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Romi Isetta | Como foi o primeiro carro fabricado no Brasil?

Por| Editado por Jones Oliveira | 08 de Janeiro de 2023 às 09h00

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Johannes Plenio/Unsplash/CC
Johannes Plenio/Unsplash/CC

Você já ouviu falar do Romi Isetta? O carro que serviu de inspiração para o Microlino 2.0, lançado em setembro de 2021 pela Micro Mobility Systems, em versão 100% elétrica, foi originalmente o primeiro produzido no Brasil. E é sobre ele, que em setembro de 2023 completará 67 anos de vida de seu lançamento no País, que falaremos neste conteúdo especial.

Na verdade, o Romi Isetta não foi desenvolvido por brasileiros. O carro nasceu na Itália, em 1952, pelas mãos de Ermenegildo Pretti, engenheiro aeronáutico, e de Pierlugi Raggi. Ele foi apresentado no Salão do Automóvel de Turim do mesmo ano, após ter sido produzido pela Iso Autovericoli, empresa que, até então, desenvolvia somente triciclos.

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A chegada do carrinho ao Brasil aconteceu quatro anos depois, pelas mãos da Romi S.A., indústria que pertencia a Américo Emílio Romi e tinha sua sede no interior de São Paulo, na cidade de Santa Bárbara D’Oeste.

A Iso, empresa italiana, cedeu os direitos para as Indústrias Romi que, em 1956, passaram a produzir o carrinho. Isetta, nome adotado no Brasil, veio do diminutivo de Iso em italiano. Colocado ao lado do nome da fabricante nacional, deu origem ao mundialmente reconhecido Romi Isetta.

Como era o Romi Isetta no Brasil?

O Romi Isetta era um carro compacto, que pesava somente 350 quilos, media 2,28 metros de comprimento por 1,38 m de largura, e tinha no visual singular o principal diferencial. O carrinho possuía uma única porta, dianteira, que ao ser aberta levava com ela a coluna de direção.

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O sistema foi inspirado em aviões cargueiros, assim como o conceito de chassi tubular e eixo dianteiro maior do que o traseiro. Outro ponto charmoso do Romi Isetta era o banco único, projetado para ser ocupado por dois adultos de porte médio e uma criança pequena.

O Romi Isetta, primeiro carro fabricado no Brasil, foi inicialmente produzido com um motor dois tempos bicilíndrico sob o capô, que oferecia ao motorista 9,5 cavalos de potência e atingia a velocidade máxima de 85 km/h. O conjunto mecânico se completava com um câmbio de quatro marchas, e o conseguia rodar até 25 km por litro de gasolina.

Esta configuração se manteve entre 1956 e 1959, ano em que o propulsor passou a ser desenvolvido pela BMW. A partir daí, o Romi Isetta passou a ter um motor quatro tempos monocilíndrico, que entregava 298 cilindradas e 13 cavalos, atingindo os mesmos 85 km/h de velocidade máxima.

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O fim do Romi Isetta no Brasil

Desde o dia 5 de setembro de 1956, quando uma caravana composta pelos primeiros 16 carros produzidos no Brasil saíram da loja da Companhia Distribuidora Brasileira Comércio e Indústria, na rua Marquês de Itu, em São Paulo, para um desfile pelo centro, cerca de 3 mil unidades do Romi Isetta foram fabricadas.

Jânio Quadros, governador de São Paulo à época, chegou a dar uma volta em um dos carros, e o lançamento virou manchete dos principais jornais, como na edição vespertina da Folha da Noite, que anunciou o “primeiro automóvel brasileiro, 70% nacional”, em referência à proporção do número de peças produzidas no Brasil.

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O Romi Isetta começou a perder força a partir da criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), e do Decreto 39.142/1959. O texto criado pelo GEIA para promover a nacionalização dos carros dizia que o estímulo seria dado a quem tivesse ao menos 70% de peças nacionais e comportasse 4 passageiros.

O Romi Isetta não se encaixava na segunda exigência e, com isso, acabou dobrando de preço, passando a custar o equivalente a US$ 1.400. Desta forma, mesmo sendo econômico e funcional, perdeu espaço para outros modelos compactos que foram surgindo, e se aposentou com apenas cinco anos de mercado.