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Como a arte e a tecnologia estreitaram vínculos nessa pandemia

Por| 14 de Agosto de 2020 às 11h38

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Denise Johnson/Unsplash
Denise Johnson/Unsplash

Nesta pandemia, a tecnologia se mostrou uma verdadeira aliada, uma vez que muitas coisas passaram a ser feitas apenas remotamente. A arte é uma área que já vinha sendo impactada pelas mudanças proporcionadas pela era digital, mas com a pandemia isso se intensificou. Nesta quarta-feira (12), comemorou-se o Dia Nacional das Artes, num contexto em que a arte e a tecnologia nunca estiveram tão entrelaçadas.

Algo que cresceu absurdamente com o isolamento social foi a utilização das lives, o jeito mais "frente a frente" possível permitido pela tecnologia. Incontáveis músicos aproveitaram desse recurso para fazer apresentações em suas casas, de maneira que o público pudesse acompanhar em tempo real. No entanto, outras áreas da arte também aproveitaram desse hype, como é o caso do artista CA CAU.

Multimídia

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No último dia 4 de agosto, através do Instagram e Youtube, o artista pintou um quadro ao vivo e deu início a um leilão (cujo resultado será divulgado no próximo dia 20), com o intuito de arrecadar fundos para o seu espaço cultural Atelier Travessia e para sua produtora, uma vez, que em meio à pandemia, ambos tiveram toda a sua programação cancelada.

"Neste momento a tecnologia está sendo muito importante para toda a sociedade, inclusive para os artistas, utilizando como forma de comunicação, criação, divulgação, apresentações ao vivo, reuniões, gravações, palestras, compras online", conta CA CAU, em entrevista ao Canaltech.

Atualmente, ele está no processo de lançamento da obra O Grito, que nasce neste contexto de pandemia justamente para provocar reflexões sobre o momento em que estamos inseridos. O artista descreve a obra como "um grito pela música, pela poesia, pelas artes visuais, pelo próximo, pela sociedade, pela vida em si". O lançamento acontece no próximo dia 26.

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"A arte é a minha existência, o ar que respiro, transpiro em minhas criações independente da época. A arte sempre esteve presente em todos os momentos da história e neste momento de pandemia é de extrema importância a criação como respiro, registro da sua época, promovendo diálogos e conexões. Me inspiro em tudo que ela promove, promoveu em mim e no meu entorno. O Grito é hoje o meu conjunto de criações: música, clipe, e-book, site, pintura, que nasce inspirado neste momento distópico em que estamos vivendo, uma atitude artística que marca esta época", explica.

O artista também viu na tecnologia uma oportunidade de lançar um novo formato de seu livro de poesias, intitulado Olho D'água, aderindo assim ao e-book (que será lançado nesta quarta, inclusive).

YouTube: lar de artistas na pandemia

Quando se fala de arte sendo trazida para a tecnologia, o YouTube tem se mostrado muito acolhedor a artistas que almejam mostrar seu trabalho. Com isso em mente, a plataforma de vídeos tem sido a casa de muitos desses profissionais, de diferentes áreas da arte. O músico Leandro, por exemplo, utiliza seu canal João Bemol para ensinar tudo o que sabe.

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"Eu sempre gostei de lecionar, sempre me interessei por tecnologia e tinha à mão todo o equipamento necessário para começar a produzir vídeos. Junto a isso, os youtubers estavam crescendo bastante. Achei que conseguiria e experimentei. Fiz alguns testes, e logo resolvi arriscar", conta.

Nas palavras do músico, a tecnologia ajuda de várias maneiras. "Hoje um músico prático consegue registrar suas inspirações com o gravador de um celular. É possível gravar multipista com um computador caseiro ou até mesmo num smartphone. Há plataformas de áudio e vídeo que substituíram as mídias físicas, então muita gente que sequer considerou a possibilidade de gravar um disco, tem um canal e grava suas composições e as joga para o mundo", afirma.

Leandro acrescenta: "Óbvio que as coisas continuam sendo muito mais fáceis para quem tem dinheiro para investir, mas ao menos há plataformas minimamente democráticas servindo de palco para qualquer pessoa. Há também que pontuarmos que esse fenômeno da inclusão acabou gerando efeitos colaterais, como em todas as áreas da internet".

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Museus abraçam a internet

Com a pandemia, inevitavelmente os museus acabaram fechando as portas, para evitar a aglomeração de visitantes. No entanto, como uma tentativa de continuar atraindo os olhares para as suas obras, os espaços agora são virtuais. O Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, por exemplo, atualmente está trabalhando em conteúdos para redes sociais, oferecendo oficinas e convidando artistas a compartilhar seus processos de criação em lives e vídeos.

Enquanto isso, o Museu de Arte de São Paulo (MASP-SP), que graças à pandemia está com as portas fechadas e as exposições adiadas, levou conteúdos para apresentação digital. O Museu da Imagem e do Som (MIS), de São Paulo, também encontrou na internet um local para lidar com a situação da melhor maneira possível, disponibilizando um acervo digital e até criando uma iniciativa chamada MISemCASA. Além disso, o Instituto Moreira Salles (IMS) trabalha com artistas em um projeto chamado IMS Convida, para reunir no site obras inéditas.

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Por sua vez, o Google conta com um recurso para visitar museus sem sair de casa, o Google Arts and Culture (disponível para web, Android e também iOS), que aproveita a mesma tecnologia do Street View para levar os usuários a exposições virtuais, interagindo com as obras de artes disponíveis no acervo. Essa plataforma também utiliza a sua localização no Google Maps para que você conheça os museus da sua região.