Vendas de carros 0km batem recorde em julho com incentivo do governo

O programa de incentivos do Governo Federal para impulsionar a volta do carro popular ao Brasil fez com que o mês de julho se tornasse o melhor do ano em vendas de veículos 0km, segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

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O órgão divulgou que foram comercializados 215.711 novos carros no período, número 20% superior ao total de junho (179.685) e 27,5% maior do que os emplacamentos registrados entre os dias 1º e 31 de julho de 2022.

Segundo a Fenabrave, o resultado das vendas do segmento de veículos leves em julho de 2023 foi o melhor desde dezembro de 2020 e, de quebra, o 10º melhor para o mês em toda a história do ranking.

As vendas de carros novos em julho de 2023 também estabeleceram um recorde para o ano. O melhor mês até então havia sido o de março, com 186.574 emplacamentos. Em coletiva, José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave, afirmou que uma enorme parcela do resultado deve ser creditada aos descontos oferecidos para carros até R$ 120 mil.

“De forma efetiva para autos e leves, a iniciativa, aliada aos descontos oferecidos pelas montadoras e suas redes de concessionárias, além das taxas especiais dos bancos das fabricantes, aqueceu o mercado automotivo, que enfrenta um ano desafiador, em função da perda do poder de compra da população e da alta seletividade de crédito por parte das instituições financeiras".

Fenabrave vê desafio para manter mercado aquecido

Constatado o sucesso do programa de incentivos do Governo Federal nas vendas de carros 0km, o órgão, agora, quer manter o mercado aquecido. Na visão do presidente da Fenabrave, a chave está em elevar a oferta de créditos para o consumidor ter em mãos o chamado “poder de compra”:

“O desafio, a partir de agora, é encontrar formas para manter este mercado aquecido, e o crédito é um dos principais desafios. Por isso, a Fenabrave acredita ser necessária a criação de um plano sustentado de recuperação do setor automotivo que não seja temporário e não envolva perda de arrecadação de impostos. A ideia é ter mecanismos de crédito que permitam ao consumidor readquirir poder de compra”.

Os incentivos fiscais chegaram ao fim no dia 7 de julho e, desde então, muitos modelos de carros ficaram mais caros, com valores até maiores do que os que estavam sendo cobrados antes dos descontos. Os reflexos dessa decisão, porém, só serão sentidos após o fechamento do mês de agosto.