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Entrevista: 'O futuro dos games pode estar na nuvem'

Por| 31 de Janeiro de 2013 às 12h41

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Entrevista: 'O futuro dos games pode estar na nuvem'
Entrevista: 'O futuro dos games pode estar na nuvem'

Na CES deste ano pudemos acompanhar o lançamento do NVIDIA Grid, um super servidor com 240 GPUs que tem como proposta tornar viável o consumo de qualquer game na Nuvem. Se pensarmos na cadeia atual de games, e o que a proposta de jogos na nuvem representa, o Grid é um produto extremamente inovador, capaz de poder mudar grande parte do modelo de negócios dos envolvidos no mercado de games.

O que vem por aí

Para tornar o entendimento do que está por vir mais claro, podemos fazer uma analogia com os serviços de streaming de vídeo como Netflix, Crackle e Hulu. A assinatura destes serviços dá ao usuário acesso a uma gama enorme de filmes e até mesmo seriados a qualquer momento, em qualquer dispositivo com conexão à rede.

O streaming de games funciona da mesma forma, com apenas um agravante: processamento. Processar games AAA com alta qualidade é uma tarefa árdua até mesmo para GPUS mais recentes, e é com o Grid que a Nvidia pretende tornar realidade a ideia, de transmitir jogos na nuvem. Com 20 servidores por rack e um total de 240 GPUs, o equipamento tem capacidade de processamento equivalente a 700 Xbox360.

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De acordo com Richard Cameron, Country Manager da NVidia, este é um grande futuro para o consumo de games e poderá transformar o mundo dos consoles. "Se pensarmos em um futuro dominado por Cloud Game, a discussão não será sobre a plataforma com melhor capacidade gráfica e sim qual possui o melhor serviço, já que a experiência de jogo será idêntica".

Levando em consideração que o Grid pode dar certo, seu sucesso pode alterar totalmente a forma como consumimos jogos e principalmente a cadeia de distribuição da indústria. "O grande problema da indústria é encontrar um modelo de negócios que atenda as necessidades dos consumidores", afirma o executivo.

Com isso podemos até mesmo cogitar que Xbox, Playstation e Wii U deixariam de ser como são hoje para se tornar serviços contratados por qualquer gamer, se adaptando à tecnologia de Cloud e criando, ou adaptando, um modelo de negócios que se adapte a esse novo cenário.

Assim, títulos exclusivos, controles e serviços próprios continuariam existindo, mas a caixa chamada console poderia até mesmo desaparecer, como mostra Ben Cousin, gerente geral da Ngmoco, em sua apresentação "When the consoles die what comes next?". O estudo não diz que a tecnologia de Cloud game pode matar o console, mas mostra que o fim desta plataforma parece inevitável.

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Tiro no pé?

O mais estranho de toda esta história é que a viabilidade do Grid pode fazer com que o consumidor final não necessite mais de uma GPU em seu computador. Assim, é possível que o número de vendas desse componente para o consumidor final caia.

Em contrapartida, a NVIDIA veria um novo universo de consumo: o de prestadores de serviço. "O Grid é uma tecnologia disruptiva até mesmo para nós. Em um futuro próximo podemos reduzir as vendas de GPU para o consumidor final e ver um novo universo de negócios nas empresas que desejam disponibilizar o serviço de game pela Nuvem. Até mesmo nós precisaremos nos reinventar", diz Cameron.

O executivo ainda observa que o Grid só poderá ser comercializado, mais ou menos, daqui a seis meses, após a definição do modelo de negócios e quais empresas poderiam fornecer o serviço. Sobre as empresas que poderiam disponibilizar a tecnologia no Brasil ele comenta: "Por aqui poderiam ser empresas que já trabalham fornecendo serviços de banda ou até mesmo companhias de outro ramo da tecnologia. Também não descartamos a possibilidade do envolvimento de start ups".

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Avaliando esta ultima declaração, fica claro que empresas de telefonia e banda larga seriam as mais adequadas para absorver este serviço. Mas, infelizmente, estas mesmas empresas, com regulamentação do governo brasileiro, são as responsáveis por fornecer um dos serviços de banda larga, telefonia móvel e fixa mais caros do mundo, de acordo com a última pesquisa da União Internacional das Telecomunicações.

Deve se observar que disponibilizar a tecnologia para o mercado é totalmente diferente de tornar a tecnologia acessível, portanto, podemos esperar que este serviço esteja ao alcance da população brasileira apenas em alguns anos. Mesmo assim, vale a pena sonhar e, quem sabe, acompanhar isso que promete ser uma das maiores revoluções desde o surgimento dos consoles residenciais.