Ações da Intel caem 14% ao anunciar que seus chips de 7nm atrasarão outra vez
Por Rui Maciel | 24 de Julho de 2020 às 13h15
Ao anunciar que o lançamento de sua próxima geração de processadores atrasará por seis meses, a Intel sentiu no bolso: isso porque a empresa viu suas ações caírem 14% nas negociações pré-mercado nesta sexta-feira (24) após a declaração.
O anúncio a respeito do atraso ocorreu durante a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre da Intel, divulgados na última quinta-feira (23). Na ocasião, a empresa divulgou lucro por ação e receita que superaram as expectativas de Wall Street.
Originalmente, a previsão da empresa era de que o lançamento desses chips ocorrese no segundo semestre deste ano. No entanto, em março, a fabricante anunciou um adiamento para o final de 2021. Agora são pelo menos mais 12 meses de atraso ou até mais, já também há a possibilidade de que essa nova geração de processadores chegue ao mercado apenas no segundo semestre de 2023.
"Estamos vendo uma mudança aproximada de seis meses em nosso tempo de processamento das CPU de 7 nm (nanômetros) em relação às expectativas anteriores", disse o CEO da Intel, Bob Swan , em comunicado. "O principal fator é o rendimento do nosso processo de 7 nm, que com base em dados recentes, fará com que a nossa meta interna seja adiada em 12 meses para ser alcançada".
Ainda durante o comunicado Swan continuou: "Identificamos um modo defeituoso em nosso processo de 7nm que resultou em degradação do rendimento. Identificamos a raiz do problema e acreditamos que não existem obstáculos fundamentais a serem superados, mas também investimos em planos de contingência para proteger o cronograma de outras incertezas". O executivo afirmou ainda que trabalhará ao lado de fabricantes parceiras em alguns segmentos de mefcado para poder acelerar o lançamento de seus próximos processadores.
AMD sorri
Anteriormente, a Intel anunciara que seus chips de 7 nanômetros seriam lançados em 2021. No entanto, o anúncio de que o lançamento dos processadores ocorrerá somente entre o final de 2022 e o primeiro semestre de 2023, faz a alegria de sua principal rival, a AMD.
Isso porque a empresa já conta com chips de 7nm disponíveis no mercado - CPUs e GPUs - e deve se consolidar nesse mercado por, pelo menos, dois anos. Além disso, a AMD promete lançar processadores com litografia de 5 nanômetros - arquitetura Zen 4 "Genoa" - em 2022. Ou seja, a Intel não apenas chegará atrasada em dois anos para a "festa do 7nm", como já chegará com uma geração defasada se o roadmap da AMD se concretizar. Para completar as çoes da AMD subiram 8% no pregão de sexta-feira.
Além do atraso no lançamento dos chips de 7 nanômetros, a Intel ofereceu uma orientação mais fraca do que o esperado para seus resultados de ganhos no terceiro trimestre. A empresa prevê lucro por ação ajustado de US$ 1,10, com US $ 18,2 bilhões em receita. Os analistas de mercado esperavam um lucro por ação um pouco maior.
Fonte: Business Insider