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Review BYD Seal | Elétrico chinês encanta, mas pode melhorar

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Review BYD Seal | Elétrico chinês encanta, mas pode melhorar
Review BYD Seal | Elétrico chinês encanta, mas pode melhorar

A gente sabe que um carro é diferente quando sai para dar uma volta e ouve as pessoas nas ruas falando “caraca”, “nossa”, “que carro é esse?” em praticamente todos os lugares por onde passa. E foi exatamente isso que aconteceu durante os dias que passei ao volante do BYD Seal em nome do Canaltech.

O coupé 100% elétrico da marca chinesa causou uma “epidemia de torcicolos” nas ruas de Jundiaí e Louveira, tamanho foi o número de pescoços que viraram para apreciar o imponente sedan branco tão logo ele surgia (já que não há barulho do motor para “anunciar” sua chegada).

O design arrojado do Seal, porém, nem de longe é o melhor atributo do sedan da BYD, que já fez um enorme barulho no mercado brasileiro e chegou a figurar, durante vários meses, na lista dos 10 sedans mais vendidos do país, à frente de muitos carros a combustão de montadoras mais tradicionais.

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Os dois motores elétricos que, juntos, entregam 531 cv de potência nas mãos do motorista, o impressionante 0 a 100 km/h, imortalizado em uma plaquinha na parte traseira do coupé (3.8 S), o comportamento dinâmico e alguns acessórios, como o teto panorâmico, tornaram a confecção deste review uma tarefa deliciosa. Confira o que achamos do BYD Seal.

Conectividade e Segurança

O BYD Seal não foge à regra dos carros lançados pela montadora chinesa no Brasil. Isso significa que, assim como o Yuan Plus, o Song Plus DM-i e até o Mini Dolphin, o sedan elétrico vem com um pacote bastante completo no que diz respeito à conectividade e segurança.

Além das baterias tipo Blade, consideradas as mais seguras do mundo, o carrão de 4,80 metros de comprimento, 2,92 m de entre-eixos, 1,91 m de largura e 1,59 m de altura tem oito airbags, aviso de colisão dianteira e traseira, frenagem de emergência, alerta de tráfego cruzado, freio de tráfego cruzado, assistência de manutenção em faixa, assistência de mudança de faixa, controle de cruzeiro adaptativo e câmera 360 graus.

Embora alguns dos itens atuem de forma exagerada e, às vezes, equivocada, como pontuamos na lista de motivos que podem fazer o cliente não comprar o Seal, é sempre melhor ter o recurso e ajustá-lo do que não oferecê-lo ao cliente. 

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A conectividade oferece pareamento para smartphones com Apple CarPlay e Android Auto e, ainda, um dos recursos mais bacanas do modelo: o NFC Card. Ele permite travar e destravar as portas encostando o cartão no retrovisor e até mesmo dar a partida, desde que o aplicativo esteja instalado em um smartphone previamente pareado.

Conforto e Experiência de uso

Depois de experimentar brevemente o Seal no Autódromo de Interlagos, passar uma semana de posse do carro foi uma experiência que serviu para ressaltar os pontos positivos detectados no primeiro contato e, também, detectar outros que necessitam de pequenos ajustes.

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Vamos começar pelos pontos positivos, que são muito maiores do que os que incomodaram um pouco durante os testes ao volante. O Seal é um sedan coupé com pegada esportiva, e isso fica claro já ao entrar no carro, pois a posição de dirigir é baixa e os bancos moldados ao melhor estilo cockpit.

O desempenho, como esperado, é de dar frio na espinha. Afinal de contas, são dois motores elétricos, instalados um em cada eixo, com 218 cv no dianteiro e 313 cv no traseiro. Juntos, eles entregam  531 cv de potência e 60,2 kgf/m de torque, e fazem o coupé acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos — tempo invejável até mesmo por esportivos de marcas mais tradicionais.

