Como funcionam os novos radares que identificam maus motoristas de longe?
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
As cidades de São Paulo e Curitiba recorreram à ciência para tentar acabar com o famoso “jeitinho brasileiro” mais comumente usado pelos maus motoristas para escapar dos radares fixos que fiscalizam excesso de velocidade nas vias.
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A estratégia usada por muitos é frear pouco antes de cruzar com o equipamento e, após passar pelos radares, voltar a acelerar acima do limite permitido. Para colocar um ponto final neste “drible”, a solução encontrada foi criar um equipamento com base no que a ciência chama de Efeito Doppler.
Não sabe o que é isso? O Canaltech te explica.
O Efeito Doppler é definido como um fenômeno que permite a um observador perceber a alteração de uma frequência sonora por meio de um movimento relativo (aproximação ou afastamento) de um objeto.
Como funciona o Efeito Doppler nos radares?
A relação entre os novos radares e o Efeito Doppler é, em teoria, simples. A tecnologia que está sendo testada nos equipamentos não é igual às atuais, que medem a velocidade do veículo na via por meio de sensores instalados no asfalto.
Os novos radares pretendem pegar os maus motoristas — aqueles que freiam ao chegar perto do equipamento e aceleram logo depois de passar por ele — utilizando a medição de ondas eletromagnéticas.
A tecnologia inovadora dará aos radares a possibilidade de aferir a velocidade dos veículos a uma distância de até 50 metros após eles terem passado pelo ponto de instalação. Além disso, os aparelhos foram programados para também registrar, com imagens, possíveis mudanças de faixa proibidas e desrespeito ao sinal vermelho.
São Paulo e Curitiba já têm os novos radares
Os novos radares que identificam os maus motoristas à distância já estão em uso em duas das principais capitais brasileiras: Curitiba e São Paulo. Na capital paranaense, os equipamentos têm obtido bons resultados, segundo relatou ao Uol o Coordenador da Unidade de Monitoramento por Dispositivos Eletrônicos da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, Herick Dal Gobbo.
De acordo com o especialista, a adoção dos radares que funcionam utilizando a tecnologia Doppler “é uma tendência” e, por isso, novos aparelhos devem ser instalados brevemente em outros municípios pelo país.
Apesar de ainda não estarem liberados para aplicar multas, os equipamentos são homologados pelo Inmetro e passam por aferições regulares. Segundo Dal Gobbo, os radares requerem menos manutenções corretivas e, por conta disso, “tornam a fiscalização mais eficaz”.
Onde estão os radares em São Paulo?
Em São Paulo, os radares que identificam os maus motoristas estão espalhados por seis rodovias. Ao todo, são 13 aparelhos com a nova tecnologia Doppler prontos para flagrar infrações de trânsito. Eles estão localizados nas seguintes rodovias:
- Washington Luís (SP-310)
- Luiz de Queiróz (SP-304)
- Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225)
- César Augusto Sgavioli (SP-261)
- Irineu Penteado (SP-191)
- Assis Chateaubriand (SP-425)
Vale lembrar que, por enquanto, os novos radares não estão liberados para gerar multas aos maus motoristas, pois estão funcionando em período experimental. Há, porém, uma proposta na mesa do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para que eles possam, em breve, efetivamente autuar quem infringir a lei.
* Com informações: Uol