Carros elétricos perdem incentivo em SP por conta da política do etanol
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira | •
A expectativa criada em cima de um grande incentivo para expandir a frota de carros elétricos no estado de São Paulo acabou em frustração. O governador Tarcísio de Freitas vetou o Projeto de Lei (PL) 308/2023, que previa a isenção do pagamento de IPVA para veículos BEV, os elétricos puros.
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Segundo o governador, o texto do deputado Ricardo Donato (PT) tem pontos que não condizem com a necessidade do estado e deixam de considerar “a diversidade e a abundância de recursos energéticos disponíveis no estado oriundos da biomassa”.
Nas entrelinhas, Tarcísio de Freitas quis dizer que São Paulo preteriu o incentivo aos carros elétricos e aos híbridos com motores a gasolina em prol da valorização do etanol, seguindo, em parte, a linha de raciocínio do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Zema, além de defender a utilização de carros a etanol (puros ou híbridos), chegou a afirmar que a troca da frota de carros a combustão por modelos puramente elétricos “aumentaria o desemprego no Brasil”.
ABVE repudia veto à isenção
A decisão do governador de São Paulo de negar a isenção de IPVA para carros elétricos ou híbridos com motores a gasolina causou estranheza e irritação na Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Em nota oficial, a entidade ressaltou que a eletromobilidade não é inimiga dos biocombustíveis, e que os setores devem caminhar juntos em um caminho de modernidade e sustentabilidade.
Ricardo Bastos, presidente da ABVE, afirmou que “não faz sentido as autoridades dos principais Estados do país criarem insegurança a empresas que já se comprometeram a gerar empregos de qualidade e trazer inovação tecnológica à indústria brasileira”.
O órgão disse ainda que as posições dos governos de São Paulo e Minas Gerais “não parecem sábias”, e que tem esperança de que, em breve, tais decisões sejam reconsideradas para que todos possam seguir a “tendência mais relevante do setor automotivo mundial”.