Fim da invasão? Estudo diz que 85% das montadoras chinesas vão falir até 2030
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
A invasão chinesa no mercado automotivo global pode estar com os dias contados. Pelo menos é isso o que indica um estudo recente da consultoria AlixPartners, que analisou os balancetes das 137 fabricantes de carros que operam no país asiático em 2024.
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De acordo com o levantamento, a forte concorrência local fará com que apenas as montadoras mais estruturadas sobrevivam ao fim da década. Na projeção da AlixPartners, o cenário indica que 1 em cada 7 marcas que hoje atuam no país estará operando com lucro em 2030.
Isso significa, em uma conta simples, que cerca de 19 fabricantes de carros da China sobreviverão à batalha e seguirão “vivas” no mercado nos próximos seis anos e que 118 fecharão as portas por não conseguirem pagar as contas.
O estudo levou em conta não apenas o alto número de montadoras no país, mas também a intensa guerra de preços no mercado interno, que tem beneficiado as mais fortes e, ao que tudo indica, não deve terminar tão cedo.
"Sobreviventes" dominarão o mundo
O estudo divulgado no início de julho pela AlixPartners tomou como base os indicadores das principais montadoras da China, como número de carros vendidos por ano, lucro por período e custos operacionais. O relatório indicou ainda que, embora poucas montadoras chinesas devam sobreviver até 2030, as gigantes que saírem vivas da interminável "guerra de preços" ditarão o ritmo não apenas no próprio país, mas em todo o mundo.
A previsão é que, juntas, BYD, GWM e Geely, que hoje respondem por 21% das vendas globais, detenham uma fatia de 33% do mercado automotivo mundial ao fim da década.
Isso significa, em números puros, que a cada 3 carros vendidos no mundo, um terá origem chinesa. O país deve exportar 3 milhões de veículos até o fim de 2024 e, em 2030, triplicar esse número, alcançando impressionantes 9 milhões.
BYD segue firme e deve expandir domínio
Principal responsável pela “explosão” dos carros chineses no Brasil e em outros mercados, a BYD não está entre as fabricantes ameaçadas de falência nos próximos anos, conforme a AlixPartners.
A consultoria confirmou que a estratégia da chinesa, de diminuir a margem de lucro e, assim, forçar as rivais que não têm o mesmo volume a também venderem mais barato, impactou negativamente algumas marcas, como a WM, que pediu falência em 2023.
Se o cenário se mantiver, a tendência é que 85% das fabricantes sigam pelo mesmo caminho e também “quebrem” até 2030. A solução, segundo a consultoria, é mudar de estratégia e, ao invés de brigar com as gigantes, manter o foco em uma fatia menor do mercado.