Publicidade

Como funciona um carro híbrido leve?

Por  |  • 

Compartilhe:
Paulo Amaral/Canaltech
Paulo Amaral/Canaltech

A comercialização de carros híbridos têm crescido no Brasil — e vai crescer ainda mais. O que parecia inovador e futurista está se tornando algo comum no dia a dia do brasileiro, até mesmo em segmentos mais baratos. 

O que define um veículo híbrido é a combinação de um motor a combustão a outro elétrico. O objetivo deste sistema é claro: aumentar a eficiência e diminuir a emissão de gases poluentes. 

O sistema híbrido leve será o grande responsável pela popularização destes carros no Brasil, e a Fiat saiu na frente com o lançamento do Pulse e Fastback com motorização MHEV no final do ano passado. Os novos modelos são praticamente uma amostra de como será o mercado daqui a 5 anos. 

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O mais interessante do sistema híbrido leve é a sua capacidade de reduzir em 20% as emissões de gases, enquanto também promete reduzir de 10 a 15% o consumo de combustível. 

Outro destaque é a fácil introdução nas linhas de montagem, já que o sistema elétrico, que pode ser de 12V ou 48V, não necessita de uma produção específica - diferente de modelos HEV (híbrido pleno) e PHEV (híbrido plug-in).

Os custos adicionais das baterias também não são impeditivos, já que elas são menores e mais simples, o que as tornam mais baratas e acessíveis ao consumidor. 

Como o sistema híbrido leve opera na prática?

Ao contrário dos híbridos plenos, como GWM Haval H6 HEV, Toyota Corolla Hybrid e outros, os MHEVs têm limitações e outras formas funcionamento. Os híbridos leves, por exemplo, não são capazes de utilizar o motor elétrico para rodar, mas apenas como uma assistência ao motor a combustão. 

O motor elétrico dos híbridos leves é bem pequeno, podendo ser colocado até dentro do cofre do motor. Ele pode também substituir o alternador e o motor de arranque, sendo a sua principal forma de atuação.

Essa substituição, porém, geralmente é feita pelo BSG (Belt Starter Generator) nos modelos MHEV - que é basicamente um motor-gerador ligado ao motor a combustão, só que por uma correia reforçada. 

Continua após a publicidade

Como já dito, esse sistema pode funcionar em 12V ou 48V e sua principal função é dar suporte em algumas funções do motor de combustão interna, como partida, frenagem, aceleração, alimentação dos sistemas auxiliares e torque.

Com o BSG interligado ao motor a combustão, a partida fica mais suave, assim como o funcionamento do sistema start-stop. Com a melhora da eficiência, o motor pode ser desligado mais cedo em paradas, variando entre 22 km/h e 8 km/h. 

Também é possível instalar o motor elétrico entre o câmbio automático e o motor a combustão. Há ainda o modo Velejar, que só é possível ser utilizado em carros com câmbio de dupla embreagem, no qual o motor pode ser desligado em um momento de pouca demanda do acelerador e religado quando necessário. 

Continua após a publicidade

Evolução dos sistemas MHEV

Apesar de algumas pessoas não considerarem, os modelos MHEV são híbridos segundo a legislação brasileira. As normas exigem que a bateria do carro tenha uma capacidade de energia equivalente a 2% da energia do motor a combustão consumida durante os testes de homologação em dinamômetro. Caso o veículo obedeça esses critérios, ele é considerado híbrido.

Para não gerar mais confusão, os novos híbridos leves,  contam com motores elétricos mais robustos e potentes, além de serem capazes de mover o carro sozinho em baixas velocidades - que era o grande argumento para “não classificação” dos modelos. 

Essa evolução do sistema foi batizada MHEV Plus e já é utilizada pelo Peugeot 3008 Hybrid vendido na Europa. O modelo está equipado com motor elétrico de 29 cv integrado ao câmbio eDCT e uma bateria de 900 Wh. Para efeito de comparação, os híbridos leves de 48V da Fiat vendidos no Brasil utilizam uma bateria de 400 Wh de capacidade. Já os modelos de 12V oferecidos na Europa têm bateria de lítio de 150 Wh. 

Continua após a publicidade

Quem levou além o desenvolvimento do sistema MHEV foi a Audi, com o lançamento da nova geração do Q5 e A5 (que já estão confirmados no mercado brasileiro). Os modelos possuem um BSG conectado ao motor a combustão por correia e um segundo motor elétrico instalado entre o motor e o câmbio. É basicamente um sistema híbrido leve com dois motores elétricos. 

Para o funcionamento deste sistema, o BSG utiliza a massa rotacional do motor enquanto o motor-gerador na transmissão aproveita o peso de todo o carro e o torque adicional das rodas para gerar mais eletricidade. 

Essa alteração é importantíssima para o funcionamento do sistema, já que a bateria de 1,76 kW utilizada por estes MHEVs da Audi são enormes em comparação a outros modelos híbridos leves. A bateria dos Q5 e A5, por exemplo, supera até mesmo a bateria de alguns híbridos plenos vendidos no Brasil. 

Continua após a publicidade

Na prática, os novos A5 e Q5 funcionam quase como um carro HEV, pois o motor elétrico é capaz de manter a velocidade do carro constante até 140 km/h e acelerar o veículo até 30 km/h. 

Vídeo: O que falta para termos carros voadores?

Continua após a publicidade

 

Seu resumo inteligente do mundo tech!Assine a newsletter do Canaltech e receba notícias e reviews sobre tecnologia em primeira mão.
*E-mail
*