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Apagão cibernético provoca caos em aeroportos do Brasil e do mundo

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Reprodução/philip lewis, X
Reprodução/philip lewis, X

Um apagão cibernético vem assolando todo o mundo nesta sexta-feira (19), afetando e paralisando o funcionamento de diversos aeroportos e aeronaves devido à uma falha de atualização do software da firma de cibersegurança CrowdStrike que travou computadores com o sistema operacional  Windows.

A atualização começou a ser distribuída pela firma nas primeiras horas desta sexta e logo os relatos de problemas começaram a surgir na Austrália. O que inicialmente aparentava ser um problema isolado se alastrou para a Ásia, Europa e Estados Unidos, com milhares de empresas impedidas de usarem seus computadores e servidores devido à famigerada Tela Azul da Morte do Windows.

Nos EUA, as companhias aéreas American Airlines, United e Delta solicitaram à FAA (equivalente à Anac no Brasil) para suspender as operações em todo o mundo. O pedido foi acatado pela autoridade de aviação e a orientação oficial dada aos controladores de voo é a de que as companhias aéreas estão enfrentando "problemas de comunicação".

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Ao todo, somente nesta manhã, mais de 1.400 voos haviam sido cancelados em todo o mundo. Voos que já estavam em rota não foram afetados.

Situação nos aeroportos

No saguão dos aeroportos, o cenário é de caos. Passageiros estão amontoados em filas quilométricas tentando fazer check-in e ir para a área de embarque.

Com os computadores sem funcionar, e na tentativa de estabelecer alguma ordem, alguns aeroportos adotaram quadros brancos para manter os viajantes informados sobre os horários de embarque e desembarque. Na Índia, um passageiro relatou que seu cartão de embarque foi emitido manualmente.

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E no Brasil?

Até o momento, apenas Latam e Azul se pronunciaram oficialmente sobre o apagão cibernético. Em publicação no X (antigo Twitter), a Latam informou a seus clientes que "a operação não foi impactada", mas recomenda que todos verifiquem o estado do voo no site oficial.

Em comunicado enviado à reportagem do Canaltech, a Azul recomendou que "os clientes que possuem voo hoje e ainda não realizaram check-in cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da companhia".

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Em sua conta no Instagram, a companhia aérea confirmou que o sistema de check-in online está indisponível. O alerta, entretanto, foi alterado e não fala mais em indisponibilidade.

Nas redes sociais, passageiros relatam que, de fato, embarques e desembarques estão sendo feitos. Apesar disso, os sistemas da Azul e da Latam estão fora do ar nos aeroportos e todo o processamento está sendo feito manualmente.

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A rotina tem causado atrasos e algumas aeronaves estão na cabeceira da pista aguardando uma autorização de decolagem que não vem devido aos sistemas offline.

Afinal, o que está acontecendo?

A norte-americana CrowdStrike é uma das principais fornecedoras de soluções de cibersegurança para corporações ao redor do mundo. Entre o leque de produtos que oferece, um dos mais requisitados na atualidade é o Falcon Sensor, um sistema capaz de identificar e bloquear ataques a sistemas específicos.

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A atualização liberada pela CrowdStrike nesta sexta visava atualizar justamente o Falcon Sensor, utilizado por empresas dos segmentos aeronáutico, bancário, de saúde, de telecomunicações e muitos outros. O problema é que o update acabou servindo um arquivo corrompido que afetou especificamente computadores e servidores Windows, causando a Tela Azul da Morte.

Para corrigir o problema, é preciso remover esse arquivo e reiniciar a máquina — um procedimento simples, mas que por enquanto não tem como ser feito automaticamente. Ou seja: milhões de computadores em todo o mundo precisam passar por esse processo manualmente, um a um — algo que levará horas e impactará a receita de inúmeros negócios.