Ao Pé do Ouvido

O Ciência Ao Pé do Ouvido surgiu na Diretoria de Comunicação Social (DIRCO) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, sob a coordenação da jornalista Diélen Borges. À frente da edição e da apresentação do programa, a jornalista Josielle Ingrid Soares, que também atua na DIRCO, aborda diversos temas com o olhar dos cientistas entrevistados. O nome do programa remete a essa relação íntima entre o ouvinte e o podcast, que fala literalmente “ao pé do ouvido” de quem o ouve.

Embora seja produzido dentro de uma universidade, o Ciência Ao Pé do Ouvido tem como principal objetivo levar os debates pela ótica da ciência ao grande público — tanto é que os temas abordados nos episódios do programa chegam como dúvidas em comentários nas redes sociais. Em entrevista ao Canaltech, a apresentadora Josielle Ingrid Soares explicou que a ideia é que os cientistas respondam diretamente essas dúvidas e sugestões do público.

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Além disso, Soares relatou que, para ela, todo o seu trabalho de escrever a pauta, buscar fontes, gravar as conversas e editar significa entregar à sociedade, de forma clara e prática, o que já é dela. “O conhecimento está aí. Eu sou só uma facilitadora para ele chegar menos ‘academiquês’ e mais acessível a quem quiser. E construir junto, não é mesmo? Construir junto faz total diferença”, acrescentou.

Desde sua estreia em fevereiro do ano passado, o programa já está em sua segunda temporada. Os episódios duram de 19 a 120 minutos, abordando temas como a origem dos sotaques, pseudociências e física quântica. Até junho deste ano, o podcast era mensal, mas deste então é publicado semanalmente na maioria das plataformas de áudio e também pelo site do projeto.

Fonte: com informações de abPod