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Taxas de juros e preços de 0km aquecem mercado de carros velhos

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Wes Hicks/Unsplash/CC
Wes Hicks/Unsplash/CC

A produção de carros novos no Brasil cresceu no comparativo com 2022, mas segue abaixo dos níveis pré-pandemia. Isso tem relação com os altos preços cobrados pelas montadoras para a venda e, também, das taxas de juros praticadas atualmente no país.

Este “combo”, porém, não está afetando somente a produção de carros novos, mas também as vendas tanto dos 0km quanto dos seminovos e usados “jovens” — aqueles com até, no máximo, 10 anos de fabricação.

A constatação foi feita pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) após a divulgação de seus últimos relatórios. De acordo com o órgão, de 2019 até 2022 as vendas deste tipo de veículo no segmento de usados caíram de 63,7% para 51%. A procura pelos “velhinhos”, porém, saltou de 36,3% para 49% no período.

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A Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) também comprovou essa migração ao divulgar que, entre janeiro e março de 2023, foram realizadas 3,36 milhões de transferências de propriedade (compra e venda) de carros com 13 anos de fabricação, número equivalente a 21,8% do total.

A venda de carros usados com fabricação entre 11 e 15 anos saltou de 17,8% em 2019 para 25,5% em 2022. Em compensação, carros com fabricação entre 4 e 7 anos reduziram o percentual de vendas de 30,7% para 19,8% no mesmo período.

Busca por carros “velhinhos” pode piorar o trânsito

José Andreta Junior, presidente da Fenabrave, explicou de maneira simples o porquê muitos consumidores estão deixando de comprar carros 0km ou pouco usados para buscar veículos mais antigos, com preços mais em conta:

“O que está ocorrendo prova que o poder aquisitivo dos consumidores caiu e que muitos não conseguem mais chegar ao carro novo. Há também o deslocamento nas faixas dos usados”.

O presidente da Fenabrave alertou, porém, que essa busca maior por carros com idade avançada pode ter consequências ruins para todos, com efeitos diretos no trânsito. Segundo Andreta Junior, esse tipo de carro é “menos seguro, polui mais e corre mais risco de quebrar em vias públicas, causando congestionamentos”.

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É por isso que é extremamente importante estar atento aos detalhes e dicas na hora de comprar um carro usado para não correr o risco de ficar na mão.