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Procurar emprego pela internet: vale a pena? quais são os riscos?

Por| 31 de Janeiro de 2020 às 18h10

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Tudo sobre LinkedIn

No setor de Recursos Humanos, já há um consenso de que as redes sociais podem ser aproveitadas de outras formas. É o caso do Facebook, que possui uma funcionalidade destinada a divulgação de vagas, onde a inscrição é feita com praticidade. Isso, é claro, sem falar dos grupos, que permitem se fazer o networking. Enquanto isso, o Instagram também divulga as principais vagas de uma empresa. No entanto, o LinkedIn ainda é a principal rede social para isso. No Brasil, a plataforma reúne mais de 45 milhões de profissionais cadastrados, o que faz dela um dos principais canais para o tão sonhado networking eficiente. Mas aí é que vem a questão: procurar emprego pela internet vale a pena? É seguro?

Para entender melhor as vantagens e os principais riscos que essa nova era de procurar emprego pela internet e por aplicativos, o Canaltech conversou com Larissa Ruza, coordenadora de Marketing de Recrutamento da Connekt (plataforma inteligente de recrutamento digital), Guilherme Ramos, COO da Peoplenect (empresa que oferece soluções tecnológicas para Recursos Humanos) e Ana Claudia Plihal, diretora das soluções de talento do LinkedIn no Brasil.

Segundo Larissa, as redes sociais se tornaram ferramentas que ampliam as oportunidades, uma vez que a maioria desses canais são gratuitos e qualquer pessoa com acesso à internet consegue participar. A coordenadora de marketings afirma que, para as empresas, a vantagem é atingir um número ilimitado de pessoas e atrair talentos de forma mais rápida e até, mais assertiva, já que as conexões com potenciais colaboradores também foram facilitadas, otimizando o trabalho operacional de captação de candidatos. No final das contas, de acordo com ela, as redes sociais são capazes até de quebrar o gelo de entrevistas, e os velhos paradigmas como daquele primeiro contato arcaico que era o de entregar currículo porta a porta.

Conexão e facilidade

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Se tem uma coisa que não gera dúvidas, é de que a ascensão da tecnologia trouxe, consigo, o máximo de praticidade possível para o ser humano. E com o setor de recursos humanos, não é diferente. No entanto, é preciso entender qual é o impacto, necessariamente, dessa nova era. Segundo a diretora das soluções de talento do LinkedIn, a busca por oportunidades, que antes era muito mais presencial, passou a acontecer de qualquer lugar do mundo com plataformas de emprego online. “Para aqueles que estão em um processo ou buscando por uma nova oportunidade ou transição, é possível pesquisar mais sobre as empresas que desejam trabalhar ou ainda, se aproximar de recrutadores e pessoas que trabalham em uma companhia”, aponta Ana Claudia.

Por sua vez, Larissa acrescenta que nesses canais, além de conseguir uma nova vaga também é possível promover networking com funcionários, conhecer um pouco mais sobre a cultura e propósitos da empresa desejada e ficar por dentro de todas as ações promovidas por ela. “Atualmente as empresas utilizam as redes sociais como ferramentas de divulgação de oportunidades e por consequência disso, as conexões com os candidatos foram facilitadas”.

Para você ter uma ideia do nível de digitalização da vida profissional, até a própria Carteira de Trabalho se tornou digital. Sendo assim, a passos muito largos, a tecnologia vem trazendo um nível de praticidade para quem está buscando emprego que pode ser até perigoso. Mas… espera aí. Perigoso? Por quê?

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Os riscos de procurar emprego pela internet

Se você já é macaco velho na internet, é muito provável que saiba que nem todo mundo que está atrás de um computador tem boas intenções. A cada dia, golpes estão mais e mais frequentes, provenientes de inúmeros setores diferentes, como compras e… vagas de emprego. Em 2019, segundo o Dfndr Lab, foi registrado um aumento de 174% nos casos de falsas ofertas de emprego no Brasil, somente entre janeiro e outubro. Geralmente, anúncios maliciosos são divulgados por meio de links quase idênticos ao de empresas conhecidas, mas ao clicar no link, as vítimas são levadas a preencher formulários contendo seus dados. E o número de detecção desse tipo, que estava na casa dos 860 mil, passou para quase 2,4 milhões, em comparação com o mesmo período do ano passado.

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Essa técnica de golpe tem nome: phishing. Trata-se, basicamente, de tentativas de obtenção de informação pessoalmente identificável através de uma suplantação de identidade por parte de criminosos. Em outras palavras, todo o cuidado é pouco. Se as suas informações caírem nas mãos erradas, pode haver um estrago.

Tendo isso em mente, Ana Claudia Plihal traz orientações para internautas que estejam atrás de uma oportunidade: “A busca por emprego deve tomar os mesmos cuidados tanto no mundo online quanto no offline. Recomendamos desconfiar de vagas que são sejam publicadas nas páginas oficiais das empresas ou por meio de um site parceiro. O mesmo é válido para mensagens enviadas por pessoas que não tenham a empresa associada em seu perfil, afirmando ser recrutadoras”. A diretora de soluções de talentos do LinkedIn acrescenta: “A publicação de vagas falsas não é aceitável em nossa plataforma e o LinkedIn não cobra nenhum valor de seus usuários para participação em uma candidatura. Possuímos ferramentas de monitoramento e um time dedicado a prevenir e remover ofertas de emprego falsas. Também incentivamos os nossos usuários a denunciar quaisquer mensagens ou postagens de vagas que considerem fraudulentas”.

