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Stellantis vai apostar em carros híbridos flex no Brasil

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Stellantis
Divulgação/Stellantis

A Stellantis anunciou na manhã desta sexta-feira (31) um plano completo de eletrificação de sua linha de carros no Brasil. Em apresentação, a empresa controladora de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën confirmou que vai focar no desenvolvimento de modelos híbridos flex, com forte aposta no etanol para a diminuição dos níveis de emissão de CO².

Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul, os benefícios do etanol são mais vantajosos tanto no aspecto econômico quanto no ambiental. Para isso, a empresa fez testes pesados com vários tipos de motorização para validar sua aposta no modelo híbrido + flex.

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O exercício contou com a parceria da Bosch, que deve ser a principal fornecedora de motores elétricos para esses carros no futuro. A empresa alemã instalou um simulador de emissões em um Jeep Compass, que foi abastecido com etanol e percorreu uma distância de mais de 240km. O resultado foi o seguinte:

  • Gasolina (E27): 60,64 kg CO2eq
  • 100% elétrico (BEV) com energia europeia: 30,41 kg CO2eq
  • Etanol (E100): 25,79 kg CO2eq
  • 100% elétrico (BEV) com energia brasileira: 21,45 kg CO2eq
"Percebe-se que há um empate técnico entre o uso do carro 100% elétrico com nossa matriz energética e um carro abastecido 100% com etanol. Esses dados foram importantes para que optássemos pela aposta no híbrido movido, prioritariamente, a etanol. É um ciclo virtuoso importante, que vai desde o plantio até o veículo", disse Filosaa , em entrevista coletiva.

Empresa criada para acelerar esse processo

Como parte de sua estratégia de incubação de startups, a Stellantis já revelou quem vai ser o principal pilar no desenvolvimento dos híbridos a etanol. Trata-se da sua empresa Bio-Electro.

Segundo Filosa, a Bio-Electro vai atuar com um grande conjunto de parcerias estratégicas, visando acelerar o desenvolvimento e implementação de novas soluções de motopropulsão e de descarbonização da mobilidade. Seu grande objetivo estratégico é nacionalizar soluções, tecnologia e produção, impulsionando uma onda setorial de reindustrialização.

"Vamos trazer a produção desses veículos para a América do Sul, principalmente o Brasil, onde temos algumas de nossas plantas mais modernas, como a de Goiana, em Pernambuco. Precisamos atingir um nível de escala de produção realmente vantajoso e esse processo passa pela fabricação local", comenta Filosa.

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A Stellantis, assim como a Volkswagen já anunciou em um passado próximo, considera todo o ciclo de produção do etanol para validar essa estratégia de descarbonização por meio do combustível de cana, no que é conhecido como economia circular. Começa no desenvolvimento de produtos mais eficientes em termos de CO² e na cadeia de fornecedores, passa pela manufatura mais eficiente, pelo produto, pela rede de concessionários e pelo usuário. Ao fim do ciclo do produto, outro ciclo se abre, com a remanufatura, reuso e reciclagem.

Como ficam os elétricos?

Segundo Filosa, os carros elétricos devem ser 20% do mix de vendas da Stellantis em 2030 aqui no Brasil. A empresa promete seguir investindo e trazendo modelos importados com essa motorização, mas segue com o discurso de que o etanol nos traz uma grande vantagem sobre outros países.

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"O Brasil tem uma matriz energética limpa e o elétrico segue fazendo sentido por aqui. Mas, enquanto não atingimos um nível de escala maior, o híbrido a etanol segue sendo o modelo mais adequado para o nosso mercado. Isso nos traz uma vantagem", explica o executivo.

Ao Canaltech, Filosa também tratou de deixar bem clara qual é a posição da empresa sobre a gasolina sintética, que deve ser a solução na Europa, por exemplo. "Nós não precisamos da gasolina sintética, pois ela é muito cara para ser desenvolvida e, como já temos toda uma cadeia de etanol moderna e eficiente, não faria sentido fazer essa troca", salientou.

A ideia da Stellantis é de, ainda este ano, apresentar seu primeiro grande passo rumo à eletrificação com etanol. Não foi falado, no entanto, se será um motor ou algum outro investimento. A empresa anunciou há alguns anos que, até 2025, o ciclo de investimentos seria na casa dos R$ 15 bilhões no Brasil, já considerando essa estratégia do híbrido a etanol.

De acordo com Filosa, veremos carros sendo lançados com essa tecnologia em um ou dois anos, mas de maneira mais consistente.