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Como o carro sabe se está rodando a gasolina ou a etanol?

Por| Editado por Jones Oliveira | 12 de Abril de 2023 às 13h00

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Vincent Guzman/Unsplash/CC
Vincent Guzman/Unsplash/CC

Quem usa carro com motor flex certamente já se deparou com alguns mitos que envolvem este tipo de propulsor. É muito comum, por exemplo, pessoas afirmarem que “não pode misturar etanol e gasolina” para “não confundir e estragar o motor”.

Essa afirmação, claro, é uma lenda urbana, pois os motores flex, por definição, têm a flexibilidade (daí o nome) de rodar tanto abastecidos com etanol quanto com gasolina, não importando qual a porcentagem de cada um presente no tanque de combustível.

A dúvida que tem fundamento, e que o Canaltech vai esclarecer neste conteúdo, é sobre como, afinal, o motor do carro sabe se está funcionando a gasolina ou a etanol? O que o sistema tem em sua configuração para diferenciar o tipo de combustível com o qual está rodando?

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Etanol x gasolina: qual é mais eficiente?

Antes de explicar efetivamente como o carro sabe se está funcionando a gasolina ou a etanol, porém, vamos abordar mais uma questão que vira e mexe toma conta da rodinha de amigos: vale mais a pena abastecer com gasolina ou com etanol?

Para responder a essa questão, a velha regrinha matemática que todo mundo já sabe segue valendo. Em suma, a conta é simples: se o preço do litro do etanol for entre 70% e 75% o do litro da gasolina, encher o tanque com etanol é mais vantajoso.

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Isso acontece porque o etanol, apesar de mais barato, apresenta um rendimento energético menor do que o da gasolina — cerca de 70%. Por conta disso, é necessário ter a calculadora na mão na hora de parar no posto e definir qual combustível colocar no tanque.

Como o carro sabe que está usando gasolina ou etanol?

Agora que já demos uma passadinha rápida pela matemática, vamos jogar por terra o mito de que o carro flex precisa acabar primeiro com um determinado tipo de combustível do tanque — etanol ou gasolina — para rodar com outro.

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Independentemente da proporção da mistura que estiver no tanque, o carro “entende” qual combustível está fazendo com que ele rode em determinado momento por conta de um componente chamado sonda lambda.

Ela fica estrategicamente posicionada no sistema de exaustão dos gases de escape do motor (escapamento), próxima do catalisador, e é capaz de identificar e “sentir o cheiro” dos gases que são eliminados pelo carro.

O componente, na verdade, não “sabe” qual é o combustível. O que ocorre é que a sonda lambda emite um sinal elétrico específico para corrigir a proporção ar-combustível na queima. É por conta disso que o carro fica apto a funcionar com etanol ou gasolina, seja qual for a proporção existente no tanque.

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Em resumo, a sonda lambda capta a diferença entre o nível de oxigênio presente nos dois tipos de combustíveis e consegue, assim, passar a proporção exata de cada um deles para a central eletrônica manter o motor funcionando da forma adequada.

Sonda lambda e o consumo

Em entrevista recente ao Estadão Mobilidade, o engenheiro Marco Barreto, coordenador do curso de mecânica automotiva da Pós-Graduação do Centro Universitário da FEI, afirmou que a sonda lambda “é um dos sensores mais importantes do sistema de injeção dos veículos”.

De acordo com o especialista, o componente, também chamado de sensor de oxigênio, é o único que consegue reconhecer a composição da mistura ar-combustível e, com isso, controlar a quantidade injetada para garantir uma “composição otimizada”.

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Manter o bom funcionamento da sonda lambda é importante não somente para o carro ser capaz de saber se está rodando com etanol ou gasolina, mas por um motivo que impacta diretamente o bolso do consumidor.

Estudos apontam que a sonda lambda em estado de conservação perfeito ajuda o carro a economizar até 15% de combustível, além de emitir menos gases poluentes na atmosfera e, com isso, colaborar com a preservação ambiental.