No entanto, recentemente, até mesmo o LinkedIn enfrentou problemas envolvendo a segurança. Acontece que, em julho do ano passado, um usuário da plataforma descobriu uma falha grave na plataforma destinada ao mundo corporativo e a conexões profissionais: ele conseguiu criar uma série de vagas de emprego falsas que ficaram na página inicial como se fossem verdadeiras, sem que a rede social realizasse nenhum tipo de revisão ou aprovação prévia.

Na época, ele descobriu que qualquer usuário premium pode colocar uma vaga no LinkedIn, e fez alguns testes que inclusive se destacaram nas redes sociais, como a vaga para CEO da Google (cargo atualmente ocupado por Sundar Pichai) e fez até uma brincadeira criando uma vaga para CEO do próprio LinkedIn. As duas vagas falsas apareceram tanto nas páginas de negócios do LinkedIn, juntamente com suas outras vagas de emprego, quanto na própria barra de pesquisa de emprego do LinkedIn, e não foi necessário nenhum processo de aprovação para que a vaga fosse colocada lá. Frente à repercussão, o diretor de segurança do LinkedIn, Paul Rockwell, agradeceu o alerta e garantiu que resolveria o problema.

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Então se até a principal rede social de procura de empregos tem suas falhas, que dirá as outras. “Na busca por emprego em sites e redes sociais, é necessário ficar atento sobre a segurança desses canais. A dica é sempre pesquisar previamente sobre os sites, verificar se outras pessoas já utilizaram e como foi a experiência. Caso a avaliação seja positiva e o site seja reconhecido, não há perigo”, pondera Larissa Ruza.

A coordenadora de marketing e recrutamento também ressalta a importância de ficar atento ao tipo de vaga divulgada, e orienta a desconfiar de vagas muito urgentes ou com salários exageradamente altos, pois geralmente o preenchimento das vagas é realizado a partir de processos seletivos que contemplam entrevistas, aplicação de testes, dentre outras etapas e os salários devem estar de acordo com cargos e atividades a serem desempenhadas. “Nas redes sociais, é importante ter cuidado sobre os dados a serem compartilhados. O ideal, nesses canais onde há grande exposição, é nunca divulgar informações pessoais, como números de documentos e endereço”, explica.

Além disso, caso o anunciante solicite pagamento para realização de etapas do processo seletivo, também é hora de redobrar a atenção. “A menos que você utilize um serviço de Consultoria de Recolocação, a cobrança pode sinalizar um golpe. Por fim, ao ser convocado para uma etapa presencial, fique atento a tudo que for solicitado sua assinatura. Leia tudo com atenção para garantir que não será prejudicado no futuro”, a coordenadora da Connekt torna a alertar.

Aplicativos

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Apesar da estarmos na era da informação, ainda vemos que a falta de processos modernos na divulgação de vagas e captação de currículos ainda é insuficiente. Para reverter parte dessa situação, startups de tecnologias já buscam alternativas: aplicativos. Para Guilherme Ramos, os apps de busca de emprego são vantajosos em relação aos outros métodos. “Um destaque é a mobilidade, no sentido de não precisar chegar em casa e ter acesso às vagas, ou ver se foi aceito ou não. Outro ponto relevante é a simplicidade: como os aplicativos são utilizados pelos smartphones, é preciso que seja algo ágil, simples e contendo informações essenciais. Por fim, gostaria de destacar a economia, pois reduz muitos gastos como papel e deslocamento, e a grande maioria de aplicativos para empregados é grátis”.

Guilherme é COO da Peoplenect, que desenvolveu um app focado no segmento de vagas operacionais, conectando profissionais às vagas abertas pelas empresas, cruzando instantaneamente o perfil, a disponibilidade e a localização do candidato com o que a empresa necessita. Em outras palavras: um Tinder de empregos.

Apesar de afirmar que “o uso do app é uma revolução para a área de recursos humanos”, Guilherme reconhece a importância de cuidar com a segurança quando se procura emprego em aplicativos. No entanto, o COO aponta que sempre existem pessoas que dão golpes, mas ao pensar em aplicativos isso se torna muito mais difícil, pois nas próprias stores você consegue ver avaliação dos Apps. “Um risco que pode acontecer é o aparecimento de vagas fantasmas e que não são compatíveis com a real necessidade da empresa, mas isso não é um golpe, mas a empresa querendo fazer banco de currículos, o que não é tão grave. Para empresa o risco também é mínimo, o que pode acontecer são aplicativos que são tão confiáveis e funcionam apenas com promessas não fundadas”, pondera o executivo.

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Guilherme aconselha a primeiro investigar se o aplicativo é confiável e ver a reputação da empresa nos meios online, pesquisar em sites de reclamações e nas próprias lojas online que possuem avaliação, e o outro passo apontado por ele é definir o que quer, quais cargos deseja se candidatar, quais regiões e procurar vagas que estejam de acordo com o que se queira trabalhar. Outro ponto é buscar ferramentas que cadastrem o currículo de maneira simples. Na hora de preencher o quanto mais objetivo melhor. “Cuidado ao inserir muitas informações suas e principalmente dados mais delicados, pois são a partir desses dados que podem ocorrer golpes. Evite dados como CPF, filiação, data de nascimento… Evite ferramentas que tem processos com discriminação, como sites que pedem gênero e idade”, alerta.