A força e a potência precisam ser controladas, e o BYD Seal faz isso com maestria. A direção se mostrou precisa e com respostas rápidas, enquanto a tração integral foi competente em manter o carro sempre à mão nas curvas.

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O principal senão fica por conta da suspensão macia (até demais nas lombadas), como frisamos na lista de possíveis motivos para não comprar o sedan chinês. Além disso, a visibilidade traseira, prejudicada por conta do design coupé, também incomodou em alguns momentos, principalmente em rodovias, nas situações em que a velocidade é maior.

Não há também como deixar de citar os problemas apresentados por alguns dos assistentes de direção, em especial a frenagem automática de emergência e o assistente de permanência em faixa. Ambos, talvez por má calibragem, atuaram de forma demasiada e, às vezes, equivocada, causando sustos desnecessários durante a condução.

Em termos de eficiência energética, porém, só elogios. As baterias de 82,5 kWh podem rodar, segundo o PBEV do Inmetro, até 372 km sem precisar recarregar. O número real, porém, aparenta ser bem maior, pois, mesmo cravando o pé no acelerador vez ou outra para sentir uma emoção a mais, passamos dos 400 km percorridos e devolvemos o carro com uma boa sobra no “tanque”.

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Design e Acabamento

Pensou que o ponto alto do BYD Seal fosse a aceleração e o comportamento dinâmico? Errou! O design externo e o acabamento interno do sedan elétrico chinês são igualmente elogiáveis, e jogam por terra as críticas de quem ainda tem na cabeça a imagem de que “produto da China não presta”.

Por fora, o coupé logo remete ao visual de carros consagrados de marcas premium, em especial ao Porsche Taycan. As luzes dianteiras em LED são a marca registrada, mas as maçanetas escamoteáveis, as lanternas traseiras interligadas por um feixe luminoso e os vincos do capô e das laterais não deixam dúvidas de que o Seal é um esportivo “nervoso”.

Por dentro, o Seal é o tipo de carro que pode, sem exageros, te deixar sem fôlego, tamanho o capricho e a beleza que a cabine oferece. Além dos materiais sensíveis ao toque nos painéis, portas e console e dos bancos confortáveis, a alavanca de câmbio tipo joystick e, principalmente, o teto panorâmico, são de tirar o chapéu.

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O carro conta ainda com dois carregadores de celular por indução, duas entradas USB, uma delas tipo C (mal posicionadas, diga-se de passagem), ajustes elétricos para o banco do motorista e sistema de som Dynaudio com 12 alto-falantes.

Concorrentes

O BYD Seal não tem um rival direto no mercado brasileiro, mas, por conta da esportividade e da potência que entrega, elegemos o Porsche Taycan, em sua variante de entrada (4S), como o concorrente mais próximo do coupé chinês até o momento.

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O modelo mais básico da marca alemã tem os mesmos 530 cv (com controle de largada) e custa a partir de R$ 709 mil. Em números frios, ele pode parecer um competidor desleal com o Seal, já que é bem mais caro, mas há outros pontos que precisam ser colocados na balança, e isso faremos em um outro conteúdo, ok?

BYD Seal: Vale a pena?

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Depois de passar alguns dias de posse do BYD Seal e colocar o coupé elétrico à prova tanto em vias urbanas quanto em rodovias, a resposta simples e direta para quem perguntar se vale a pena gastar quase R$ 300 mil no elétrico chinês (R$ 299,8 mil em julho) tem apenas três letrinhas: "SIM"!

Afinal, não há no mercado brasileiro, em qualquer segmento, um carro que ofereça mais de 500 cavalos, esportividade, beleza e desempenho por menos de R$ 300 mil, como o modelo chinês. Claro que há pontos a serem ajustados, mas eles são pequenos perto dos muitos benefícios que o Seal oferece.

*O BYD Seal utilizado neste  review foi gentilmente emprestado ao Canaltech pela BYD Brasil.