Quase 80% dos profissionais de tecnologia preferem o trabalho remoto
Por Roseli Andrion • Editado por Claudio Yuge |
Mais de 78,27% dos profissionais que atuam na área de tecnologia da informação (TI) preferem manter o trabalho remoto após a pandemia. A conclusão é de uma pesquisa da plataforma de recrutamento GeekHunter, que mostra, ainda, que 19,36% preferem o modelo híbrido, com alguns dias da semana em casa e outros na empresa, e apenas 2,37% gostariam de retornar ao trabalho presencial.
As companhias também estão mais abertas a manter o home office. Segundo os entrevistados, 43,87% das empresas devem seguir com o trabalho remoto, 17,83% escolheram o modelo híbrido e 11,84%, o presencial. Os outros 21,45% ainda não decidiram qual formato devem adotar.
Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter, avalia que o teletrabalho trouxe bons resultados durante a pandemia e é uma tendência para driblar a falta de profissionais no mercado. "A contratação deixou de ser local e passou a ser global e o modelo remoto amplia as chances de encontrar bons profissionais independentemente do local de atuação. Por isso, vimos um intenso movimento das empresas na abertura de vagas nesta modalidade", diz.
Benefícios e produtividade
De acordo com o estudo, entre os profissionais que preferem o trabalho remoto, a maioria (77,58%) vê benefícios no modelo. Entre eles: maior flexibilidade de horários, evitar o trânsito e passar mais tempo com a família. "O trabalho remoto mudou completamente minha rotina. Zerei o tempo que passava no trânsito e consigo praticar mais esportes e ter mais qualidade de vida", comenta Pedro Bini, tech lead na GeekHunter.
Além disso, 66% dos participantes afirmam que sua produtividade aumentou, 24,23% dizem que não sentiram diferença e 5,71% acreditam que houve queda na produtividade. Para Bini, o aumento da produtividade é reflexo do equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. "No início, foram necessárias algumas adaptações, como diminuir as reuniões não produtivas, mas hoje somos tão produtivos, ou até mais, quanto no trabalho presencial."
Para Ferrari, como a demanda do setor é maior que a oferta, foi necessário oferecer posições de trabalho remotas. "Hoje não é uma escolha das empresas, é uma escolha dos candidatos. Se a empresa não se adapta a esse cenário, não consegue contratar e ainda fica extremamente limitada àqueles que ainda estão abertos a oportunidades presenciais", analisa.
O levantamento ouviu 718 profissionais da base de candidatos da empresa em agosto. Mais de 80% dos participantes são desenvolvedores e 14% trabalham na área de Data Science. A maioria dos profissionais é sênior (37,13%), mas há, ainda, plenos (34,21%), especialistas (13,21%) e juniores (12,80%). Os estados com mais participantes foram São Paulo (34,08%) e Santa Catarina (15,29%).